domingo, 30 de dezembro de 2007

Adeus Ano Velho

Eu queria fechar o ano com uma mensagem positiva. Eu podia entrar aqui e gritar para todo mundo "Feliz Ano Novo!" e desejar trezentas e vinte e uma coisas para 2008.

Mas eu não sou disso. Por isso resolvi, nesse fim de ano, falar de escolhas. Porque no 31 de Dezembro todo mundo bota a vida na balança. Faz uma retrospectiva intíma. Pesa os actos bons e ruins para ver o saldo final.

A frase que que sempre acompanhou esse blog tem a ver exactamente com isso. Sim, essa frase do Chico Xavier aí à sua direita. Porque às vezes a gente conclui que nem sempre foi o melhor que podia ser. Concluímos que às vezes fomos egoístas e que fizemos escolhas erradas. Mas nunca é tarde para mudar o nosso rumo. Nunca é tarde para fazer novas escolhas.

Todo mundo erra. Inclusive eu, inclusive você. E vai sempre haver um ponto na nossa vida em que a gente desejaria não ter feito aquela escolha. E deseja mudar. Mas não dá para mudar o passado. A história da vida é escrita numa velha máquina de escrever. E, como disse Chico:

"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim ".


Por isso, mais importante que tudo, desejo a todos sabedoria. Sabedoria para fazer boas escolhas em 2008 e para tirar lições das más escolhas tomadas em 2007.

Feliz Ano Novo e que em 2008 as nossas escolhas possam ajudar a fazer um mundo melhor.


sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

A Senhora do Anel

O que se dá presente a alguém quando se vai a uma despedida de solteiro? Coisas de sacanagem, claro!

Munidas deste espírito jocoso (jocoso... Uatafóc! De onde eu fui desencantar essa palavra?!), eu e a minha amiga inseparável fomos procurar um presente. Mas não queríamos uma coisa que tivesse aquele ar “trash” de sex shop barata. Queríamos alguma coisa que pudesse efectivamente ser usada e dar alguma diversão aos recém casados.

Foi então que ela se lembrou do anel vibrador. Ah, tem tudo a ver. Anel, casamento, despedida de solteiro... Brilhante!

Antes que eu me esqueça, vocês sabem o que é isso? Se não sabem eu explico. É um dispositivo (dispositivo... Nossa! Será que eu engoli um dicionário hoje?!) em latex, em forma de anel e com um mini vibrador na ponta. Aí você pega o anel e coloca na base do bilau e liga o bicho (o vibrador, não o bilau). Aí o vibradorzinho faz o trabalho e... Tcha-ram! Temos uma mulher feliz! Quer dizer, não é tão simples assim! O meninão tem que trabalhar também, né?! Afinal, uma só andorinha não faz verão.

Aqui isso se vende na farmácia. E, por mais desencanada que eu seja, sempre pinta uma certa vergonha de entrar na farmácia e pedir um vibrador, assim na cara de pau. Entramos na primeira farmácia e a funcionária era novinha e simpática. Riu-se com o nosso pedido mas disse que não havia porque já estavam esgotados. Gente, já viram a procura que isso tem para chegar a esgotar?!

Fomos na farmácia seguinte. Era um homem na faixa dos 30 a atender:
- Vá, dessa vez pedes tu. (Disse eu)

E ela, com a subtileza de um coice de mula disse:
- Olá, nós queríamos um vibrador.

Eu corei até a raiz dos cabelos. O atendente olhou estarrecido. Ou melhor, extasiado. Eu pude sentir os pensamentos dele. Por dentro era como se ele estivesse gritando: “E eu posso ficar a assistir?”.

Ao que eu acrescentei:
- Sim, mas é daqueles tipo anel. Para usar com um homem, sabe?!

Os olhinhos dele brilharam:
- Sua besta, agora ele vai ficar achando que é um convite! (E ela falou tão baixinho que só mais da metade da farmácia ouviu)
- Mas você disse só um vibrador. E não é bem isso que a gente quer.
- Ah, não interessa. Mas tem aí o troço ou não, moço?!

