quarta-feira, 27 de maio de 2009

Nem...

Nem é falta do que falar. Até tem assunto, até tem coisas acontecendo na minha vida. Eu ensaiei não sei quantos começos de texto. É mesmo falta de inspiração, entendem? Sabe quando você não consegue escrever um texto sem sair do óbvio? Esse deve ser o tal bloqueio que alguns autores falam.

Porque eu até podia falar da minha amiga que está se separando e está passando pela maior crise "mulherzinha" que eu já presenciei. Ou então poderia falar do meu complexo de sair com homens mais velhos e ter a cabeça cheia de minhocas achando que eles são paternalistas demais. Mas ao mesmo tempo ultrapassam os "garotos" em larga escala.

Aliás, eu recentemente passei a barreira dos 30 e aumentei o limite de idade para 40. Tenho trauma com homens de mais de 40 porque acho que podiam ser meus pais. A minha mãe tem 49 e eu não quero levar para casa um cara que tenha mais assunto com ela do que comigo. Fica chato, né?

Ah, e tem também a mega despedida de solteira que eu estou organizando para uma das minhas melhores amigas. Mas eu não queria fazer 3 posts seguidos falando de casamento. Só que, e parece sacanagem, mas acho que 2009 está sendo o ano dos casamentos. Eu estou naquela idade em que os meus amigos começam a casar e eu ainda não conheci nem metade dos lugares que eu queria.

Eu ainda gosto demais de ir para albergues e dormir em beliches com não sei quantos desconhecidos de nacionalidades diferentes no mesmo quarto para achar que casar seja boa ideia. Aliás, estou tendo uma dificuldade danada para encontrar um hotel para um fim de semana romântico no sul de Portugal.

Mas a verdade é que eu já quase achei que eu estivesse grávida e até nem abominei a ideia. Entrei em paranóia, fiz teste de gravidez no banheiro do escritório e respirei de alívio quando deu negativo. Parte de mim pensou que se viesse seria bem vindo. Ou melhor, bem vinda, porque eu queria ter uma filha mulher para lutar jiu jitsu comigo.

Meninos são chatos porque gostam de jogar futebol. E eu detesto futebol. Desde que terminei com o meu ex que nunca mais soube quem ia jogar com quem, quem venceu que campeonato e essas coisas. Eu só soube que a final da Liga dos Campeões era hoje por causa do logo do "Google".

Eu também queria fazer um texto super bacana sobre como eu finalmente me dei conta que esqueci um cara. Queria falar do quanto tentar esquecer é estúpido e inútil. Porque enquanto a gente está obcecada em esquecer alguém, não faz mais do que lembrar dessa pessoa. Esquecer é um processo natural. Até mais natural que lembrar. Acontece quando a gente menos espera.

E é engraçado depois descobrir que aquela pessoa que julgávamos essencial, nem faz falta na nossa vida.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Por falar em casamento...

- Filhadaputaquecomigonuncaquiscasar!!!!
- O quê?!
- Sabe o meu ex? O dos 7 anos??? Pois bem, casou!!!
- Sério?! Como você soube?
- Pela internet. Nas fotos do meu ex cunhado. Ele lá, todo se achando, vestido de noivo...
- Que bom pra ele.
- Bom o escambau! É sempre assim... A gente cuida e depois vem a primeira baranga e leva...
- Mas você sempre disse que não gostava mais dele...
- E não gosto.
- ... e não foi você a terminar tudo?
- Foi. Mas isso não interessa! O problema é que comigo ele nunca quis casar.
- Mas An@Lu, você nunca quis casar! Você odeia casamento!
- É, mas isso também não interessa!!!

... E isso, meus caros leitores, é An@Lu com dor de cotovelo. Pura e dura dor de cotovelo.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Descaso

Para falar a verdade sempre achei morar junto bem mais romântico do que casar. Porque para terminar um "morar junto" pode bastar só arrumar as malas e ir embora. Então, cada dia que passa, cada dia mais que vocês estão juntos é uma vitória. É uma opção dos dois. Acho que o casamento tem um peso que acaba levando a um certo comodismo. Como se você tivesse cruzado a linha de chegada e "game over".

Não é que eu seja contra o casamento. Nada disso. Só que acho que isso, só por si, já não vale como instituição. Na verdade não entendo o que há de tão especial em assinar um papel na frente do notário.

