quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Oh, shit!!!

Era uma vez um cara que importou dois contentores lotados de "guano" até a borda e desapareceu no mundo.

Tudo bem, mas e daí?

E daí que, como eu sou filha da Lady Murphy, ele resolveu utilizar justamente a companhia que eu trabalho para o transporte da carga. Por isso, os dois contentores abandonados cheios de "guano" estão nas minhas mãos.

Mas peraí, quando eu falo em "guano" eu não estou me referindo à banda de rock. Nós não fazemos tráfico humano. Ainda. Para quem não sabe, guano é um fertilizante natural. Para ser mais específica, é cocô de morcego.

Agora vejam bem a minha situação. Estou entalada com os dois contentores, sem saber o que fazer com 50 mil quilos de bosta de morcego. Acho que seria uma boa hora para virar para o meu chefinho e dizer, sem medo de ser repreendida:

- Doutor, o que eu faço com esta merda toda?

Mas, como eu tenho uma coelha para sustentar, decidi não fazer essa pergunta e resolvi telefonar ao agente que fechou o negócio com o exportador. O cara tinha uma voz super sexy e falava com um sotaque britânico charmosíssimo.

Ele perguntou se aqui em Portugal poderia haver mais alguém interessado em comprar aquela mer...cadoria. Gente, é duro! Uma pessoa rala cinco anos numa faculdade para depois acabar vendendo cocô... Minha mãe deve estar orgulhosa!

Por isso, e no intuito de me livrar da merda, eu perguntei:

- You see... In order to search for a potential buyer, we need more technical details about the product and its chemical composition.
- Do you know what “guano” is, right?
- Sure, it is… (pausa para pensar numa maneira educada de dizer “cocô” em inglês).
- It is shit.
- Yes, from bats.
- It is bat shit.

Depois dessa eu não me aguentei. Juro que tentei segurar a gargalhada, mas lembrei do Batman, da Batcaverna, do Batmóvel... E agora.... a Batmerda.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Efêmero

Hoje eu me peguei pensando como tudo na vida pode mudar em segundos. Do nada, assim, de repente. Vinícius é que sabe.

Soneto da separação

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

Vinícius de Moraes

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Para o Nando

Quando eu tinha uns 5 anos e estava na no C.A., eu tinha 3 melhores amigas. Cada uma delas tinha uma irmã mais nova e eu era filha única. Claro que me sentia desfuncional naquele grupo de meninas que reclamavam das irmãs que lhes roubavam as Barbies. Aí eu inventei de começar a pedir para a minha mãe me dar uma irmãzinha.

Eis que num um belo dia, lá nos finais de 1990, a minha mãe chegou em casa com uma criança nos braços. Era um menino. Tudo bem que as minhas amigas tinhas irmãs, mas um irmão já era melhor que nada. Eu fiquei toda empolgada com o bebê recém chegado. Mas a verdade que é que a empolgação foi só fogo de palha. Logo descobri que aquele ser desumano e chato não sabia fazer nada. Não brincava, não falava, só chorava e roubava as atenções que ao longo de 7 anos tinham sido exclusivamente minhas. Não demorou muito para passar a detestar essa história de ter um irmão e achar muito mais interessante ter um cachorrinho.

Só que, ao contrário do cachorrinho, não dava para abandonar o irmão no meio da estrada nem fingir que a gente tinha esquecido dele na mudança de casa. A criatura tinha vindo para ficar. E ficou. Tanto que hoje completa 18 anos.

Quando ele ainda cabia no meu colo


É engraçado ver como ele mudou ao longo do tempo. Deixou de ser um bebê chorão para ser um... Bem... Pensando melhor ele não mudou assim tanto... Brincadeirinha! Ele se tornou num cara super bacana, um dos 5 irmãos mais legais do planeta. Apesar de não falar muito, ele sabe falar a coisa certa no momento necessário. Dono um bom humor fenomenal, consegue ser sarcástico como ninguém e é o maior crítico desse blog.

Feliz aniversário Nando, espero que você aceite este post presente porque o conserto do carro realmente acabou com o meu orçamento deste mês!

