A comunidade hippie
E eis que nós chegamos à praia às 7 da manhã, disputando para ver quem caía no sono primeiro. Levamos as barracas de praia, toalhas e sacos cama. Cada um encostou para o seu lado e dormimos.
Era um mais largado que o outro. Uns babavam, outros roncavam e eu falava durante o sono. Isso com um montão de espanhóis pegando uma corzinha no areal de Valencia. Coisa linda de se ver.
Na hora do almoço os meninos resolveram ir buscar comida no supermercado. Trouxeram pão, presunto, queijo, tomate , sucos e cerveja. Fizemos aquela farofada bonita de se ver, de dar inveja a qualquer frequentador do piscinão de Ramos. Yes baby! Você tira a menina do subúrbio mas jamais tira o subúrbio da menina.
Com um calor desgraçado a gente ficou na praia até às sete da tarde, quando se colocou o seguinte porblema logístico:
- Gente... Eu quero tomar banho...
Descobrimos que a praia tinha uns chuveiros de água doce, para o pessoal civilizado passar o corpo pela água e tirar o sal antes de entrar no carro. Claro que aquela gente, ávida de banho e pobre até mais não olhou para o chuveiro com outros olhos.
E foi aquele mutirão com shampoo, sabonete, amaciador e toalha para os chuveirinhos da praia. Agora imagine você, espanhol, passeando pelo calçadão quando, de repente, dá de cara com um grupo de 10 pessoas dividindo o chuveiro, cheios de espuma e shampoo na cabeça.
Claro que, depois de descobrir esse lugar, nem nos preocupamos em arrumar hotel. Dava para dormir na areia e tomar banho no chuveiro. Tudo grátis.
Mas peraí? E o xixi? Bom, esse era atrás do matinho mesmo. E claro que, mesmo no mato, a solidariedade feminina continuava em alta. Por isso fomos sempre em duplas ao "banheiro". Foi aí que tive uma conversa interessantíssima com a polonesa:
- Tá calor, né?
- É. Estranho a gente falando e fazendo xixi ao mesmo tempo.´
- É. Agora já sei como os homens se sentem!
Claro que, depois de tantos banhos e mudas de roupa, chegou uma altura em que a gente já tinha meio que perdido a vergonha uns dos outros. As meninas já passeavam de calcinha, os meninos de cueca. Afinal, qual a diferença disso para um biquíni? Foi aí que eu me dei conta que a gente estava vivendo numa comunidade hippie. Banho comunitário, banheiro improvisado e sem lugar para dormir.
É, só faltou alguém com o violão para completar o cenário.
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Tomatina Trip - Parte I
The Road Trip
Estou de volta! Os últimos 3 dias foram absolutamente loucos. Tenho tanta coisa para contar que resolvi dividir tudo por partes.
Pois é, e vocês ficam se perguntando o que leva 10 pessoas a saírem do conforto do seu lar para enfrentar 12 horas de carro... Sim 10, porque acabamos tendo duas desistências de última hora.
O grupo era a coisa mais heterogênea que pode haver. Imaginem três brasileiros, uma filipina, um australiano, uma polonesa que se juntou ao pessoal lá na festa, um inglês e quatro portugueses. Se nós brigássemos teríamos um sério problema de Direito Internacional para resolver.
Saímos de Lisboa às sete da tarde, depois de um dia de trabalho, munidos de sacos cama e pouca roupa. Dividimos o pessoal e três carros e partimos para a aventura.
Viajar de noite é cansativo e eu, como co-pilota, tinha a função de não dormir e não deixar o motorista adormecer. Para isso usei todas as armas possíveis: Cantei, dancei, contei piada, falei bobagem, passei a mão na perna e quando ia ficar interessante... Ploft! O pneu do carro da frente furou.
Aí foi aquele stress. Quatro da manhã, algures em Espanha e nós mudando pneu. Quer dizer, os meninos mudaram o pneu e eu fiquei sentada no carro para não atrapalhar. Sabem como é, quem não ajuda pelo menos não atrapalha.
