sábado, 29 de setembro de 2007

Adelaide

Era uma terça feira. Seis e quarenta da manhã. O despertador já tocara há dez minutos. Levantou-se, tomou banho, escovou os dentes, vestiu-se. Tinha sonhado com um gato que tivera na infância. No sonho seguia o gato até uma floresta. Não se lembrava do que acontecera depois. Sempre tivera dificuldade em lembrar dos sonhos. E eles voltavam a meio do dia, sem qualquer razão especial.

“Mais um dia”, pensou antes de sair de casa. E esse pensamento ecoou dentro dela. “Mais um dia igual aos outros”. Já há muito tempo que os dias eram todos iguais. Entristeceu. Pensou no quanto era normal, igual, banal.

Estava mais ou menos bem de saúde. Ganhava razoavelmente. A sua casa era média. Nunca se destacara por ser boa demais em alguma coisa ou por ser extremamente bonita. Nem por ser má demais. Não tinha nehuma característica especial, nenhum dom. Era morena dos olhos castanhos. Existe coisa mais banal que isso? Tinha estatura mediana e não era gorda nem magra. O tipo de pessoa que nunca se destacaria numa multidão. Nunca fora uma pessoa de extremos, de grandes romances ou aventuras. Nunca tivera paixões avassaladoras. Daquelas de perder a fome, o sono e o sossego. Não era fã de ninguém.

Largou a chave, deciciu não ir trabalhar. Estava cansada. Cansada de existir “mais ou menos”. Queria ser feliz para sempre. “Numa próxima vida talvez”, pensou com olhos de desistente. Nem chorou a pensar nisso. Nunca foi pessoa de fazer dramas. Decidiu fechar os olhos para a eternidade.

Mas, antes, tinha uma última coisa a fazer. Uma espécie de último desejo.

Tirou a roupa e tomou banho novamente. Um banho demorado, sentindo a ternura da água quente na sua pele. Colocou o vestido vermelho que adorava, mas que estivera sempre guardado para as ocasiões especiais que nunca chegariam. Calçou os saltos altos, perfumou-se com o perfume mais caro. Preparou um café majestoso. Saboreou cada compota, cada queijo e sentiu o aroma do café antes de o beber.

Nesse dia resolveu sair a pé. Acenou para o jornaleiro que lhe retribuiu o cumprimento dizendo: “Bom dia Dona Adelaide”. Espantou-se por ele saber o seu nome. Continuou a caminhar.
Passou por ruas, avenidas e estradas. Parava em frente de cada coisa que lhe despertava a atenção. Almoçou sozinha no restaurante mais caro da cidade. Aquele que ela nunca frequentara por estar sempre a espera do momento certo. E tomou sorvete, foi ao cinema ver aquele filme que sempre quisera mas para o qual não tinha companhia, comprou pipocas e gargalhou sozinha no cinema.

Já era de noite quando chegou em casa. Vinha com um sorriso nos lábios, pois tinha lembrado da infância e do gato que teimava sempre em fugir para o quintal da vizinha. Não entendia como o mundo se tornara num lugar tão estranho.

Preparou os remédios e o copo d’água para dormir para sempre.E bebeu toda a água. De uma só vez, sem vacilar. Cada gole era uma recordação de uma vida que ficaria para trás.

No dia seguinte o despertador tocou pela manhã. Ela abriu os olhos. Ainda estava com o vestido vermelho e os remédios permaneciam intactos na mesa de cabeceira. Tinha decidido viver. Em todos os sentidos.

As 10 piores frases

Eu sei que andei uns dias sumida, mas foi falta de inspiração e de tempo também. Mas hoje eu estou aqui. E vim falar de sexo. Hehe, só de escrever "sexo" no meu blog vai fazer com que internautas desavisados caiam aqui de pára-quedas atrás de bundas e peitos.

Bom, mas voltando ao sexo... Eu tenho uma tese. Acho que a "conversa pós coito" é fundamental. É quase a continuação do acto.

E, depois de uma mesa redonda com amigas e amigos (sim, tinha cerveja gelada na mesa redonda), fiz um compêndio das 10 piores frases pós coito:

- Sabe, quando você estava por cima reparei que preciso pintar o tecto... Tem umas manchas ó!

- Pô gata, Deus é tudo.

- Você me fez lembrar uma outra mulher que eu peguei...

- Foi a melhor que eu tive sem pagar!

- Como você se chama mesmo?

- Que nojo... Vai limpar isso antes que pingue no lençol!

- Só isso?! Mas assim não deu nem tempo de fingir!

- Se a minha ex trepasse assim a gente não tinha terminado.

- *Silêncio. Levanta da cama, vai ao WC e escarra.*

- Foi você que peidou?! Não?! Então acho que fui eu...

Acabei por concluir que homem que vira para o lado e dorme afinal nem é tão mau assim... É melhor do que soltar uma dessas pérolas...

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Verde

Foi naquela fracção de segundo que nossos olhares se cruzaram. Sim, foi aí que o meu mundo mudou. Foi quando o castanho tocou o verde. Naquele preciso instante em que eu levantei os olhos do papel para mirar o infinito. E vi o infinito do teu olhar.

Tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha um olhar

E assim eu descobri um novo arco-íris. Novos tons para pintar a minha vida.

Verde azeitona
Verde musgo
Verde limão
Ver de perto
Ver de frente
Ver de todos os ângulos
Ver demais
Ver-te mais
Ver-te sempre mais...

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Tentativa de Conversão 2

Hoje fiquei de muito mau humor por causa de um e-mail mas 9 telefonemas, um cabrito novo e duas Testemunhas de Jeová me fizeram ganhar o dia.

Depois de eu ter espantado os loirinhos protestantes, eis que os crentes resolvem contra-atacar tentando novamente converter a “louca do 113” por intermédio de duas senhoras.

Estava eu muito sossegada em casa com o meu mais novo “mais que tudo” naquele momento em que, se eu fumasse, estaria acendendo um cigarrinho. E, para estragar a festa, tocou a campainha. Eu continuei impávida e serena fingindo que nem tinha ouvido. A campainha tocou novamente.
- Ué, você não vai atender?
- Não. Não estou esperando visita...
- Mas pode ser alguma coisa importante. Pelo menos vê quem é.