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Paula Cristina

Como os pais não conseguiram chegar a um acordo sobre um único nome, escolheram dois. Foi assim que nasceu Paula Cristina. Uma combinação horrível, ela sabia. Mas desde pequena aprendeu a lidar com a dualidade. Nunca soube se era mais Paula ou se era mais Cristina. Por isso habituou-se desde sempre a dar os dois nomes quando questionada sobre a sua identidade, mesmo nos dias em que estava mais inclinada a ser apenas um desses nomes.

Para a família da mãe era "Paulinha", para os avós paternos e primos, desde sempre ela era a "Cris". E oscilava entre personalidades conforme o nome que lhe atribuíam. Paulinha era determinada, Cris era mais tímida.

Com o divórcio dos pais a coisa complicou-se de vez. Assim, mãe não entendia porque o pai reclamava que ela era muito reservada. Este, por sua vez, achava estranho quando a mãe dizia que Paulinha estava de castigo por ter chegado de madrugada em casa. E enquanto um falava o outro abanava a cabeça sempre com o mesmo pensamento: "Mas a minha filha não é assim..."

É que nos fins de semana que passava com o pai, largava a pele de Paula para ser inteiramente Cristina. E Cristina gostava de MPB, sua cor preferida era azul e tinha uma certa inveja de Paula que era a filha preferida da sua mãe.

Paula era popular na escola. Adorava o cursinho de inglês e queria ser administradora de empresas. Não entendia a mania da Cristina de insistir em ter ursos de pelúcia no quarto.

Cristina não gostava do namorado da Paula. Sabotava alguns encontros ficando terrivelmente gripada nas sextas à noite. Como vingança, Paula colocava Cristina em situações embaraçosas, como ter que apresentar um trabalho em frente à turma toda.

Nesse seu mundo particular ela era sempre uma de cada vez. Daí que deixou todo mundo boquiaberto quando surtou num belo dia em que, ao ser repreendida pelo pai por uma nota baixa, ele disse num tom mais ríspido:

- Paula Cristina...

domingo, 16 de novembro de 2008

E vai rolar a festa...

Há umas duas semanas um amigo meu me deu um convite para ir a uma festa que ia ter em Lisboa. É claro que eu não recusei porque eu sou do tipo que, de graça, vale até injeção na testa.

Era uma festa temática, com dress code obrigatório:

- E que tipo de roupa que eu tenho que usar?
- No mínimo dos mínimos você tem que ir toda de preto. A partir daí vai até onde a tua libido deixar.
- Como assim?
- Você pode ir com qualquer roupa que seja adequada ao tema da festa.
- Que é...?
- Fetiches e BDSM.
(Ploft! Morri!)

Mas a curiosidade falou mais alto e eu intimei uma amiga a ir comigo. Manemmórta que eu ia sozinha na tal festa!!! Decidida a companhia, o passo seguinte era arrumar a roupa. Confesso que me diverti procurando no armário peças que cumprissem o dress code.

Botas, uma saia e um top. Mas, como roupa preta todo mundo tem, decidi dar uma incrementada na toilette e foi aí que comprei as tais luvas de cetim e arrematei com umas meia de rede. O toque final foi quando eu contei para uma colega de trabalho que achou super legal e basicamente me obrigou a pegar o sobretudo de couro dela emprestado.

Completamente vestida e maquiada saí de casa rezei para todos os santinhos para o meu carro não quebrar de novo. Imagina o que seria esperar o reboque vestida tipo "a dona da masmorra sadomasô"?! Ninguém merece, né?!

Ainda nem tínhamos passado na porta e eu já tinha tomado o susto da noite. 4 homens completamente vestidos com um macacão de latex (ou borracha, sei lá) preto com máscaras. Eu me assusto com isso, gente, juro! Agarrei na mão da minha amiga e disse:

- Não me deixa sozinha nem pra ir mijar, viu?

E parecia que eu tinha entrado num universo paralelo. Coleiras, grilhões, saltos altos, couro, latex, chicotes, espartilhos, algemas, máscaras. Fiquei me sentindo o ser humano mais banal do universo. Acho que não tive muito sucesso a esconder o meu espanto por ver aquilo tudo. A minha amiga por várias vezes me mandou fechar a boca e parar de olhar fixamente.

