quarta-feira, 29 de junho de 2011

Eu mesma!

Você passa por um espelho e se vê. Se vê em câmeras de vigilância, em vidros de carro, no reflexo de um par de óculos escuros. Se vê em muitos lugares, mas não espera se encontrar nas mãos de outra pessoa.

Foi assim que eu me vi hoje, sendo folheada por uma mulher no trem, bem do meu lado. Foi essa surpresa que eu tive ao ver o meu sorriso, sorrindo de volta para mim, nas páginas da revista nas mãos da mulher do trem.

Tudo começou como um favor para uma amiga que é jornalista e precisava de uma pessoa para uma matéria de um colega dela. Eu dei a entrevista por telefone e marquei com o fotógrafo de fazer uma foto que iria ilustrar a matéria.

Eu pensei que tirar uma foto fosse uma coisa fácil. Você chega, ele clica e pronto! Mas eu demorei 40, sim qua-ren-ta minutos para tirar UMA mísera fotinho.

"Põe a mão aqui, dance, dá uma voltinha, abre os braços e fecha os olhos, descontrai, você piscou, fica natural, o cabelo ficou na cara..."

Isso tudo com um vento féladaputa levantando o meu vestido e eu com a preocupação de não mostrar mais do que queria e acabar parando noutro tipo de revista. Uffff... Não, eu não nasci para modelo.

A revista saiu, eu comprei, mostrei para os amigos e pronto. Tive meus 5 segundos de "fama".

Nunca mais me lembrei disso. Até hoje que, num momento bizarro do acaso, eu dei de cara comigo mesma, sorrindo, diretamente das mãos de uma senhora que eu nunca vi na vida. Ela lendo o que eu falei e olhando para a minha cara, sem saber que estava olhando para mim.

E não, eu não falei com a mulher. Para a decepção de vocês me deu um ataque de timidez e eu me encolhi no meu lugar e fiquei observando ela ali, olhando pra mim.

Eu saí na minha estação, fui encontrar umas amigas para jantar. Eu continuei no trem e fui enfiada numa bolsa azul.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Abraços de despedida. Abraços de reencontro. Lágrimas de oi e de adeus. O doce de voltar, o amargo de ir. Mudar-se não é, de todo, linear. Medo de partir versus vontade de chegar. Perco-me entre a familiaridade do desconhecido e a estranheza do cotidiano.

Impossível evitar o frio na barriga por sair. Mas não posso me negar às borboletas no estômago de um recomeço.

Metade da vida de cada lado do Atlântico. Divida entre a sensação de sair de casa e a sensação de retornar ao lar.

Carioca de Lisboa ou Lisboeta do Rio?

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Fato: Eu sempre tive vergonha de dizer a alguém que o ziper da calça estava aberto. Rola sempre um constrangimento da pessoa achar que eu sou meio tarada.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

E quando a saudade aperta a consciência me aconselha:

"Calma, minha filha! Isso são só hormônios. Vai comer um chocolate que passa."

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Carência...

Alguém aí pode gostar de mim, por favor?

Deleite. Delícia. Delicadeza. Delinear. Delírio.

Agora repita tudo sí-la-ba por sí-la-ba. Devargarzinho. Respeite as pausas para respiração. Veja a língua dançar na sua boca e experimente como falar pode ser tão gostoso.

terça-feira, 14 de junho de 2011

O que me consola, e ajuda a passar dias como o de hoje, é saber que eu vou te ver. O trabalho foi chato, eu passei mal e arrebentei uma tirinha da minha sandália preferida. Mas tudo isso é pequeno perto do aconchego do teu abraço. Eu sei que não existe outro lugar no mundo onde eu pertença mais que ali. Naquele pedacinho entre o queixo e o ombro eu deito a cabeça e os problemas e sonho com você.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Mundo Digital

...Perdidos no caminho de um churrasco.

- Onde é a casa da fulana?
- Eu sei mais ou menos onde é...
- Então me dá o endereço para eu botar no GPS.
- Ahn... é que eu não tenho...
- Você não recebeu o e-mail dela?
- Sim, recebi, mas a minha impressora estava sem tinta e agora o meu celular tá sem bateria e eu não consigo olhar na internet.
- E PORQUE VOCÊ NÃO ANOTOU O ENDEREÇO NUM PAPEL, UTILIZANDO UMA CANETA????
- Ahn é, né? Nem lembrei disso.

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