Muito contrariada me enrolei numa toalha e abri uma frestinha da porta. Duas senhoras de meia idade, vestidas dos pés à cabeça me encaravam. Não tiravam os olhos da minha toalha.
- Boa noite... Estamos a atrapalhar?
(Claro que sim! Isso é coisa que se pergunte?)
- Não, de maneira alguma. Eu ia só tomar banho (Hehe! Boa desculpa para estar de toalha!). Mas... Posso ajudar em alguma coisa?
(Eu sou tão civilizada que até chega a ser irritante...)
- Mas nós gostaríamos só de lhe perguntar uma coisa...
- ...
- Você acredita em Deus?
(Não!!! De novo não!!! Mas será que eu tenho “herege” escrito na cara?)
- Sim, acredito...
(A partir daqui eu reagi instintivamente. Mais um momento “pirei o cabeção” da minha existência.)
- ...e ele está aqui, agora.

As senhoras olharam respeitosamente para mim, crentes da minha fé. Eu escancarei a porta de casa (que tem vista directa para a cama) e apontei para o “mais que tudo”:
- Olha ele ali... Vou te dizer... Aquilo é que é um Deus! Querem entrar?
- ... Mas... Bem... Er...
- Ok, então com licença. Boa noite e obrigada pela visita!

Quando eu morrer vou directo para o inferno. Sem sequer direito a passagem pelo purgatório. Ainda vai chegar o dia em que eu serei arrastada da cama por uma horda de fanáticos religiosos e serei queimada em praça pública. Agradeço que, quando isto acontecer, coloquem uma trilha sonora simpática e apropriada à ocasião, como por exemplo o “Sympathy for the Devil” dos Stones.

domingo, 23 de setembro de 2007

Brindemos à nossa hipocrisia

Você tenta disfarçar mas teus olhos te traem. Você se acostumou a dissimular a tristeza com um sorriso. Você morde o lábio para aguentar o choro. Eu conheço teu silêncio. É a tua arma para evitar mentir para mim.

Já nem adianta dizer que "não foi nada" e que está "tudo bem". Nem vale fingir que não entendeu o que eu perguntei para escapar à questão. Eu conheço as tuas artimanhas. O jeito como você me encosta no teu peito para evitar olhar nos meus olhos. Também sei que você finge que não ouviu o telefone tocar só para eu não perceber a tua voz de choro.

Mas, mesmo assim, eu entro no teu jogo. Finjo não notar a tua melancolia. E finjo para mim mesma que eu não sei que as tuas lágrimas correm por mim. Pode me chamar de covarde. Eu mereço. Mas você também tem culpa. Culpa por não querer me confrontar. Pior: você não quer se confrontar.

Por isso, nós seguimos assim. Continuamos o nosso teatrinho particular. Fingindo um para o outro que não existe qualquer problema entre nós. E brindamos felizes ao jantar.

Sim, brindemos à nossa hipocrisia.

sábado, 22 de setembro de 2007

Depois da Oktoberfest

Voltei ao meu blog! Ai que saudade do meu cantinho...

Bom, o alemão já foi embora. É como eu costumo dizer: visita dá duas alegrias. Uma quando chega, outra quando vai embora! Que bom ter minha rede só para mim de novo. Poder andar só de calcinha pela casa, ir ao banheiro de porta aberta, beber coca-cola na garrafa, enfim a boa e velha vida de sozinha em casa.

Acho que a gente quando passa a morar sozinho fica mais egoísta. Eu era uma pessoa super tranquila e agora me vi me segurando para não gritar com o alemão. Queria sempre as coisas "on my way". Sei lá, acho que a gente desaprende a dividir o espaço.

Não, eu não tive nehum problema com o Markus. Muito pelo contrário! Ele é super educado, gente finíssima mesmo. Nós falamos muito, rimos bastante e brindamos mais ainda.

E por falar em brindar... Eu fui dar uma de forte e resolvi acompanhar o alemão na cerveja. Crianças, nunca tentem isto em casa! O alemão bebe como eu nunca vi igual.

Lá pela terceira cerveja meu inglês ficou macarrônico. Na quarta comecei a esquecer das palavras e chamava tudo de "thing" ou "stuff". A partir da quinta eu perdi a capacidade de falar em inglês e o pobre do alemão que entendesse o meu bom português. Depois da sexta cerveja eu ganhei super poderes. Comecei a falar num dialecto novo. Uma mistura de italiano, espanhol, inglês e (pasmem!) alemão...

Enfim... A Oktoberfest chegou mais cedo aqui em casa. Mas só durou três dias. Meu fígado agradece. Vou passar o fim de semana fechada em casa, curando a minha ressaca.

Ah!!! E (sem duplos sentidos, por favor!) eu provei a veradeira salsicha alemã!!!



Directamente da Alemanha para o Estoril (menos a salsicha que não sobrou para o jantar!).

terça-feira, 18 de setembro de 2007

No tanque



Ah, hoje acordei meio feminista. E decidi usar essa piadinha pronta.

Vou me ausentar do meu blog por três dias visto que vou ter visita em casa. Vou hospedar um amigo meu alemão e, por isso, depois do trabalho vou estar revisitando Lisboa com ele.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Foi assim que eu virei "gente grande"

- Mas mãe... Eu quero!
- Não! Já disse que não vai comer chiclete antes do jantar!
- Quando eu for grande eu vou comer chiclete quando eu quiser!!!

E a minha mãe simplesmente sorriu. Da mesma forma que a minha avó lhe terá sorrido e da mesma forma como eu irei sorrir para os meus filhos. Aquele sorriso de quem sabe que crescer não é só comer chiclete quando quiser. Crescer é comprar o chiclete. É trabalhar para ter dinheiro para comprar o chiclete. E mais! É escolher entre o chiclete e a conta da luz.