- Não... Infelizmente... (E pelo tom de voz dele deu para ver que ele estava mesmo triste em não ter aquilo)

Terceira farmácia. A funcionária era uma senhora de cabelos grisalhos, pelo menos uns 60 anos. Depois do episódio anterior eu não ia deixar ela falar.
- Boa tarde, desculpa incomodar... Nós gostaríamos de saber se aqui vocês vendem daqueles anéis para...
- Vocês têm anéis vibradores? (interrompeu a minha amiga)

Pronto, pensei que a velhinha fosse desfalecer (A-ham, comi sopa de letrinha hoje!) bem ali na nossa frente. E ela arregalou os olhos e disse:
- Claro! Nossa, isso tem tido tanta saída que eu resolvi experimentar e recomendo. É a vossa primeira vez?
- Er... Não é para nós.
- Isso é o que todo mundo diz. Agora vão dizer que é para presente.
- É... Pode embrulhar?
- Claro. (E piscou o olho)

Eu, particularmente, não acho aquilo muito sexy. Acho que o amigão fica estúpido com aquilo dependurado. Não é bonito de se ver. Bilau “versão terremoto” não entra na minha lista de fantasias sexuais. Mas tem gosto para tudo. E, pela reacção dos farmacêuticos, aparentemente o “bilau-parkinson” anda fazendo as delícias lusitanas.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Just let it go*

Sometimes you’ve got to let it go. You need to let it go. Maybe you won’t forget. But, at least, you should give it a try. He doesn’t deserve to be in such a special place in your life. Do you really think he is worthy of that love you give him?

Look at you! You’re just a shadow of what you used to be. Where’s that childish happy smile that used to light up a room? It has faded. And you know why, don’t you? Oh… Don’t give me any excuses! Don’t say you’re overloaded with work and that you’re just tired. And I won’t believe in that story that you miss your family in this time of the year. Bullshit! Other people may believe that, but I don’t. I know you better than that! I know exactly why the tears fall from your eyes. You don’t need to lie to me. You don’t fool me.

I know it hurts and that you just wanted the pain to go away. It’s OK to feel like this. To fall in love is awfully simple, but to fall out of love is simply awful. Give it some time. One day you will wake up and realize that it’s gone.

And that your heart is not broken anymore.

*Existem coisas mais fáceis de dizer em outra língua

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Caríssimo Velho Gagá

Papai Noel,

Chega de poemas. Acho que você não entendeu bem o que eu escrevi. E eu aqui, toda feliz, achando que tinha sido bem interpretada... Por isso vou ser directa.

Eu queria um homem. E não o substituto barato, o chocolate. Quando eu disse que eu queria um homem MILF, era exactamente isso que eu queria dizer. Não, não era burrice minha, eu queria mesmo dizer MILF e não MILKA!

Acho que você não entendeu que MILF é um acrónimo. Papai Noel, você sabe o que é um acrônimo?! É uma sigla, velho idiota! E singifica: Mother, I'd like to fuck! Entendeu agora ou quer que eu desenhe?

Foi muita má vontade da sua parte me trazer chocolates, seu velho espírito de porco! Só porque você é gordo feito um barril não quer dizer que você tenha que engordar (no meu caso, engordar ainda mais) os restantes cidadãos do planeta.

E por falar em gordura, se você tem alguma coisa contra mim é melhor dizer na cara! Se você acha que eu preciso emagrecer não me entupa de chocolates e nem me dê travesseiros redondos e vermelhos dizendo que são a minha cara. Isso é golpe baixo. Pensei que você tivesse tomates, Santa!

Ah... Tem mais! Quando eu pedi algo que me aquecesse durante a noite, eu continuava a me referir a um homem!!! Velho caduco, eu já tenho cobertores que chegam, pra quê você me trouxe mais um?!

Papai Noel, era assim tão difícil você pegar na porcaria do seu trenozinho e dos seus viadinhos e se deslocar até Milão para me trazer um italiano?! Era?! Ah, ainda que não fosse um italiano... Podia ser um português mesmo. Afinal, em Roma como os romanos, em Lisboa como os lisboetas. Não é assim o ditado?!

Espero sérias melhoras para o ano que vem. Não sei se você sabe, mas a coelhinha da Páscoa vive aqui em casa. Po causa dessa sua brincadeirinha, vou falar com ela e nada de ovinhos para você.