O ponto alto da noite foi quando um senhor, com idade para ser mais que meu pai, vestindo um cuecão de couro e umas correntes (juro!!!), chegou perto de mim e perguntou:

- Você é mais dominadora ou submissa?

E eu fiquei parada, boquiaberta e estarrecida, olhando para ele com cara de bunda até ele ir embora.

É como eu digo, pessoal: "a gente morre e não vê tudo".

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Blue Jeans

Toda mulher sabe o que é ter uma calça jeans no fundo do armário. Sim, essa mesmo.

Aquela calça que você usava há uns largos quilos atrás e que é tão velha que já saiu de moda e já voltou pelo menos umas três vezes.

Aquela que você nunca jogou fora na esperança (a última que morre) de voltar a caber um dia.

E é com a maior alegria que eu anuncio que a minha calça vai sair da obscuridade da gaveta e voltar a caminhar nesse mundão de meu Deus!!!

Eu até posso não estar cabendo em mim de tão contente mas, definitivamente, eu estou cabendo na calça!!!

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Rei Morto, Rei Posto

Portugal tem o Dom Sebastião, que é o rei que não morreu. Reza a lenda que ele sumiu no meio de uma batalha mas que irá regressar numa manhã (ou seria noite?!) de nevoeiro.

Eu tenho uma vocação especial para atrair os Sebastiões que andam por aí. Caras que somem assim do nada, sem mais nem menos. Não deixam nenhum sinal. Parece que evaporaram no tempo e no espaço. Aí numa bela manhã de nevoeiro resolvem voltar, também sem mais nem menos, para reclamar o trono.

Minha gente, como diz o ditado: "Rei morto, rei posto". E, além do mais, por aqui tem um feito um sol...

domingo, 9 de novembro de 2008

Vou de táxi... Cê sabe...

A minha mãe costuma dizer que gosta mais quando os filhos não ligam para ela. Parece coisa de mãe desnaturada, mas tem o seu quê de razão.

Eu sou do tipo que não ligo só para dizer que está tudo bem e mandar beijinhos. Portanto, quando num sábado à noite o telefone da minha mãe toca só quer dizer uma coisa: "Problemas". E foi assim que mal ela atendeu o telefone ontem ouviu uma voz trêmula do outro lado da linha:

- Manhêêêêêê... Meu carro quebrooooooooou!!! O que é que eu faaaaaaaaaaaço?

É pessoal, fiquei a pé ontem. Estava a caminho de um jantar com um bofescândalo e, depois de fazer uma curva, ouvi um barulhão vindo do pneu da frente do meu carro. A sorte é que eu ia devagarzinho porque se fosse mais rápido podia ter tido um acidente sério. Meu carro ficou mesmo desgovernado. Tive medo.

Consegui encostar à direita e saí do carro tremendo que nem vara verde para ver o que era, e tive a visão do inferno. O pneu estava intacto, só que estava virado num ângulo muito estranho e já não estava mais ligado ao carro. A roda saiu, minha gente!!!

Aí eu tive a reacção mais An@Lu do mundo: sentei na calçada e fiquei pensando "Ai meu Deus, e agora?" durante dez minutos. É um defeito meu, eu sempre tenho um momento de desespero antes de começar a pensar racionalmente.

Foi então que lembrei de ligar para a minha mãe. No alto dos meus quase 25 anos eu ainda me pego ligando para a mãe na hora do sufoco. É que eu nunca na minha vida tive um acidente, não fazia a mínima ideia do que era preciso fazer. Ela disse para eu ligar para a assistência em viagem da minha seguradora.

A seguradora foi impecável. Chamaram um reboque e um táxi pra me levar de volta pra casa e eu não paguei por nada.

Só tive o trabalho de ficar sentadinha na rua à espera do reboque por meia hora até me lembrar que eu podia sentar dentro do carro, e evitar aquele frio féladaputa. E quando chegou o tio do reboque ele olhou para o meu carro e depois olhou para mim com pena, como se estivesse pensando: "filha, isso vai te custar uma fortuna".