Mas mesmo assim ela sorriu. Me deixou continuar sendo criança e acreditando que a felicidade estaria apenas a um "Bubaloo" de distância.

E eu aprendi tudo. No tempo certo. Foi assim que eu virei "gente grande".

Alguém acredita?

Hoje abri o meu e-mail e me deparei com um pedido de ajuda de uma pobre menina chamada Stella Linus. Eu me correspondo com muita gente, por isso achei que pudesse ser alguma amiga de um primo de um amigo de algum correspondente meu.

Munida de sentimentos cristãos (afinal, não é todos os dias que acordo fria e calculista) comecei a ler o e-mail.

A coitada dizia ser uma estudante de 25 anos numa universidade no Burkina-Faso (juro!) e que gostaria muito construir uma amizade sólida comigo. Segundo a história de dor e sofrimento que ela contava, o pai morrera há dois meses e era um rei na cidade local. O rei deixou uma fortuna aos herdeiros mas só ela poderia movimentar esta riqueza visto que o irmão era muito novo e a mãe era analfabeta.

Continuando o seu relato, a infeliz disse que a fortuna do pai era de cerca de 7,350,000.00 Dólares (sim, quase sete milhões e meio de dólares) e que ela tinha muito medo que as companhias de petróleo viessem roubar-lhe o dinheiro. Que peninha que eu fiquei... Afinal, com 7 milhões o rei não gastou nem um centavo alfabetizando a rainha?! Muito machismo no Burkina-Faso!

Bom, mas aí veio a parte em que ela pediu a minha ajuda. Meus sentimentos critãos já estavam vacilantes mas decidi continuar. A miserável precisava de ajuda para mover o dinheiro para outra conta bancária a fim de que o mesmo não fosse roubado pelos barões do petróleo. Para ajudá-la bastaria entrar no link que ela fornecia e digitar o número da minha conta bancária...

Simples assim né?! Bom, eu não dei o número. Afinal a cotação do Dólar em relação ao Euro está muito baixa pelo que os 7 milhões reduziriam-se a 5 e eu não faço transações bancárias por menos de 6 milhões e meio. Ah, e eu até gosto dos barões do petróleo no Burkina-Faso. Não os quero fazer perder seus investimentos... Desculpa Stella, mas não vai dar...

Francamente... Será que ainda há gente que acredita nessas coisas?

domingo, 16 de setembro de 2007

Kizomba para sair da fossa

Ainda na fossa por causa do fim, eis que o meu amigão M ouviu as minhas preces. Passei um serão de sábado na casa dele vendo filmes atrás de filmes. Detonamos sorvete, pipoca e umas cervejinhas. Amigo é para essas coisas né? E quando eu já estava quase indo embora ele diz:
-Ah, pra fechar a noite tem que ter uma balada... E eu sei o lugar ideal para curar qualquer fossa!

Já não me lembro como chegamos na discoteca e nem qual era o nome. Era daquelas discotecas estilo "inferninho": abafada, apertada e onde o som não primava pela qualidade. E a música? Kizomba, ritmo africano. Aquilo é para dançar agarradinho, apertado e arroxado contra o pareceiro. Não é sensual, é sexual. Eu fui me esconder num cantinho, junto ao bar e o meu amigo logo se atracou com uma menina.

Fiquei observando as pessoas e vi que tinha um negão que dançava com as meninas todas. E, azar, o negão reparou em mim. Veio andando na minha direção e eu me senti encolhendo. Vontade de sumir. Chegou perto de mim, passou a mão no meu rosto e disse: "Calma, você é a próxima...". Que horror!!! Me senti um pedaço de carne.

Fui me esconder no banheiro. Quando voltei me atraquei no meu amigo. Aprendi a dançar um pouquinho, mas sou desajeitada. O coitado foi pisado cerca de 82 vezes. Resolvi voltar para o cantinho junto ao bar, mas longe da vista do negão.

E foi aí que eu o vi. Dançando sozinho e abandonado. Digam-me qual a probabilidade de uma brasileira encontrar um italiano numa discoteca africana em Lisboa? Cerca de 1 em 1.989.992. Bom, mas o vento soprou a meu favor. E a brasileira encontrou o italiano.

Eu acho que nunca expliquei aqui o meu fetiche por italianos, né? Pronto, mas fetiche é fetiche e eu não posso ver um italiano que meus olhinhos brilham logo. Dancei até não poder mais. E não é que o ragazzo dançava bem?! Ma che bello!!!

Ai, ai... Nada como uma boa kizomba com um italiano para levantar a moral de qualquer moça, né?!

sábado, 15 de setembro de 2007

Eu não existo sem você



Gente, olha que gracinha esse vídeo que eu encontrei no Youtube! A menina tem uma voz linda, doce. E... Que gosto musical hein?! Amei e resolvi divulgar aqui no meu cantinho.

Eu admiro quem sabe tocar um instrumento e cantar. É um talento que eu definitivamente não possuo. A única coisa que eu sei tocar é campainha...

E que música linda né?! Vinícius tinha o dom de escrever tudo aquilo que a gente poderia querer dizer ao nosso "mais que tudo". Por isso, faço minhas as palavras de Vinícius e hoje vou deixar ele falar por mim o que eu não tive coragem de dizer.

Eu não existo sem você (Vinícius de Moraes)

Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim

Que nada nesse mundo levará você de mim

Eu sei e você sabe que a distância não existe

Que todo grande amor só é bem grande se for triste

Por isso, meu amor, não tenha medo de sofrer

Pois todos os caminhos me encaminham prá você

Assim como o oceano só é belo com o luar

Assim como a canção só tem razão se se cantar

Assim como uma nuvem só acontece se chover

Assim como o poeta só é grande se sofrer

Assim como viver sem ter amor não é viver

Não há você sem mim e eu não existo sem você

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Aceitei o desafio

Gostaram da nova cara do meu blog? Agora está a minha cara... Literalmente!