Bem feito,
Ana

sábado, 22 de dezembro de 2007

Querido Papai Noel



Querido Papai Noel

Eu ia escrever uma carta,
Mas achei meio sem sentido.
Por isso fiz um poema
Que é mais fácil de ser lido.

Não quero paz e felicidade,
E essas coisas de viadinho
Papai Noel, por caridade
Põe um italiano no sapatinho.

E que história é essa
de família e compreensão?
Papai Noel, neste Natal,
Vê é se não me deixa na mão.

Onde já se viu pedir compaixão,
E desejar "boas entradas"?
Papai Noel, não digas que não.
Isto quer-se é umas bimbadas.

Pra quê saúde e alegria?
Isso a gente não precisa.
Dá um "ai-meu-deus-que-homem"
À menina Ana Luiza.

E nem me venha com amor e carinho.
Isso é pedido sem nexo.
Muita farra e muito vinho,
E um 2008 cheio de sexo!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Mudanças

Camões uma vez disse que "mudam-se os tempos, mudam-se as vontades". E nessas mudanças, 2007 definitivamente vai ficar em muitas memórias como o ano dos namoros terminados. Eu poderia enumerar, sem esforço, pelo menos 6 relacionamentos de longa data que terminaram esse ano.

Inclusive o meu.

No começo eu tinha receio de contar que tinha terminado. Um receio bobo de admitir que nem tudo eram rosas na minha vida. De aceitar que eu não era aquela pessoa tão perfeita que até eu acreditava ser. Aquela menina prodígio que aos 22 anos tinha terminado a faculdade, era chefe de um departamento, era "casada" e já tinha casa própria.

Eu tinha medo das mudanças, sabe?

Mas a verdade é nada mudou. O mundo não pára e espera que a gente resolva os nossos problemas. As pessoas continuam dizendo bom dia pela manhã e até amanhã ao fim do dia. O ceú continua azul de dia - às vezes cinza - e escuro de noite. As árvores permancem verdes e água sem cor. A cerveja amarga, o chocolate doce. Mesmo o chocolate amargo é doce. Ainda temos quatro estações, muito embora o verão desse ano tenha sido fraquinho.

A única coisa que mudou fui eu.



Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Matando coelho a grito

Num qualquer lugar do universo a seguinte cena se desenrola.

Beija… Abraça… Aperta… Amassa…
- Peraí que eu tenho que abrir a porta…
Beija o pescoço, apalpa...
- Olha os vizinhos!!!

Abre a porta. O sapato esquerdo fica logo junto da porta. O direito fica um pouco mais à frente. A camisa já está jogada no chão.

Beija, beija, beija... Aperta, aperta, amassa...

... ... ...

- MAS QUE PORRA É ESSA?

Pára, olha em volta. Não vê nada de diferente.
- Do quê você está falando?
- Daquilo!!!

Aponta. Na extremidade oposta ao dedo uma jaulinha azul com um animal dentro. É um coelho.

- É Estrela Regina.
- E ela vai ficar ali?
- Vai. Tem algum problema?
- Mas assim ela vê tudo.
- Tudo o quê?
- Tudo.
- E você acha que ela entende alguma coisa?
- Claro! Os animais entendem essas coisas.
- Tá. Então peraí.

Levanta, põe uma manta por cima da jaulinha.

- Resolvido! Podemos continuar?
- Mas assim ele ainda sente o cheiro.
- Não é um “ele”. Eu já disse que ela se chama Estrela. “Ela”!
- Tá. Mas “ela” vai continuar aí ouvindo a gente?
- E daí se ela ouvir uns gemidos? Porra, é um animal! Tá com medo que ela vá fofocar com os vizinhos?
- Então põe ela na varanda.
- Não.
- Por que?
- Porque tá frio e ela depois fica gripada.
- Por falar em “gripada”, você viu aquele filme da Hillary Swank com aquela menina que é tipo possuída por um demônio?
- Não, mas tenho aí, quer ver?
- Beleza! Pega aí a minha camisa por favor.
- Toma.

É... Por causa do coelho o pintinho ficou preso...

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Odeio homem que "ajuda"

Se existe coisa que eu odeio é um cara que ajuda em casa. Minhas senhoras e meus senhores, gravem bem as minhas palavras: Nenhum homem deve ajudar em casa.