Foi assim que, depois de 12 horas de viagem, um pneu furado e 5 pit stops para esticar as pernas e recuperar o ânimo, chegamos a Valência.
Claro que depois da noite virada o povo queria era ir descansar. Por isso, e sem lugar para dormir, fomos direto para a praia montar acampamento.
Estou de volta! Os últimos 3 dias foram absolutamente loucos. Tenho tanta coisa para contar que resolvi dividir tudo por partes.
Pois é, e vocês ficam se perguntando o que leva 10 pessoas a saírem do conforto do seu lar para enfrentar 12 horas de carro... Sim 10, porque acabamos tendo duas desistências de última hora.
O grupo era a coisa mais heterogênea que pode haver. Imaginem três brasileiros, uma filipina, um australiano, uma polonesa que se juntou ao pessoal lá na festa, um inglês e quatro portugueses. Se nós brigássemos teríamos um sério problema de Direito Internacional para resolver.
Saímos de Lisboa às sete da tarde, depois de um dia de trabalho, munidos de sacos cama e pouca roupa. Dividimos o pessoal e três carros e partimos para a aventura.
Viajar de noite é cansativo e eu, como co-pilota, tinha a função de não dormir e não deixar o motorista adormecer. Para isso usei todas as armas possíveis: Cantei, dancei, contei piada, falei bobagem, passei a mão na perna e quando ia ficar interessante... Ploft! O pneu do carro da frente furou.
Aí foi aquele stress. Quatro da manhã, algures em Espanha e nós mudando pneu. Quer dizer, os meninos mudaram o pneu e eu fiquei sentada no carro para não atrapalhar. Sabem como é, quem não ajuda pelo menos não atrapalha.
Foi assim que, depois de 12 horas de viagem, um pneu furado e 5 pit stops para esticar as pernas e recuperar o ânimo, chegamos a Valência.
Claro que depois da noite virada o povo queria era ir descansar. Por isso, e sem lugar para dormir, fomos direto para a praia montar acampamento.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
TOMATE!!! TOMATE!!!
Não sei se vocês lembram, mas eu sempre disse que não ia morrer sem ir à Tomatina.
Já estou de malas prontas, com o pé na estrada. Conseguimos reunir 12 pessoas com uma obsessão estranha por jogar tomates uns nos outros e partiremos em caravana rumo a um retiro espiritual até Buñol, uma cidadezinha ao lado de Valência.
Ainda não temos lugar para dormir e, tendo em conta que a cidade fica cheia nesta época do ano, noites ao relento aguardam-me! Também não temos ideia do que comer, mas algo me diz que espanhóis com molho bolonhesa serão uma boa opção!
Voltarei em breve para contar como foi. Me esperem!
Já estou de malas prontas, com o pé na estrada. Conseguimos reunir 12 pessoas com uma obsessão estranha por jogar tomates uns nos outros e partiremos em caravana rumo a um retiro espiritual até Buñol, uma cidadezinha ao lado de Valência.
Ainda não temos lugar para dormir e, tendo em conta que a cidade fica cheia nesta época do ano, noites ao relento aguardam-me! Também não temos ideia do que comer, mas algo me diz que espanhóis com molho bolonhesa serão uma boa opção!
Voltarei em breve para contar como foi. Me esperem!
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
De birra
Às vezes eu queria voltar a ser criança. Só para poder fazer birra. Porque a gente cresce e tem que ser adulto e responsável. Manter a pose o tempo todo e fazer a "ice queen" (eu sou legal e nada me afeta) é cansativo.
Era tão bom poder dizer não porque não, sem uma razão lógica, sem ponderar prós e contras. Abrir o berreiro porque eu estou com sono e não me deixam dormir. O que eu não daria para não ter que ser senhora de mim o tempo todo e poder me jogar no chão chorando cada vez que alguma coisa me chateia.
Eu fico imaginando como seria engraçado isso na prática. Imaginem a cena: An@Lu entra no supermercado e vê que o preço do seu shampoo aumentou da noite para o dia. Abre o bocão e reclama: "Eu não quero pagar iiiiiiiiissoooooooooooooooooo". E fica ali sentada até o atendente dizer: "Está bem, acalme-se, hoje fazemos um desconto para a senhora".