Bom, mas eu fui convidada pelo meu amigo de Blog, o Punk76 (http://contradimentos.blogspot.com/) para realizar o "Desafio dos 7". Ou seja, dizer 7 coisas que eu detesto nos homens e 7 coisas que eu detesto em mim. Eu acho mais fácil falar do que eu gosto do que do que eu não gosto. Mas aceitei o desafio e aqui está o resultado:

Eu odeio homens:

1) Sem educação: Essa é a primeira e a mais essencial. Homem sem educação comigo não tem vez. Educação em todos os sentidos. Saber estar à mesa, dizer "obrigado", "por favor" e "desculpa". Pequenas coisas que para mim têm toda a importância do mundo. Fujo de homem mal-educado a sete pés.

2) Que beijem mal: Para mim beijo tem muita importância. Muita importância mesmo! Eu sou daquelas que acredita que o beijo é o termómetro da relação. Se analisada por Freud, ele diria que eu não saí da fase oral (sem risadas maldosas, ok?). Admito, adoro um bom beijo. E... Cá entre nós... Se o cara beija mal, nem quero imaginar como ele f***...

3) Sem ideias, sem opiniões, sem conversa: Eu falo muito. Preciso de alguém do meu lado que acompanhe o ritmo. Eu gosto de conversa, não de monólogo. Por isso homem para mim tem que saber conversar. Tem que ter um papo agradável. Não precisa concordar com tudo o que eu digo, mas tem que saber conversar. Costumo dizer que sou uma mulher fácil de ser levada na conversa (he he he). Bom papo é essencial.

4) Sem senso de humor: Eu adoro jogar conversa fora, falar bobagem, falar por falar. Amo rir e fazer os outros rirem. Se eu estiver "nos meus dias" é impossível estar do meu lado sem rir. Gosto de ser feliz. Sou irônica, uso uma boa dose de sarcasmo e falo coisas completamente absurdas. Tenho horror a homem que se ofende por tudo, que não aceita uma brincadeira, que não sabe rir de si próprio. Coisas ruins acontecem, o que muda é a forma como você as encara. Eu prefiro encarar com humor. E rir muito, rir sempre.

5) Que façam tipo: Não interessa qual o tipo que eles façam. Não gosto de gente que "faz gênero". que tenta ser o que não é. Porque sempre cai o pano. E o pseudo-intelectual revela-se pagodeiro (sem ofensa, eu até gosto de pagode), o moralista mostra-se cachorro. Ninguém consegue fingir o tempo todo. Eu gosto de homens espontâneos. Aqueles que se mostram a cara, que assumem os gostos e não forçam ser quem não são.

6) Cafajestes: Ah, tem mulheres que adoram um tipinho com cara de safado, jeito malandro, ar de "macho latino". Eu não. Isso não me atrai minimamente. Eu gosto de homens que tenham aquela carinha de certinhos, de "bom-moço". Sei lá, deve ser porque eu sou meio rebelde e procuro alguém que não seja tão "furacão" como eu. Alguém para contrabalançar o meu jeito doido de ser.

7) Com as seguintes características físicas:
- Peitinho: não adianta, não gosto de peitinho. Todo mundo tem as suas manias e a minha é essa. Não gostar de peitinho.
- Cabelo comprido: Homem certinho e cabelo comprido não combina né? Mas em compensação amo homens tatuados e sei que também não combina com o "certinho". Sou contraditória mesmo!
- Pêlos no ouvido e no nariz: precisa comentar??!!

E o que eu mais detesto em mim?


1) Ser tão transparente: Eu sou transparente demais. E, pasmem, eu fico corada por qualquer coisa! Eu não consigo fingir sentimentos. Meus olhos entregam sempre. Se eu estiver triste passo o dia ouvindo: "mas que cara é essa?", "aconteceu alguma coisa?"... É chato. Não consigo dissimular nada...

2) A minha impulsividade: Ai como eu gostaria de ser uma pessoa calma e ponderada. Mas não... Eu costumo agir sem pensar, falar sem medir as consequências... E, quando eu vou ver, já falei, já fiz...

3) O meu jeito desastrado: Tem homem que acha uma gracinha, mas experimenta ser desastrada no dia a dia para ver a gracinha que é! Eu digo, não tem graça nenhuma derrubar tudo à minha passagem, deixar tudo cair, esbarrar nas coisas... Eu tou sempre cheia de manchas roxas de tanto que eu bato em tudo.

4) A minha ansiedade: Impulsiva e ansiosa. Que combinação perfeita! Junte a isso o meu excesso de curiosidade e tem um coquetel explosivo. Eu sou daquelas que rói unha, perde o sono, não aguenta esperar. Tenho que aprender a ser mais calma, e que nem tudo pode ser como eu quero.

5) A mania de fingir de forte: Estou trabalhando nisso, de parar de fingir que nada me afeta. Essa minha mania é facilmente confundida com frieza. Medo de mostrar que eu erro e que sou frágil. Acabo me fechando e dizendo sempre que está tudo bem. Afasto as pessoas sem querer.

6) Ser de lua: Eu sou de lua. Altamente inconstante. Hoje quero uma coisa, amanhã já não é bem assim. Vivo o presente. Amanhã o presente é outro. Não adianta, não sou uma pessoa serena, daquelas que você já sabe o que esperar. Eu sou imprevisível até para mim mesma.

7) O meu mau humor matinal: Não consigo acordar esplendorosa achando o dia lindo. Pelo menos de segunda a sexta. Acordo e liberto uma série de palavrões enquanto procuro o despertador. É sério. Não falem comigo até eu estar completamente na posse dos meus cinco sentidos.

Huummmm.... Espero ter estado a altura!

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Pode chamar do que quiser

- Você acha que você seria uma pessoa diferente se, em vez do teu nome, você se chamasse Alexandre, João, Henrique ou Daniel? Você deixaria de gostar do que você gosta, de ser como você é só por ter um nome diferente?

- ... não....

- Comigo é a mesma coisa. Não interessa o nome que a gente dê. Namoro, rolo, paquera, curtição... O sentimento continua o mesmo. Pode chamar do que quiser... O nome não importa porque eu sei o que eu sinto por você.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

De-ex-encontros

A gente se conheceu em outra vida. Éramos casados, tinhamos outros empregos, morávamos em outras casas. Tínhamos outros sonhos, éramos outras pessoas.