É o acto em si que me incomoda, sabem? Tipo assim: tá, agora tudo muda porque nós assinamos um papel. Não, não é assim que funciona. Nada muda. Sou contra assinar papéis para passar um atestado de felicidade.

Todos os dias eu assino cartas para clientes. Assinar papéis não tem qualquer significado especial. Sou a favor de viver junto, dividir vida, cama, carinho, problemas e dores de cabeça.

Morar junto, aturar mau humor da manhã, encontrar o outro com gripe e ainda assim achar que ele é a coisa mais linda à face da Terra, isto sim é amor.

E... Querem mostrar para o mundo que estão juntos? Então dêem as mãos quando andam na rua!

terça-feira, 12 de maio de 2009

De volta para o futuro

Vocês já devem ter ouvido que os pais se preocupam com o futuro dos filhos, não é? Pois é a minha mãe leva isso mesmo ao extremo. Afinal, quando eu começo a achar que ela tem um parafuso a menos, ela me mostra exactamente o quanto eu estou certa.

- Oi filha, preciso falar com você.
- Diz, mãe.
- Lembra da minha amiga que joga tarot?
- Sim.
- Então... Eu estava falando com ela por telefone e ela perguntou por ti.
- Ah, legal. Manda um beijo pra ela também.
- Aí a gente estava conversando e ela acabou botando as cartas pra você.
- Coméquié??? Você estava falando com a sua amiga e aí resolveram jogar tarot pra mim por telefone???
- É!

O mais engraçado é que ela disse isso com o tom de voz mais normal do mundo. Gente, eu não sei quanto a vocês, mas eu me sinto tão violada na minha privacidade astral...

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Bankrupt

Sabem aquelas chamadas que vocês não gostariam de receber? Essa foi uma delas.

- Alô?!
- Boa tarde, eu poderia falar com a Sra. An@Lu?
- É a própria.
- Boa tarde, fala do centro de detecção de fraudes do Seu Banco...

(Whatafuck???!!! Frio no estômago.)

- ... Tem disponibilidade para falar um momento?
- S-Sim...
- Ontem foi detectada uma actividade suspeita com o seu cartão de crédito.
- Como assim?
- Tem o seu cartão com a senhora?
- Sim. Quer dizer, deixa eu ver na carteira.

(Abre a carteira, pega o cartão triunfante! Afff... Não foi perdido)

- Sim, está aqui.
- Pode por favor confirmar os últimos 4 dígitos do cartão?
- 1234
- Muito bem. Ontem a senhora fez compras...

(ontem não saí de casa)

- Não.
- ... on line...
- Não.
- ... com o seu cartão de crédito?
- Não.

(Pilha de nervos)

- É que nós registramos dois pagamentos que consideramos suspeitos e suspendemos o cartão.

(Soco no estômago)

- De quanto?!
- Um de 273,90 Euros e outro de 11,50 Euros.

(Putaquipariu!!! Caraleo!!!)

- Só que o de 11,50 foi cancelado.

(Ah, claro!)

- Foram pagamentos no Skype.
- Ahn.
- A senhora costuma usar este serviço.
- Não. Nunca usei.
- Então creio que outra pessoa terá feito os pagamentos com o seu Visa.

(Brilhante, Sherlock!)

- E agora?
- Bom, agora vamos cancelar o seu cartão e a senhora vai ter que apresentar queixa na polícia e num balcão do banco.
- Tá, mas e o dinheiro?
- Bom, foram compras feitas que têm que ser pagas. Mas faça a reclamação que nós iremos analisar.

(Eu trabalho com reclamações. Eu sei muito bem o que significa dizer: "nós vamos analisar". Visualizei meu dinheirinho batendo asas e saindo pela janela.)

Como vocês devem calcular, este não está sendo um dia bom para mim. Vou deitar antes que um andaime caia na minha cabeça.

sábado, 9 de maio de 2009

Rapidinha da Sex Shop

Ter irmão mais novos é ter jogo de cintura para responder perguntas como esta:

Irmão de 12 anos:
- Ana... Existem mesmo pessoas que compram coisas nas Sex Shops?

An@Lu:
- (fingindo naturalidade) Claro que existem, João.

Irmão de 12 anos:
- Eu não entendo pra quê as pessoas precisam comprar coisas nessas lojas...