Era tão bom poder dizer não porque não, sem uma razão lógica, sem ponderar prós e contras. Abrir o berreiro porque eu estou com sono e não me deixam dormir. O que eu não daria para não ter que ser senhora de mim o tempo todo e poder me jogar no chão chorando cada vez que alguma coisa me chateia.
Eu fico imaginando como seria engraçado isso na prática. Imaginem a cena: An@Lu entra no supermercado e vê que o preço do seu shampoo aumentou da noite para o dia. Abre o bocão e reclama: "Eu não quero pagar iiiiiiiiissoooooooooooooooooo". E fica ali sentada até o atendente dizer: "Está bem, acalme-se, hoje fazemos um desconto para a senhora".
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Multifacetada
An@Lu e amigo conversando. Ela diz:
- ... Aí eu estava no bar e comecei a cantar um fado...
- Mas você gosta de fado?
- Não.
- E você sabe cantar fado??
- Ah... Também não. Mas, continuando, depois do fado eu sentei e comecei a tocar a
guitarra portuguesa.
- Mas você sabe tocar???
- Não! Sou desprovida de qualquer talento musical. Enfim... No dia seguinte fui dançar tango com um argentino...
- Você dança tango????
- Não.
- Peraí, eu não estou entendendo nada!!!
- Ah... É que a gente sai e depois tem vinho...
- ... Aí eu estava no bar e comecei a cantar um fado...
- Mas você gosta de fado?
- Não.
- E você sabe cantar fado??
- Ah... Também não. Mas, continuando, depois do fado eu sentei e comecei a tocar a
guitarra portuguesa.
- Mas você sabe tocar???
- Não! Sou desprovida de qualquer talento musical. Enfim... No dia seguinte fui dançar tango com um argentino...
- Você dança tango????
- Não.
- Peraí, eu não estou entendendo nada!!!
- Ah... É que a gente sai e depois tem vinho...
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Monólogo da idade
- Amiiiiiiga... Eu tô velha! Sabe, me dei conta que o meu irmão vai fazer 19 anos, e ele nasceu em 1990. Eu já peguei um menino de 19 anos, mas ele ainda era de 89. Você tem a noção do que isso significa?! Já não é ilegal eu pegar caras da década seguinte à minha!!! Eu tô velha, amiga! A-CA-BA-DA! Sabe que já não é ilegal eu pegar caras que nunca viram um disco de vinil na vida? Qualquer dia eu vou poder pegar caras que não entendem aquela frase: "é nóis na fita" porque nunca viram uma fita cassete. Amiga, estou acabada. Até estou com uma dorzinha nas costas. Talvez seja artose. Ai, a idade me mata.
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Rapidinha da profissão
Amigo, muito preocupado com o meu futuro profissional, pergunta:
- E quais são os teus planos para quando você deixar o escritório?
- Estou começando um projecto meu.
- Legal! Também é na área do Direito?
- Pelamordedeus não!!! Sabe, a advocacia é que nem a prostituição: uma pessoa está sempre querendo sair dessa vida.
- E quais são os teus planos para quando você deixar o escritório?
- Estou começando um projecto meu.
- Legal! Também é na área do Direito?
- Pelamordedeus não!!! Sabe, a advocacia é que nem a prostituição: uma pessoa está sempre querendo sair dessa vida.
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Perfume
Chegada essa altura, eu já deveria conseguir olhar para ele com relativa indiferença. Já deveria ser possível pensar nele sem aperto no peito.
Não é que eu não tenha seguido em frente. Eu mudei e finalmente deixei de suspirar pelo que poderia ter sido.
Porque os lençóis já foram lavados vezes sem conta. Já perdi o rastro ao número dos banhos que tomei. O problema é que o cheiro dele vem das lembranças. Que nem cheiro de terra molhada, de grama acabada de cortar, de fim de tarde na praia. O perfume que eu reconheceria no meio multidão.