E veio o tempo.

Mudaram os empregos. Transformaram-se as relações. Só um ponto em comum: a separação. E saímos magoados. Feridas de guerra. Ninguém sai incólume de um relacionamento.

Mudamos de casa, mudamos de hábitos e de sonhos. Mudamos de sentimentos. Mudamos. Perdemos bens na famosa "divisão". Perdemo-nos na divisão de bens.

E encontramo-nos. O reencontro numa nova realidade. Procurávamos coisas diferentes. Sempre fomos diferentes. Tínhamos tudo para dar certo. E deu tudo tão certo... Mas tivemos medo. De repetir os erros, de tropeçar na mesma pedra. Erramos por medo de errar.

E perdemo-nos...

Até uma próxima vida meu amor...

Afinal eu sou careta

Eu sempre me achei uma pessoa moderna e descolada, no melhor estilo “open minded” que pode haver. Até hoje. Descobri que, afinal, sou careta. Passo a explicar. Tenho uma amiga que vai fazer uma tatuagem. Eu, que já tenho duas e queria fazer mais uma, pedi o cartãozinho do tatuador dela para ir lá dar uma olhada. A minha amiga, muito simpática, trouxe o tal cartão para mim.

Não me contive. Arregalei os olhos e soltei um: “mas isso é um tatuador ou um carrasco?”. Ela olhou surpreendida para mim sem entender bem o porquê da minha exclamação e eu continuei.

- Você já viu bem os serviços que ele presta?
- Não... Só fui lá pela tatuagem mesmo.
- Então olha bem!

E começamos as duas a analisar o cartãzinho do tatuador.

- Tatuagens: Ok, o básico.
- Cover Ups: Imagino que seja daquelas tatuagens para encobrir outras. Utilizada normalmente quando você quer disfarçar o nome do seu ex-“mais que tudo”. Normalíssimo.
- Piercings: Também usual nos dias de hoje.

A partir daqui começa o circo de aberrações:
- Transdermal: Que raios é isso? Dermal vem de “derme”, que quer dizer pele. Alguma coisa através da pele?! Hummm...
- Scarification: Scar = cicatriz. Mas, como assim?! Ele faz cicatrizes?! Você chega lá e pede uma cicatriz?! Já tou imaginando entrar na loja e pedir ao tatuador para fazer uma cicatriz no joelho. Assim para fingir que caí de skate e sou muito radical...
- Branding: “Brand” acho que quer dizer marca. Essa também é estranha. Você tatua uma marca de alguma coisa? Tipo “coca-cola”, ou “Nike – just do it”? Não entendi...

E agora fica mesmo hard core:
- Pocketing: Tanto quanto eu sei “pocket” quer dizer bolso. ... ... ... Mas... Eles fazem um bolso em você? Na tua pele? Assim, do tipo para guardar moedinhas?
- Stapling: Staple é “grampo”. Você chega lá para ser grampeado??!! Eu tenho grampeador aqui em casa, aposto que sai mais barato. Faço até promoção! Uma vez eu grampeei o dedo sem querer. Será que conta como experiência profissional?
- Scalpelled: Não faço a minima ideia do que raios seja isso. Lembra-me os índios americanos que tiravam o escalpe. Se bem que eu nunca soube o que era um escalpe... Mas imagino que não seja bom porque eles faziam isso aos inimigos e guardavam como troféu.
- Big Nostrils: Fui ao dicionário e descobri que “nostrils” quer dizer narinas. Narinas grandes?! Tem gente que já nasce com isso... Será que tem malucos que nascem com um nariz delicado e pouco másculo e querem aumentar as narinas? Esquisito...
- Surface Bar Piercing: Não consigo conceber o que isso seja. Alguma espécie de piercing talvez? Bom, mas vendo pelo nível do resto não deve ser coisa boa...

Mas o mais macabro de todos foi:
- Blood Play: Gente, o que é isso?? Fui na internet e só encontrei coisas sinistras... Até fiquei assustada! Já fiquei imaginando grandes rituais vudu. Credo!

Nem pensar que eu vou lá fazer uma tatuagem inocente de florzinha!!! Tá doido!!!

Depois desta incursão pelo mundo satânico das artes corporais me senti a própria avózinha. Aquela que o neto chega em casa e diz assim:
- Vó, olha o meu surface bar piercing!!!
- O teu quê Juninho??
- Ô vó, não é Juninho. É Jota-Mau.
- Cruzes!!! Isso é coisa do demo! Vai já tirar isso! No meu tempo gente desocupada assim escrevia em blogs em vez de se furar todo!

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Infinito enquanto durou

Caríssimos, peço desculpas, mas eu tinha que postar esse texto. Meio deprê, mas estou me sentindo assim.

Eu acho que às vezes poderia me definir por poesias.

Eu acredito, tal como Drummond, que amor é estado de graça e com amor não se paga. E sou capaz de dizer simplesmente que eu te amo porque te amo. E não consigo conceber outro tipo de amor que não seja de graça. Foi Drummond que me ensinou a amar assim.

Tal como Quintana, só peço que por favor, não me analise. Meu amor é por inteiro, não pode ser visto num microscópio. Não dá para dissecar. Eu só quero alguém que me envolva todo em seus braços. E eu serei o perfeito amor.

E, contrariando Jonh Lennon, acredito que o sonho acabou. Pelo menos o meu. Vinícius é que sabe. Pois nunca pode ser imortal, posto que é chama. E eu vivi o meu momento de infinito enquanto dure.

Durou pouco, e foi infinito, intenso, eterno. Mas, como chama, apagou. Um balde de água fria. Um autêntico toque de recolher.

Cortei minhas asas, voltei a pôr os pés bem firmes no chão. De onde nunca deviam ter saído. Tirei as lentes cor de rosa e o passarinho verde fugiu. Acabaram os suspiros e os olhares perdidos. A paixão subiu no telhado. Agora não tenho tempo para isso. Estou ocupada. Tenho que juntar os caquinhos do meu coração partido.