Antes que comecem a me apedrejar eu explico. Não existe coisa mais machista que dizer que um homem “ajuda” em casa. Minha ex-sogra tinha essa mania horrorosa. Dizia sempre:
- Você tem que dar muito valor ao seu homem, porque ele ajuda muito em casa.

E eu, que sou da “pá virada”, respondia:
- Mas ajuda como assim? Ele não faz mais que a obrigação.

E ela me olhava de lado, como se eu estivesse possuída e a qualquer momento fosse começar a vomitar verde e a girar a cabeça em 360 graus.

Dizer que o cara é legal porque “dá uma força” é completamente errado. Isso pode ser traduzido como assumindo que as tarefas são da mulher e o cara é um anjo porque, além de se matar de trabalhar, ainda “ajuda” nas tarefas. Tarefas essas que, subentenda-se, são da mulher. E, se formos mais longe, é dizer que a mulher não é boa o suficiente porque não consegue dar conta de tudo e precisa da valiosa “ajuda” do marido.

Não! Não é assim!!! As tarefas são dos dois, portanto ele não está ajudando em nada. Ele está fazendo um trabalho que é dele. Afinal, a casa é dos dois e os dois se matam de trabalhar todos os dias. Então, por que raios as tarefas são só da mulher? Eu repito: nenhum homem deve ajudar em casa. Porque ao fazer alguma coisa, o cara está simplesmente fazendo a parte dele. Dizer que o cara ajuda é a mesmíssima coisa que dizer que você, ao fazer o seu trabalho normal para o qual você foi contratado, está quebrando um galho para o seu chefe.

Não, não sou feminista. Acho que se a mulher não trabalha, tem mais é que cuidar da casa e das crianças. Mas, se trabalham os dois, por que a mulher tem que fazer hora extra quando chega? Não, nem me venham com essa conversa que existem coisas que as mulheres fazem melhor. E abstenham-se de dizer que existem tarefas tipicamente femininas. Ou vocês não sabem que os melhores chefs de culinária do mundo são homens?! Existem coisas para as quais se leva mais jeito. E como se divide as tarefas é com cada casal. Meu ex varria muito melhor do que eu, mas em companesação não sabia nem sequer como segurar num ferro de passar.

Mulheres do mundo, um homem que seca a louça que você lavou não está fazendo nenhum favor. E ele não é nenhum santo porque tirou do varal a roupa que você estendeu! Muito menos se ele guarda a roupa que você passou.

Dividir as tarefas é exactamente isso: é dividir. Um faz umas coisas, outro faz outras. E é assim que tem que funcionar.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Rita

"Depois da hora do expediente", foi o pacto silencioso que fizeram.

O telefone dava só um toque, era o sinal. Rita dizia que ia buscar uns papéis ao terceiro andar. Alex lembrava, repentinamente, que tinha que ir ao térreo fazer "não sei o quê".

Encontravam-se no vão da escada. Olhavam à volta e desciam, longe da vista de todos. Cruzavam a rua num passo apertado, tentando esquivar-se de olhares menos discretos. Iam ao café mais longe, que lhes dava um pouco de privacidade.

Tomavam um café, riam, conversavam. Depois voltavam. No mesmo passo apertado.

Um dia foram surpreendidos por dois colegas. Sentiram-se constrangidos. Alex engasgou-se e Rita tentou, em vão, disfarçar o rubor da face.

Foi aí que Rita se deu conta que estava tendo um caso. Sem pé, nem cabeça, nem razão de ser. Não tinha sequer contado para a melhor amiga. Sim, definitivamente estava tendo um caso.

Quer dizer, tecnicamente não era um caso. Rita era solteira. Alex solteiro era. No entanto encontravam-se furtivamente.

Nunca se beijaram. Nem nunca sequer deram as mãos. Bastava-lhes a companhia. Saber que, naquele momento do dia, eram só um do outro. Trocavam olhares e confidências. Mas nunca confidenciaram o que era mais importante.

Era o único segredo entre eles.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Tem dias...

Se é verdade que água mole em pedra dura tanto bate até que fura, também é verdade que a gente cansa de dar murro em ponta de faca.

Porque correr atrás do caminhão da mudança só é divertido por um ou dois quarteirões. Não pela vida toda. E tem uma hora que a gente se dá conta que chega de correr, porque os pés já têm bolhas e já gastamos a sola dos sapatos pelo caminho.