Se ele tivesse me dado alguma coisa, escrito uma carta de amor, seria fácil. Materializar a pessoa, rasgá-la e jogar no lixo. Bem mais fácil. Mas ele, quando foi embora, só me deixou memórias. Memórias e um fantasma que vagava pelo meu pensamento.
E, afinal, o que somos nós senão um amontoado de lembranças, grudadas com alguns aprendizados?
Não é que eu não tenha seguido em frente. Eu mudei e finalmente deixei de suspirar pelo que poderia ter sido.
Porque os lençóis já foram lavados vezes sem conta. Já perdi o rastro ao número dos banhos que tomei. O problema é que o cheiro dele vem das lembranças. Que nem cheiro de terra molhada, de grama acabada de cortar, de fim de tarde na praia. O perfume que eu reconheceria no meio multidão.
Se ele tivesse me dado alguma coisa, escrito uma carta de amor, seria fácil. Materializar a pessoa, rasgá-la e jogar no lixo. Bem mais fácil. Mas ele, quando foi embora, só me deixou memórias. Memórias e um fantasma que vagava pelo meu pensamento.
E, afinal, o que somos nós senão um amontoado de lembranças, grudadas com alguns aprendizados?
domingo, 16 de agosto de 2009
Correndo para o abraço
A campanha existe a nível mundial mas, em Portugal, foi um turco chamado Mustafa que resolveu agitar as massas e implementar este projecto por terras Lusas.
Foi assim que ontem teve lugar ao meu 1º evento de "Free Hugs" em Lisboa. A ideia é bastante simples: basta juntar um grupo de gente bem disposta e animada, cada um com o seu cartaz anunciando a que vem: Free Hugs. Ou seja, abraços grátis.
Depois é só pegar nessa galera, posicionada num local estratégico onde passa bastante gente e começar a abraçar todo mundo. O "point" escolhido foi em frente aos armazéns do Chiado.
Parece meio coisa de doido, não é? Mas acho que há muito tempo que não me divertia tanto! E tinha abraço para todos os gostos. Abraços brasileiros, portugueses, turcos, argentinos, ingleses, australianos, franceses, holandeses, alemães, angolanos, belgas, americanos... Teve abraço correndo, abraço no carro, no polícia, abraço de grupo, abraço com beijinho, abraço de lado meio sem querer ser abraçado... Enfim, ontem no Chiado, dava mesmo para abraçar o mundo de vários jeitos!
O legal foi ver as pessoas aderindo, principalmente as pessoas de mais idade, que mesmo sem perceberem nada de inglês para ler os cartazes, entendiam muito de abraço.
Claro que tinha aquela gente mau humorada, que está tão fechada no seu mundinho, que nem um abraço aceita. Mas, o que vale, é que esses era uma escassa minoria pois, no geral, o povo aderiu muito bem e ontem foi um dia em que Lisboa esteve, definitivamente, de braços abertos para o mundo.
(Zoe, 3 anos, Alemanha: A nossa mascote!)
Foi assim que ontem teve lugar ao meu 1º evento de "Free Hugs" em Lisboa. A ideia é bastante simples: basta juntar um grupo de gente bem disposta e animada, cada um com o seu cartaz anunciando a que vem: Free Hugs. Ou seja, abraços grátis.
(Casey: Pós doutorada pela Univ. de Cambridge em abraços)
Depois é só pegar nessa galera, posicionada num local estratégico onde passa bastante gente e começar a abraçar todo mundo. O "point" escolhido foi em frente aos armazéns do Chiado.
(Diana: Aquela que, literalmente, corre para o abraço)
Parece meio coisa de doido, não é? Mas acho que há muito tempo que não me divertia tanto! E tinha abraço para todos os gostos. Abraços brasileiros, portugueses, turcos, argentinos, ingleses, australianos, franceses, holandeses, alemães, angolanos, belgas, americanos... Teve abraço correndo, abraço no carro, no polícia, abraço de grupo, abraço com beijinho, abraço de lado meio sem querer ser abraçado... Enfim, ontem no Chiado, dava mesmo para abraçar o mundo de vários jeitos!