Eu errei. Amei sem pedir nada em troca. Sem querer casar, sem querer morar junto, sem pensar nos nomes dos filhos. Amei agora, amei ontem. Amei amando, sendo feliz um dia após o outro. Sem cobrança, sem ciúme. Só assim... Achei que era certo. Afinal não era.

Ele disse que não queria me amar. Eu aceitei. Não devia ter feito isso. Devia ter exigido um pacto de sangue que nos unisse pela eternidade. Mas... não achei necessário. Quis consolidar o sentimento aos poucos. Quis construir, em vez de apresentar um projecto terminado. A verdade é que eu só consigo viver hoje.

Até o Herbert Vianna entendeu que o meu erro foi crer que estar ao seu lado bastaria. Não bastou.

Eu quis transformar o amor num verbo: Eu amo, tu amas, nós amamos. Ele preferiu uma equação. Eu nunca cheguei a descobrir o "X" da questão. Eu nunca fui boa em matemática mesmo...

Agora... E agora José?


Ah gente... Quero colo... Tragam-me um balde de sorvete de chocolate e comédias românticas. É urgente!

E fez-se luz!

E o funcionário da companhia de elétrica chegou na minha casa e disse: “Faça-se luz!”. E foi deste jeito que as trevas deixaram de reinar sobre a minha humilde residência.

Pude finalmente estrear minhas colunas de som que ganhei do meu padrasto. Espetáculo!!! Minha casinha está parecendo uma pequena discoteca! É assim que a gente aprende a dar valor às pequenas coisas que tem como garantidas no dia-a-dia.

Durante o fim de semana ainda pensei em cozinhar. Fazer um jantar para "ele". Mas... Meu fogão é elétrico e nem com muita força de vontade eu iria conseguir fazer o que quer que fosse.

Como é de conhecimento público eu não sou um ás na arte da culinária. Eu sempre imaginei que, morando sozinha, iria morrer por falta de vitaminas. Mas, como vaso ruim não quebra, cá estou eu. Forte e roliça como sempre (ênfase no roliça). Eu já moro sozinha há 1 mês e meio. Aproximadamente 45 dias. Neste tempo cozinhei 6 vezes. Três vezes para impressionar uns gatinhos (embora só duas vezes tenham valido a pena), duas vezes para minha amiga Q. e uma para M., meu amigão (que me fez jurar que nunca mais o tentaria envenenar com as minhas comidinhas...).

Destas 6 vezes, em quatro delas eu fiz o meu prato preferido: massa com atum e molho de tudo que tiver na geladeira e polpa de tomate. Especialidade da casa. Todo mundo que vem aqui pela primeira vez prova essa meleca. Uma vez fiz linguiça na chapa com batata frita Ruffles e uma vez massa semi-pronta de pacote.

Durante as experiências culinárias me cortei uma vez com a lata do atum, me queimei duas vezes e por outras duas vezes deixei grande parte do molho derramar no fogão.

E à medida que vou tendo mais confiança com as pessoas que frequentam o meu "home sweet home" o cardápio vai decaindo. Quem me visita pela primeira vez ouve sempre: "você gosta de massa?". E lá tem que encarar o "macarrão com tudo".

Na segunda visita a bola da vez é: "eu faço alguma coisa grelhada na chapa".

A partir da teceira vez cai o pano da minha culinária. As frases que se sucedem são:
- Traz um frango assado que eu tenho farofa pronta;
- A gente pede uma pizza;
- Eu compro um pão e a gente come uns hamburgueres;
- Tenho aqui daquelas lasanhas que é só botar no microondas.
Até que chega ao ponto em que eu digo:
-E por quê a gente não janta fora?

Ah, gente... Já decidi! Não sou do tipo de mulher que agarra o homem pelo estômago... E não quero mais ter trabalho tentando explicar para a polícia que eu não queria envenar ninguém... Foi só qu eu fiquei na conversa enquanto punha sal na comida... Mas já foram retiradas todas as queixas de tentativa de homicídio contra mim.

Pode ser que um dia eu arrume um namorado modelo-anoréxico que só come uma vez a cada seis meses... Aposto que ele vai dar valor à minha comida!!!

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Apagão em Portugal

- Xiiii... Nem sabes, vou passar o fim de semana sem luz em casa.
- Mas pagaste a conta?
- Sim...
- Eu conheço muito bem esse "sim". Não pagaste pois não?
- Er... Acho que esqueci...
- MAS COMO VOCÊ ESQUECE DE PAGAR A CONTA?! COMO VOCÊ PÔDE SER TÃO IRRESPONSÁVEL?!
- Por que você está agindo assim? Eu não estou te pedindo nada... Só estava comentando.
- Ainda bem, porque eu não tenho nada a ver com isso.
- Precisamente. Mas então como eu ia dizendo...
- Ainda bem que eu não moro mais contigo. Imagina, eu ficar sem luz em casa.
- E qual é a parte do "isso não é problema teu" que você ainda não percebeu?
- Er... Bem...

Vou ficar sem luz o fim de semana todo... Grunf... A bateria do portátil acabou, portanto vou ser forçada a me afastar do blog. Segunda-feira espero estar de volta.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Conselho de amiga

Bom, e aí você descobre que morar sozinha e não ter as contas no débito directo pode originar situações tais como chegar em casa e não ter luz (valha-me a bateria do portátil por duas horas).

E, se eu pudesse dar um conselho às gerações futuras, seria: não deixem a louça para lavar por mais de dois dias. É sério! Façam um esforço e lavem a louça suja no máximo no dia seguinte. Senão, quando você for lavar os pratos ainda corre o risco de ficar com pena de destruir o habitat natural bichinhos que passaram a habitar na sua pia. Ah, e também não se esqueça de restos de comida na geladeira por muito tempo.

Convém sempre lembrar que papel higiênico nunca é demais.... E que é bom ter mais de quatro garfos em casa. Principalmente se você recebe visitas.