E rebocou o meu carrinho.

Agora amanhã é ligar para a seguradora e dizer o nome da oficina para eles irem deixar o meu carro e rezar para que não seja muito caro. Pelo sim pelo não já pus tudo à venda e a Estrela Regina vai ter que se começar a prostituir para colaborar com as despesas. E, se alguém aí conhecer uma oficina onde se pague com o corpo é favor deixar o endereço nos comentários.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Frio na coelhinha

Eu estou tão habituada a falar da "minha coelhinha" em duplo sentido que tem vezes que eu nem lembro que ela é um animal de verdade. Daí que eu tenha ficado bastante sobressaltada quando, a meio da manhã, recebi uma chamada de uma colega de trabalho.

- Alô?
- Olá Aninha, tudo bem? Olha, posso te fazer uma pergunta pessoal?
(Pausa dramática)
- ... Pode...
- Tu costumas cobrir a tua coelhinha quando vais dormir?
- O quêêêêê????? (Quase caí para o lado) M-Mas... Por quê você está perguntando isso????? (Voz de espanto)
- É que eu comprei um coelhinho para a minha irmã na loja de animais e queria saber se eles sentem frio à noite.
(Suspiro de alívio)
- Ah, claro! Não, não cubro porque eu deixo a minha coelhinha solta!

Estrela Regina é peludinha, por isso não sente frio!

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Breakfast at Tiffany's

Toda mulher sabe que às vezes basta um salto alto ou um decote mais atrevido para a gente mudar humor e, às vezes, até de atitude.

Olha só o que um par de luvas estilo Audrey Hepburn fez comigo:

terça-feira, 4 de novembro de 2008

And the Oscar goes to...

Já há muito tempo que eu não ficava quase uma semana sem postar. Mas é que foi uma combinação explosiva de falta de tempo, de inspiração e uma TPM dos infernos (sim, isso foi um trocadilho com o post anterior).

Mas agora eu voltei, com uma coisa para contar. Só que essa história vai ter que ficar para o próximo post porque hoje é dia de eleger os melhores blogs de 2008. Sim, eu adoro todos. E, felizmente, cada vez há mais e melhores blogs. Fica até difícil acompanhar todos. Daí que eu estabeleci um critério: dessa vez só vou nomear para este selinho blogs que eu já conhecia desde o começo do ano e que continuo lendo.

Portanto, e sem mais enrolação... The Oscar goes to:

Outro Blog da Mary
Blog do Tyler
De analgésicos e Opióides
O Elemento Fogo
Pequeno Inventário

Ok, essa lista pode parecer um bocado "os suspeitos do costume". Mas, fazer o quê? Essa gente escreve bem até dizer chega!!!

Mas isso aqui não é só chegar e dar selinho não! Porque os nomeados do selinho também estão convidados a fazer um memê que a Mari Molina me passou.

A parada é a seguinte:

- Colocar uma foto individual sua: O próximo post vai ter foto, juro!
- Escolher uma banda: Chico Buarque (e ainda estou para conhecer uma mulher que resista aqueles olhos verdes...);
- Responder somente com títulos de canções da banda/artista escolhido (Isso é fácil. Ele tem música pra tudo e mais alguma coisa!);
- Escolher 4 pessoas que respondam ao desafio, sem esquecer de avisá-los;

1) És homem ou mulher?
Beatriz, Luísa, Sílvia, Angélica, Bárbara... Acho que sou essas mulheres todas...

2) Descreva-se:
Aquela Mulher, Morena dos Olhos de Água

3) O que as pessoas acham de ti?
Essa Moça tá Diferente...

4) Como descreves o teu último relacionamento:
Cotidiano

5) Descreve o estado actual da tua relação com o teu namorado ou pretendente: Sem compromisso.

6) Onde querias estar agora?
Não Existe Pecado Ao Sul Do Equador

7) O que pensas a respeito do amor?
É tão simples...

8 ) Como é a tua vida?
Roda Viva

9) O que pedirias se pudesses ter só um desejo?
O Meu Amor

10) Escreve uma frase sábia:
Vence na Vida quem diz Sim