(Toby: Muito eu abracei esse australiano!)
O legal foi ver as pessoas aderindo, principalmente as pessoas de mais idade, que mesmo sem perceberem nada de inglês para ler os cartazes, entendiam muito de abraço.
(Hugo: O grande abraço lusitano!)
Claro que tinha aquela gente mau humorada, que está tão fechada no seu mundinho, que nem um abraço aceita. Mas, o que vale, é que esses era uma escassa minoria pois, no geral, o povo aderiu muito bem e ontem foi um dia em que Lisboa esteve, definitivamente, de braços abertos para o mundo.
sábado, 15 de agosto de 2009
Palavras para quê #3
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
An@Lu responde
"Ana vc pode informar se tem como comprar a passagem lisboa a sevilla de onibus pela net ? vc lembra o nome da empresa? quero fazer esse trajeto mas ainda não consegui essa informação...
se puder responder eu agradeço"
Querido Viajante Anônimo (Ah gente, sempre sonhei em responder algo assim, bem estilo revista feminina),
A empresa que faz o trajecto Lisboa - Sevilha é a Alsa (www.alsa.es). Na altura eu não consegui fazer a compra on line. Por isso, fui directo na estação de ônibus de Sete Rios que fica perto da saída do metrô. Comprei o bilhete num balcão específico para trajectos internacionais. Creio que não é preciso muita antecedência porque os ônibus Sevilla/Lisboa raramente vão cheios.
Agora... Um conselho... Se prepare para 7 horas de buzão. Chega a ser excruciante!
terça-feira, 11 de agosto de 2009
Just a thought
When you’re young, your whole life is about the pursuit of fun. Then, you grow up and learn to be cautious. You could break a bone or a heart. You look before you leap and sometimes you don’t leap at all because there’s not always someone there to catch you. And in life, there’s no safety net. When did it stop being fun and start being scary?
Sex and The City
Sex and The City
domingo, 9 de agosto de 2009
Bar, sono e Harry Potter
Se existe um lugar boêmio em Lisboa, este lugar dá pelo nome de Tejo Bar. Eu sei que fica em Alfama, mas não me perguntem exactamente onde.
Não há duas noites iguais no Tejo bar. Isto porque a música é sempre tocada pelos próprios frequentadores do local. Isso mesmo. O bar está dotado de violão, teclado, guitarra portuguesa, cavaquinho e pandeiro para você fazer o som que quiser.
Ou seja, o repertório varia conforme varia o público. Se num dia estiver cheio de ingleses, poderemos ter uma noite só de Beatles. Com brasileiros, teremos bossa nova e, é claro, tem sempre alguém que toca Raul. Argentinos tocam tango sem muito espaço para dançar. Mas o dono do bar, um brasileiro que já perdeu a conta ao tempo que está em Lisboa, esse gosta mesmo é de fado.
Só para terem uma ideia do ambiente que se vive lá, fica aqui uma pequena amostra:
Nesse bar que eu tive uma daquelas saídas históricas. De sexta para sábado eu tinha entrado na combinação Absinto + Suco de maracujá. Resultado, aquilo me deu um bode desgraçado. Vocês podem não saber, mas eu tenho a habilidade de dormir em qualquer lugar. Qualquer lugar MESMO! Chega até a ser ridículo.
Foi assim que, sem conseguir manter os olhos abertos, eu dormi sentada num cantinho do Tejo Bar. Quando os meus amigos me acordaram para ir emobra, a Cris anunciou:
- An@Lu, hoje você dorme lá em casa.
E eu, falando muito sério (porque todo bêbado fala sério), disse:
- Não posso. Eu preciso dormir na minha casa.
- Mas por que?
- Por causa da protecção da minha casa, eu tenho que dormir lá. Que nem o Harry Potter.
Quem entendeu começou a rir. Quem não entendeu, riu também. E, depois dessa, com ou sem protecção a verdade é que eu não dormi em casa.
Não há duas noites iguais no Tejo bar. Isto porque a música é sempre tocada pelos próprios frequentadores do local. Isso mesmo. O bar está dotado de violão, teclado, guitarra portuguesa, cavaquinho e pandeiro para você fazer o som que quiser.