Aí é tempo de parar, recuperar o fôlego, aceitar que o caminhão já não pode ser alcançado e que é hora de voltar para casa. De mãos vazias. Todo mundo tem que entender que há um momento certo para tirar o time de campo. Eu sei que a ideia de desistir assusta. Ninguém gosta de perder. Eu mesma não gosto.

Sim, vai doer. Ninguém disse que ia ser fácil. Porque mais diícil do que lutar por aquilo que se quer é desistir daquilo que se ama. E é aí que a gente aprende para quê serve o o amor-próprio. Ele é a medida que nos lembra que chega um ponto em que temos que baixar a guarda, antes que as feridas de guerra se tornem profundas demais. Não é que falte coragem ou força para continuar a lutar.

A questão é que já não há mais condições de continuar a sofrer.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

O homem a nível do manjar



Eu nunca gostei de homens excessivamente bonitos. Porque sempre os identifiquei com os "pasteis de vento". E homem bonito sem charme é que nem manjar sem calda: é gostosinho, mas falta aquele "algo mais".

Mas, analogias culinárias a parte, não é a beleza que me seduz. É o charme. Aquele "je ne sais quoi" que cativa e envolve.

Ter charme é ter aquele "savoir faire". Aquele jogo de cintura para saber estar nas mais diversas situações. Ir do cavalheiro ao cafajeste com a maior classe. Saber quando se deve dizer que a mulher está "linda" e que está "gostosa". Sim homens, elogio tem hora e lugar certo para acontecer. E, eu garanto, o homem que sabe elogiar arrepia até a medula da mulher.

De que adianta uma boca bonita se o cara não sabe usar? E aquele sorriso "colgate" num cara que não tem o mínimo senso de humor? E braços musculosos que nunca aprenderam a abrir uma porta ou puxar uma cadeira? Pra que servem? Para enfeite. Só isso.

E, sinceramente, as minhas prateleiras já estão lotadas de bibelôs. Não preciso de mais um. Nunca fez o meu gênero ter homem-troféu.

Embalagem não é tudo, embora a mídia tente desesperadamene nos fazer crer que sim. Tem que ter conteúdo.

Mas... é claro que, se com o conteúdo, vier uma embalagem bonita, a gente não manda de volta, né?

Dica para as meninas

Como saber se um cara está a fim de você? É fácil! Conte uma piada sem graça. Eu costumo usar essa aqui:

Era uma vez um cachorrinho que só tinha 3 pernas. Aí um dia ele foi mijar e caiu.”

Se o cara começar o rir como se não houvesse amanhã existem 50% de chances de ele estar a fim. Mas note que existem também 50% de chances de ele ser só bobo mesmo.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Voltando à programação normal do Blog

Eu tinha combinado de sair com uma amiga para jantar, afinal já há muito tempo que não estávamos juntas. E aquilo que era para ser uma "girls' night" foi por água abaixo quando ela perguntou:

- Você se importa que eu leve o Bira?
- Não, já estou acostumada a segurar vela mesmo.

Gente, parece sacanagem, mas desde que eu me separei TODAS (e mesmo todas) as minhas amigas arrumaram namorado. Mesmo as mais baladeiras. Azar hein?! Quer dizer, sorte a delas... Bom, mas a verdade é que de uma hora para outra me vi sem amigas solteiras.

- Ah, e o Bira vai levar um amigo.

Pronto! Era só o que faltava para a "girls' night" virar um "girl's nightmare". Eu já disse trocentas vezes que odeio esses "blind dates". Custa entender que eu não estou encalhada?!

E lá fui eu, muito contrariada, para o jantar. Quando me apresentaram para a criatura me senti um pedaço de carne em exposição.

O rapaz até era passável, mas sabe aqueles dias em que você simplesmente não está a fim?

Fiquei lá conversando com a miha amiga e nem dei pela presença da múmia paralítica. Eu acho que ele estava tentando imitar um surdo-mudo ou assim. Pensei que ele estivesse tão chateado com aquele arranjo como eu. Afinal, se ele fosse "parte interessada" no negócio se mostraria, de facto, interessado.