Outra coisa importante é ter cuidado com as coisas que você diz para a mãe. Evite cenas como:
- Mãe, o fulano adorou o quadro que você pintou lá pra casa!
- Minha filha, você está levando homem para a sua casa??!!
- Ooops... Não mãe! De jeito nenhum! Imagina... EU???!!!!

Muito importante: ao morar só, tenha sempre 2 garrafas de cada bebida na geladeira. Uma para você e outra para as visitas. É que, morando sozinha, a pessoa adquire o terrível hábito de beber tudo na garrafa. Admite! Você também faz! E é deveras nojento servir a visita na mesma garrafa que você bebe.

Mesmo morando sozinho, nunca descure das boas maneiras só porque ninguém está vendo. Não arrote alto, nem coce o saco, não tire meleca, nem peide. Sério! É que, como diz minha mãe, "costume de casa vai à praça". E você pode acabar se descuidando e, acredita, não vai ser bonito.

Muito importante: não chame ninguém do sexo oposto na sua casa sem deixar bem claras, mas bem claras mesmo, as suas intenções com a pessoa. Pode dar origem a mal-entendidos muito incómodos. E isto está relacionado com a minha teoria do restaurante: Quando você vai a um restaurante e a comida sobra, você só deve levar para casa se você quiser MESMO comer. Se não, deixa no restaurante mesmo. Vai por mim, é melhor!

E no mais... Bem, nunca é demais mencionar: não esqueça nunca de pagar as contas!

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Eu brinco com a coelhinha


Quando uma pessoa está a procura de emprego procura sempre impressionar na entrevista. Compra roupa, deixa o cabel impecável, lê aquelas técnicas de como se comportar, o que dizer, gestos a evitar e tudo mais para ser o candidato perfeito.


Eu, que não sou excepção, me preparei ao máximo para a entrevista no dia seguinte. Tinha visto o anúncio na Internet e achei a minha cara. No dia da entrevista choveu como eu nunca vi chover em Lisboa. Fiquei com as minhas calças novinhas da Zara encharcadas até ao joelho. Quando eu cheguei na empresa eu pingava. Aliás, pingava é pouco. Eu chovia.


Pedi desculpa pel meu estado deplorável e começou a entrevista. Ela fez aquelas perguntas normais sobre a experiência profissional, analisou meu CV, perguntou sobre a faculdade e minhas expectativas para o futuro. Eu, que já tinha ensaiado e revisto mentalmente as respostas, fiz o maior marketing pessoal que me foi possível. E as perguntas continuaram:


- E o que você gosta de fazer nos seus tempos livres?
- Ah, gosto de ir ao cinema, ler, passear na praia, ir à academia, sair com os amigos...
- E o que você faz quando está em casa?
- Vejo televisão, navego na internet e adoro brincar com a minha coelhinha.
Silêncio. Notei uma certa estranheza na entrevistadora. Vendo que ela não falava continuei.
- ...eu passo bastante tempo brincando com a coelhinha lá em casa.
- Mas... Como assim "coelhinha"?
Encolhi os ombros e disse:
- Coelhinha, diminutivo de coelha. O meu animal de estimação.
- Ah... Você tem um coelho? Um animal?
- Sim...
Fiz aquela cara de "no quê você estava pensando?". E não pude deixar de reparar na cara de alívio da entrevistadora. Afinal, era só um bichinho. Eu não era uma maluca tarada...


No fim das contas acabei ficando com o emprego. E, até hoje, nada me tira da cabeça que a minha coelhinha me ajudou a garantir a minha vaga...


Quem quer brincar com a minha coelhinha?

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Conversa de Mulherzinha Complicada

Recentemente tive uma conversa com uma amiga sobre relacionamentos e afins. Conversa de “mulherzinha complicada”, como eu costumo chamar. Daí surgiu uma ideia para este post.

Mulher quando se apaixona complica tudo. Vê cinzento onde é preto e branco. E qual a maior angústia da mulher apaixonada?! “Por que ele não liga para mim?”. Uma mulher apaixonada nunca consegue raciocinar direito no que toca a essas coisas de ligar, não ligar, etc...

Para comprovar a minha tese vou fazer o seguinte comparativo.

Cena 1
Véspera de feriado. Você, sem programa ainda, manda uma mensagem a um(a) amigo(a) qualquer perguntando se ele já tem planos para o feriado e se quer sair contigo. O seu amigo(a) não responde. O que você pensa?
a) Não deve ter visto a minha mensagem.
b) Não deve ter dinheiro para me responder
c) Hehe, deve tar com alguém e não quer ser interrompido(a)
d) Oh meu Deus! Ele não quer mais ser meu amigo.. Será que eu fiz alguma coisa de errado? Porque ele não me responde? Será o fim da nossa amizade?


Cena 2
Véspera de feriado. Você, mulher apaixonada sem programa ainda, manda uma mensagem ao seu “mais que tudo” perguntando se ele já tem planos para o feriado e se quer sair contigo. O seu “mais que tudo” não responde. O que você pensa?
a) Não deve ter visto a minha mensagem.
b) Não deve ter dinheiro para me responder
c) Hehe, deve tar com alguém e não quer ser interrompido(a)
d) Oh meu Deus! Ele não me quer mais... Será que eu fiz alguma coisa de errado? Porque ele não me responde? Será o fim de tudo?

Se você respondeu D na primeira e D na segunda, PARABÉNS! Você acabou de ganhar uma visita ao psicólogo. Vai ser inseguro assim na...

Se você respondeu A, B ou C na Cena 1 e D na cena 2, PARABÉNS! Você é uma mulher apaixonada que complica tudo. Ou seimplesmente está na TPM. Mas não se preocupe. Eu também sou assim. E acho que grande parte das mulheres também é.

Mas se você respondeu A, B ou C na Cena 1 e A, B, ou C na cena 2, PARABÉNS! Você esqueceu seu coração em algum lugar! Brincadeirinha! Mas me diz nos comentário como você consegue...