Ou seja, o repertório varia conforme varia o público. Se num dia estiver cheio de ingleses, poderemos ter uma noite só de Beatles. Com brasileiros, teremos bossa nova e, é claro, tem sempre alguém que toca Raul. Argentinos tocam tango sem muito espaço para dançar. Mas o dono do bar, um brasileiro que já perdeu a conta ao tempo que está em Lisboa, esse gosta mesmo é de fado.
Só para terem uma ideia do ambiente que se vive lá, fica aqui uma pequena amostra:
Nesse bar que eu tive uma daquelas saídas históricas. De sexta para sábado eu tinha entrado na combinação Absinto + Suco de maracujá. Resultado, aquilo me deu um bode desgraçado. Vocês podem não saber, mas eu tenho a habilidade de dormir em qualquer lugar. Qualquer lugar MESMO! Chega até a ser ridículo.
Foi assim que, sem conseguir manter os olhos abertos, eu dormi sentada num cantinho do Tejo Bar. Quando os meus amigos me acordaram para ir emobra, a Cris anunciou:
- An@Lu, hoje você dorme lá em casa.
E eu, falando muito sério (porque todo bêbado fala sério), disse:
- Não posso. Eu preciso dormir na minha casa.
- Mas por que?
- Por causa da protecção da minha casa, eu tenho que dormir lá. Que nem o Harry Potter.
Quem entendeu começou a rir. Quem não entendeu, riu também. E, depois dessa, com ou sem protecção a verdade é que eu não dormi em casa.
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
Just Married!
Sábado foi o casamento minha Joaninha. Uma das primeiras pessoas que eu conheci em Portugal, há onze anos. Tínhamos uma amiga em comum que nos apresentou. Foi ódio à primeira vista. Eu achava ela muito “indie” e ela me achava patricinha demais. Mas, como nós duas éramos amigas da Marina, tínhamos que nos aturar. Até que um dia a nossa amiga comum pegou um menino que eu gostava e eu deixei de falar com ela. Sim, é infantil. Mas eu tinha 15 anos, ok? Uns tempos depois a Joana também acabou brigando com essa menina por um motivo que eu já não lembro.
Já estávamos tão habituadas à presença uma da outras nas festinhas que começamos a sair juntas, mesmo sem a amiga em comum. Acabamos nos conhecendo melhor. Afinal a Joaninha era, de facto, bastante “indie”, mas não deixava de ser uma pessoa maneira pacaraleo. E eu... Bem, de facto era um pouco “paty”, mas isso foi antes de virar An@Lu.
Por causa de uma viagem a Sevilha, a Joaninha e eu deixamos de nos falar por 6 meses. Isso durou até a gente se encontrar numa festa, onde ela me agarrar pelo braço, me botou sentada na frente dela e disse:
- Vamos lá acabar com essa bobagem de andar brigadas.
Depois veio a faculdade, vieram os namorados, as bebedeiras (as minhas, porque a Joana sempre foi certinha demais) os amigos novos e, por fim, os empregos. Ela foi passar 6 meses estudando no Japão e outros 6 em Londres. Nessa altura eu estava comprando casa e não pude visitá-la. Tudo isso acabou com que nós deixássemos de nos ver com tanta frequência. Apesar de não sermos aquelas amigas que dão nojo por estarem sempre grudadas, somos inseparáveis. É aquela coisa de saber que uma poderá sempre contar com a outra, mesmo que a gente não se fale todos os dias e, às vezes, nem todas as semanas.
Quando ela finalmente voltou a fixar acampamento em terras lusas, combinamos de nos encontrar pelo menos duas vezes por mês para botar as fofocas em dia. O plano nem sempre deu certo. Às vezes quando nos encontávamos eu já tinha trocando de bofescândalo 3 vezes.
Num desses jantares a Joaninha disse “en passant” que tinha conhecido um cara nas danças de salão e que tinha ido à praia com ele. Mas que ele era um chato e não tinha nenhuma conversa interessante. Dois anos depois eles casaram.