Lá para o fim da noite eu tirei o palitinho menor e tive que levar o "amigo" para casa. Como eu não sabia onde ele morava, perguntei na maior descontração:
- Então, para onde nós vamos?
- Para onde você quiser, gata...
(Pronto, fudeu!)

- Eu quero te deixar em casa. Onde você mora?
- Na Pontinha.
- Ok, como eu chego lá?
- Não sei.
- Como assim você não sabe? Deixa para lá, vou procurar no GPS. Me diz o nome da tua rua.
- Ah, isso eu também não sei...
(recita o mantra: senhor, dai-me paciência)

- Então tá. Eu boto aqui o nome do bairro e quando a gente chegar lá você se vira, tá?

Finalmente escontramos a casa da criatura. Mais ou menos por trás de onde Judas perdeu as botas. Ele perguntou se eu não queria subir e eu, educadamente, disse que não.

E eis que ele faz a pergunta da noite:
- Posso te dar um beijo?

E aí está a desvantagem de ter um SMART. O carro é pequenininho, os 2 passageiros vão quase colados um no outro, portanto quando ele veio se aproximando de mim eu não tive como me esquivar, ou dizer que não. Arrrgh... Fui beijada. O "nightmare" estava completo.

Educadamente disse-lhe que estava atrasada e que tinha que chegar cedo em casa porque precisava arrumar a gaveta das meias por ordem alfabética e que isso tinha que ser feito antes das 2hs da manhã.

E o pior é que ele acreditou...

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Não gostei

Hoje não venho falar de amor, nem das minhas trapalhadas e nem das minhas ideias malucas. Hoje não estou legal.

É porque vi uma coisa que me deixou muito chateada. Fiquei de mal com o blogger, com o google, com as pessoas, com tudo... Aliás, nem sei se é esse o nome certo do que eu estou sentido. É um misto de revolta e tristeza.

Como muitos blogueiros eu me cadastrei no “Google Analytics” para ter um feedback do meu blog. E, como muitos blogueiros, morro de rir com as pesquisas esdrúxulas que as pessoas fazem na internet. Mas hoje vi uma pesquisa que não teve graça nenhuma: “fotos de crianças de 8 a 15 anos de pau duro”.

Não gostei. E eu sou muito mente aberta, sem preconceitos e acho que todo mundo tem direito a ter as suas taras, manias e gostos. Mas está aí uma coisa que eu não aceito: pedofilia.

Isso me revolta, me dá náuseas, me enoja. Acho isso baixo, cruel e hediondo. Não gostei do que vi. É claro que a gente sabe que isso existe, mas custa ver perto da gente. Custa ter a certeza das coisas e imaginar esses tarados em frente ao computador procurando por isso. Sabem, fiquei triste. Eu tenho nojo dessa gente. Tenho tanto nojo de quem faz como de quem vê. Para mim são todos a mesma escumalha. Lixo de gente.

Não sei explicar, mas me senti desconfortável. Eu sei que meu blog nada tem a ver com pedofilia, e que o google pesquisa por proximidade de palavras e essas coisas todas. Mas não gostei.

E o que a gente pode fazer? Denunciar. Eu tenho também o sitemeter e ele dá os IPs e essas coisas todas. Não sei se adianta, mas fiz uns print-screens e mandei um e-mail à polícia. Se vai adiantar alguma coisa? Não sei. Provavelmente não. Mas eu quero acreditar que sim. Quero acreditar que, dentro do possível, eu fiz a minha parte.

Desculpem o desabafo, mas eu não podia ficar de braços cruzados.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Lovestoned

Tá gente... Tou numa fase romântica, posso?!



O que será que me dá
Que me queima por dentro será que me dá
Que me perturba o sono será que me dá
Que todos os ardores me vem atiçar
Que todos os tremores me vem agitar
E todos os suores me vem encharcar
E todos os meus nervos estão a rogar
E todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz suplicar
O que não tem vergonha nem nunca terá
O que não tem governo nem nunca terá
O que não tem juízo

(Chico Buarque)

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

O sexo, a cidade e eu

A cidade é Lisboa, o sexo é inexistente e as roupas estão longe de serem glamurosas.

Ok, até aí nada em comum, não fosse o facto de eu ter um Mr. Big na minha vida. Atenção! O apelido não tem nada a ver com certos e determinados atributos físicos.