An@Lu:
- Ah João, é assim (para e pensa no que vai dizer para o irmão de 12 anos)... Bem... Errr... Eu também não entendo!

terça-feira, 5 de maio de 2009

Masquerade

Quando eu vi essa garrafinha no supermercado eu não resisti. Soltei o drag queen que existe dentro da minha pessoa e disse:

- Eu queeeeeeeeeeeeeeeeeeero!!!



Essa é a Absolute Masquerade. Basicamente é uma vodka como todas as outras, com o sabor abslutamente igual mas enfeitada com uma capinha de paetês vermelhos. Digam lá que não é mega fashion??

Comprei, claro! Afinal essa é a primeira vodka que combina com a minha cortina vermelha e com o meu sofá vermelho. Basicamente virou um bibelô aqui em casa.

E agora o que fazer com toda essa vodka? Hmmmmmm... Ficadica testada e aprovadíssima!

Margarita de Morango com vodka:

Triture num liquidificador 600gr de Morangos congelados junto com 120gr de açúcar branco. Adicione 100gr de suco de limão, 100gr de água fria e 280gr de vodka. Bata tudo no liquidificador, sirva gelado e corra para o abraço!

PS1: os liquidos são medidos em gramas, não em ml. Use uma balança de cozinha!

PS2: Dá para fazer a margarita mais fraquinha ou mais forte de acordo com o gosto de cada um. Basta diminuir ou aumentar na vodka e completar ou descontar na água.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Dá saudade

Ele me dá saudade. Porque ele liga. Sem dizer que vai ligar. Tem vontade, pega no telefone e manda um "oi". Simples assim, como deveria ser sempre.

Ele me dá saudade. Porque não liga. Porque não tem data, nem hora, nem frequência para ligar. Por isso surpreende sempre. Por isso é imprevisível. Não cria expectativas nem rotina. Porque não inventa desculpa para não ter ligado antes.

Ele me dá saudade. Porque se interessa. Porque sabe ouvir e quer fazer parte do meu dia a dia. Mesmo estando (literalmente) a meio mundo de distância. Porque conversa. Porque não bajula nem desperdiça elogios. Porque não complica, não perde tempo em rodeios desnecessários.

Ele me dá saudade... E saudade é chata demais...

domingo, 3 de maio de 2009

Mãe, só tem uma!

Hoje é dia das mães aqui em Portugal. E por isso eu resolvi falar da minha tia. Sim, porque quando eu era criança a minha mãe pedia para eu chamar ela de tia na rua.
Para não parecer velha, sabem? Menos quando a gente ia para Natal, porque aí ela pedia para chamá-la de "mainha" que ela achava fofo.

A minha mãe é a prova viva de que as pessoas com 50 anos de hoje não são mais como as pessoas de 50 anos de antigamente. Ela faz aulas de bateria e toca numa banda de rock com o meu padrasto e os meus irmãos. Ela começou a fazer karatê há cerca de 7 anos e hoje é quase faixa preta (em Junho ela vai fazer a prova).

É geminiana e faz jus ao signo. Muda de opinião, de ideia e de tudo o que for possível mudar num piscar de olhos. Foi graças a isso aprendi a lidar com todos os tipos de humor que um ser humano pode ter. Só uma coisa que não muda: o sarcasmo. E isso acabou virando marca registrada da família. Naquela casa qualquer vacilo vira motivo de zoação. Nem vovó escapa.

Sempre foi uma péssima dona de casa. Me deixou como herança genética a falta de jeito com as mãos. Sabem aquelas pessoas que deixam tudo cair, se queimam no fogão, erram a pontaria da panela mas acertam sempre a quina dos móveis com a testa?! Pois é. Aliás, a minha falta de jeito na cozinha nem tem a ver com o não saber cozinhar. É mesmo um problema de falta de jeito em geral.

A gente nem sempre se deu bem. A minha aborrecência rendeu-lhe alguns cabelos brancos. Verdade seja dita, só começamos a nos entender bem depois que eu tive a minha própria casa. Mas a culpa é dela, por ter criado filhos que não acatam tudo que lhes é dito, que lutam pelo que acham certo e que correm atrás do que querem.

Por isso e por muito mais desejo todos os dias felizes para todas as mães do mundo, mas especialmente para a minha.