A cerimônia civil demorou dez minutos. Depois foi só a festa. Ela estava linda de noiva e eu fui fazer cabelo e maquiagem e, modéstia à parte, também não fiquei nada mal. Tirando o vestido e o buffet, a festa não teve nada de tradicional. Os noivos abriram o baile dançando salsa ao som de Alanis Morrissete. Teve aulas de dança com um professor cubano que eu cismei que se chamava “Chocolate, o Furacão Cubano”. Na verdade ele se chamava Angél. Não tinha amigos solteiros do noivo para dar em cima, também não peguei o buquê (na verdade dei um passo ao lado na hora que ela jogou). Mas me acabei de tanto dançar e os meus cachinhos, ao fim da trde, eram apenas um pequeno ondulado.
Amei! E confesso que a ideia da festa de casamento já nem é tão bizarra assim.
Já estávamos tão habituadas à presença uma da outras nas festinhas que começamos a sair juntas, mesmo sem a amiga em comum. Acabamos nos conhecendo melhor. Afinal a Joaninha era, de facto, bastante “indie”, mas não deixava de ser uma pessoa maneira pacaraleo. E eu... Bem, de facto era um pouco “paty”, mas isso foi antes de virar An@Lu.
Por causa de uma viagem a Sevilha, a Joaninha e eu deixamos de nos falar por 6 meses. Isso durou até a gente se encontrar numa festa, onde ela me agarrar pelo braço, me botou sentada na frente dela e disse:
- Vamos lá acabar com essa bobagem de andar brigadas.
Depois veio a faculdade, vieram os namorados, as bebedeiras (as minhas, porque a Joana sempre foi certinha demais) os amigos novos e, por fim, os empregos. Ela foi passar 6 meses estudando no Japão e outros 6 em Londres. Nessa altura eu estava comprando casa e não pude visitá-la. Tudo isso acabou com que nós deixássemos de nos ver com tanta frequência. Apesar de não sermos aquelas amigas que dão nojo por estarem sempre grudadas, somos inseparáveis. É aquela coisa de saber que uma poderá sempre contar com a outra, mesmo que a gente não se fale todos os dias e, às vezes, nem todas as semanas.
Quando ela finalmente voltou a fixar acampamento em terras lusas, combinamos de nos encontrar pelo menos duas vezes por mês para botar as fofocas em dia. O plano nem sempre deu certo. Às vezes quando nos encontávamos eu já tinha trocando de bofescândalo 3 vezes.
Num desses jantares a Joaninha disse “en passant” que tinha conhecido um cara nas danças de salão e que tinha ido à praia com ele. Mas que ele era um chato e não tinha nenhuma conversa interessante. Dois anos depois eles casaram.
A cerimônia civil demorou dez minutos. Depois foi só a festa. Ela estava linda de noiva e eu fui fazer cabelo e maquiagem e, modéstia à parte, também não fiquei nada mal. Tirando o vestido e o buffet, a festa não teve nada de tradicional. Os noivos abriram o baile dançando salsa ao som de Alanis Morrissete. Teve aulas de dança com um professor cubano que eu cismei que se chamava “Chocolate, o Furacão Cubano”. Na verdade ele se chamava Angél. Não tinha amigos solteiros do noivo para dar em cima, também não peguei o buquê (na verdade dei um passo ao lado na hora que ela jogou). Mas me acabei de tanto dançar e os meus cachinhos, ao fim da trde, eram apenas um pequeno ondulado.
Amei! E confesso que a ideia da festa de casamento já nem é tão bizarra assim.
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
3 anos
Eu meio que estou tendo uma crise de meia idade agora aos 25. Há uns tempos atrás estava rolando um memê no twitter de #ha3anos. Muita gente falou do dia em que São Paulo parou por causa dos ataques do PCC.
Alheia a tudo isso devido à distância (é gente, longe da vista, longe do coração), pensei na minha vida há 3 anos atrás.
Pois vejam que eu, no alto dos meus 22 anos de idade, tinha o descaramento de pensar que a vida estava "all figured out".