Quem acompanhava a série sabia muito bem que, no fundo, a grande característica do Big era ser um homem "complicadinho". Desses que não sabe se vai, não sabe se pode, não sabe se quer, não sabe se fode.

E eu... Infelizmente tenho um fraquinho por homens assim. E logo eu que sou tão directa, tão prática com tudo...

O que é certo é que homem complicadinho mói o juízo. Faz a gente ficar procurando no outro sinais para interpretar. E tenta encontrar sempre um significado escondido em cada palavra, em cada gesto, em cada olhar.

Porque, na verdade, a gente procura é se achar no outro. E fica querendo enxergar aquele bocado de nós reflectido em outros olhos. Quer ver no outro o espelho dos nossos sentimentos. E vasculha, olha na luz, na sombra, e tenta deseperadamente encontrar o porquê de ele agir daquele jeito.

E não entende. E se confunde. Se não gosta, porquê não dizer logo?

É mais fácil quando a pessoa simplifica. Será que dizer “eu te amo” é assim tão difícil?

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Nova inquilina

O prometido é devido. Recebi mais duas indicações para o "Eu tenho um Blog de Elite". Ok, hora de baixar um pouco a luz e colocar uma trilha sonora adequada (que tal "Tainted Love", dos SoftCell?)...

Tchan, tchan, tcharannnnn...



Bom... Como vocês podem ver eu tirei a luva da mão esquerda e a luva da mão direita. Continuem me dando os selos. Com a quantidade de roupa que eu tenho para tirar eu ainda preciso de cerca de 82 nomeações para ficar peladona no blog!







Vocês ainda não sabem, mas o 113 ganhou mais uma moradora. Ela se chama Estrela Regina e é uma ex-Coelhinha da Playboy. Depois de um ensaio sensual as fotos vazaram e caíram na net antes mesmo da edição e nem deu para tempo photoshopar.

Aí ferrou... Todo mundo viu que a Estrela não tinha a depilação em dia e a venda das revistas foi um fracasso. Algo parecido com o caso Siri, sabem?

Enfim, depois de um mês numa clínica de reabilitação Estrela Regina veio se esconder no meu cafofo. E agora vejam a foto que destruiu a carreira promissora de Estrela como modelo/atriz/apresentadora e mãe de filho de jogador de futebol:


Pois é dona Estrela... Podia estar na mansão da Playboy... Quem manda ter medo de cera quente e gilete?!

sábado, 1 de dezembro de 2007

Blog de Preto, o que é que você faz?

Ontem aniversariei. Completei 24 aninhos de existência. E o Max, do Pequeno Inventário de Impropriedades, me deu de presente isso aqui:



Pois é gente! Primeira vez que me dão um selinho desses... E nem doeu! Confesso que fiquei me sentindo. Aliás, foi um problema enfiar meu ego dentro do meu micro-carrro para voltar para casa.

E eu que não estou acostumada a ganhar dessas coisas agora nem sei o que fazer... E ouvi dizer que o Blog mais indicado ganha alguma coisa no valor de 50 Reais. Será??!! Hummmm... Muito tentador! Já sei! Olha, vou botar uma foto de mim vestida dos pés à cabeça e por cada indicação que eu tiver eu tiro uma peça de roupa! Esse prêmio já é meu!!!

E agora eu tenho que indicar 5 blogs que eu considero de elite. Olha aí a rasgação de seda:

- Pequeno Inventário de Impropriedades: Ninguém disse que eu não podia nomear ele de volta. Afinal, é para nomear blogs de elite, não é?! E o "Pequeno Inventário" definitivamente é caveira!!!

- Championship Vinyl: Rob Gordon é "o cara". É um "must see" da blogosfera.

- Estimulanet: Blog muito bom, com conteúdo variado e divertidíssimo. Adoro o jeito sacana de escrever do Deschart.

- Literatura Vil: Um blog que não é para qualquer um, e nem é para todos os dias. Textos muito bons!

- !oohaY: Blog tipo "revista", leve, interessante e gostoso de ler.

Olhando para a minha lista vejo que só escolhi blogs masculinos. Bom, mas isso é estratégia minha gente! Afinal, eu não ia querer uma gostosona da blogosfera imitando a minha ideia de tirar uma peça de roupa por cada nomeação, né?