E aí você, mulher apaixonada que respondeu D na questão 2, faz aquela tempestade num copo d’água. Liga para a amiga para contar todos os segundos da sua angústia. Fala que você esperava mais dele e que de hoje em diante não vai ser boba e não vai ligar mais.

Mas depois você acaba ligando. É como eu digo, minha gente: Mulher apaixonada é burra! Pior que burra; é contraditória. Diz que não vai ligar e liga. Diz que não quer mais saber e se derrete ao primeiro “oi”.

E melhor ainda é quando a mulher apaixonada descobre que o motivo pelo qual ele não ligou foi simplesmente porque estava cansado, dormiu e não ouviu o telefone. Então ela pára e pensa o quanto foi boba. Claro, qualquer pessoa já dormiu e não ouviu o telefone. Inclusive a própria mulher apaixonada. Nesaa hora bate aquele sentimento de culpa. Por ter pensado tão mal dele que, coitado, trabalhou um turno de 16 horas e depois adormeceu. “Como é que eu não pensei nisso?”.

Êita mulherzinha complicada, hein?! E, por muito que se queira passar por independente que não liga e não quer saber, a verdade é que a gente se rasga por dentro. Mesmo que a gente finja indiferença, é só isso. Puro fingimento. A amiga é que sabe.

Porque, no fundo, a gente se importa. Se preocupa. Fica carente. E quer só um sinal de vida. Quer só saber que ele lembrou da gente. Nem que seja para dizer que não pode sair.

O que acontece é que nós não queremos parecer chatas e cobrar demais. Queremos parecer mulheres desencanadas e modernas. Mas, no fundo, somos chatas, queremos saber e ficamos carentes sim, pôxa! Simplesmente não queremos é admitir.

Ok, depois deste post vou me internar numa clínica psiquiátrica especializada em insegurança de mulherzinha complicada. Daqui a duas semanas eu volto.

domingo, 2 de setembro de 2007

Clube da Luluzinha

Se você é sensível a alguns assuntos, pare de ler aqui. Se não, continue e encare tudo com bom humor.

Não quis deixar de registrar algumas bobagens que foram trocadas numa girl's night. Frases soltas, normalmente seguidas de gargalhadas e de "me dá mais uma fatia do bolo de brigadeiro". Apertem o cinto...

- Aí eu convidei o cara para ir tomar um café lá em casa. Só não expliquei que era o café da manhã.

- Eu tenho que saber se estou namorando ou não. Pra saber se preciso ser fiel, sabe?

- Não tropeça que a fila anda, e a minha já está dobrando a esquina. Olha a minha cara de metida!

- Eu mudo de lençol conforme mudo de paixão. Na última semana acabaram os lençóis lá de casa. Tava tudo lavando... Tive que improvisar no sofá mesmo.

- O meu vizinho jogou uma cueca na minha varanda e eu mandei ele se foder.

- E eis que entra em cena o verdadeiro homem da baguete...

- Fantasia sexual? O Sawyer, claro!

- Eu não bebo, não fumo, tinha que gostar de alguma coisa. Eu gosto é de sexo!

- Marlboro é para fumar tomando cerveja. Davidoff é o verdadeiro cigarro do pós coito.

- Nunca abrirás as pernas em vão.

- Odeio homem que diz que quer fazer "o" amor.

- Faz assim: olha para o cara, levanta o indicador e chama ele. Quando ele chegar perto você diz: "Eu já te fiz vir só com um dedo, imagina o que eu faço com o resto do corpo".

- Mulher apaixonada é foda. Fica burra e complica.

- Eu dava para o novo James Bond. Qual é o nome dele mesmo? Ah, não interessa. Eu dava!

- Já fumei cigarros mais grossos que aquilo.

- Odeio homem com peitinho.

- Trepar no meu carro é mais exercício que ioga.

- Fala na cara, seu merda! Eu prefiro logo um não do que um talvez.

- Mulheres mal-amadas são chatinhas, mas foda mesmo são as mal-comidas.

- Pêlo não me incomoda. Só pêlo no ouvido e no nariz... Eca...

- Era tão ruim que eu num mês fiquei no período 3 vezes só para não ter que trepar...

- Eu tenho medo de bunda, mas Freud explica.

- Mas eu já falei no coisão?

- Uma mulher que se preze tem sempre dois ou três homens na prateleira. Para o deserto sabe?

- Mas desde quando chocolate substitui sexo? Só se você enfiar o chocolate...

- Pinto não é feio... É uma questão de ângulo...

- Depois de anos de casamento, quer saber se a mulher é fiel? Passe a mão na perna dela. Se estiver peluda é porque é fiel.

- Fetiche é fetiche. O italiano podia ficar lá paradão que eu ia gozar do mesmo jeito. Bastava ele ir dizendo uns: "amore", "bravo", "bene"...

Buddha Bar

Fui e recomendo: Buddha Bar (Alcântara, Lisboa)
Amei o lugar, a música e a decoração. O estilo oriental impecável, impossível de fazer qualquer reparo. E o que dizer das camas e dos sofás do lado de fora? Maravilhoso!
O ruim? O preço, claro! O consumo mínimo é 7 Euros. Até aí tudo bem. Mas daí até uma garrafinha d'água custar 4Euros??!!

Rapidinhas da noite:

- E não adianta nem tentar que ela é o amor do gajo da camisola vermelha...
- O quêêê? Querido, eu sou de todos. É que nem fruta na feira: passou a mão, levou!
- Espetáculo...
- Pois é, vem nimim qu'eu tô facinha.

- E, sabes, ele gosta muito de ti.
- E eu ralada...
- ...
- Amor, é assim, temos pena. É como eu costumo dizer: Não tropeça que a fila anda! E já andou.

- Pelamordedeus me agarra agora!
- Como?
- Vem aí aquele tarado!
- Mas essa música não é para dançar junto...
- Se você tirar essa mão daí eu te mato! E não tou brincando...

- Pra ficar com você eu tinha que ser piloto.
- Hã?!
- Você é um avião!
(Cantada básica, mas lavou a alma. Achei graça porque combinou com os últimos acontecimentos da minha humilde existência.).