Em 2006 eu tinha um namorado de longa data que eu adorava e nós já morávamos juntos há um ano. Pois é, talvez alguns leitores fiquem surpreendidos por saberem que eu já fui "semi-casada". Eu digo "semi" porque só faltou o detalhe do papel.
Em Julho desse ano eu tinha acabado de terminar a faculdade e tinha sido recentemente promovida para a Supervisão da empresa antiga. Eu geria uma equipe de 15 pessoas e o outro supervisor de turno pode ser considerado o melhor colega de trabalho que eu já tive até hoje. Nunca nos "atropelamos" nem tivemos rivalidades bobas.
Aos 22 anos eu tive que despedir um cara que tinha 2 filhos porque ele não era bom para a função que desempenhava. Ele era legal e tinha milhões de qualidades que o tornavam uma boa pessoa. Era impossível não gostar dele. Só que, apesar de todas essas vantagens, o cara não era talhado para atendimento de Call Center. Foi difícil e eu acho que eu chorei mais com o despedimento dele do que com o meu, 3 anos depois.
Pois é, aos 22 eu me sentia no topo do mundo com casa, "marido", um emprego bacana que, apesar de não ter nada a ver com a minha área de estudos, pagava bem e terminado a faculdade.
A primeira mudança foi quando eu decidi fazer valer o diploma e mudei para um emprego que tivesse a ver com o meu curso. Três anos depois estou deixando esse emprego.
Depois o casamento "subiu no telhado". Há quem diga que foi a crise dos 7 anos, mas eu prefiro chamar de "rotina". Engraçado que, depois disso, nunca mais tive ninguém que eu pudesse encher a boca para chamar de "namorado".
Nesse meio tempo viajei acompanhada, viajei (mais) sozinha, passei a morar sozinha, comecei este blog, hospedei estrangeiros, conheci gente legal, comecei o jiu jitsu, passei uns apertos mas sempre deu tudo certo no final.
E, hoje, eu definitivamente não sou a mesma An@Lu de há 3 anos. E, aquela que achava que tinha a vida toda definida, hoje sabe que definições há poucas e, mesmo dessas há que duvidar.
Alheia a tudo isso devido à distância (é gente, longe da vista, longe do coração), pensei na minha vida há 3 anos atrás.
Pois vejam que eu, no alto dos meus 22 anos de idade, tinha o descaramento de pensar que a vida estava "all figured out".
Em 2006 eu tinha um namorado de longa data que eu adorava e nós já morávamos juntos há um ano. Pois é, talvez alguns leitores fiquem surpreendidos por saberem que eu já fui "semi-casada". Eu digo "semi" porque só faltou o detalhe do papel.
Em Julho desse ano eu tinha acabado de terminar a faculdade e tinha sido recentemente promovida para a Supervisão da empresa antiga. Eu geria uma equipe de 15 pessoas e o outro supervisor de turno pode ser considerado o melhor colega de trabalho que eu já tive até hoje. Nunca nos "atropelamos" nem tivemos rivalidades bobas.
Aos 22 anos eu tive que despedir um cara que tinha 2 filhos porque ele não era bom para a função que desempenhava. Ele era legal e tinha milhões de qualidades que o tornavam uma boa pessoa. Era impossível não gostar dele. Só que, apesar de todas essas vantagens, o cara não era talhado para atendimento de Call Center. Foi difícil e eu acho que eu chorei mais com o despedimento dele do que com o meu, 3 anos depois.
Pois é, aos 22 eu me sentia no topo do mundo com casa, "marido", um emprego bacana que, apesar de não ter nada a ver com a minha área de estudos, pagava bem e terminado a faculdade.
A primeira mudança foi quando eu decidi fazer valer o diploma e mudei para um emprego que tivesse a ver com o meu curso. Três anos depois estou deixando esse emprego.
Depois o casamento "subiu no telhado". Há quem diga que foi a crise dos 7 anos, mas eu prefiro chamar de "rotina". Engraçado que, depois disso, nunca mais tive ninguém que eu pudesse encher a boca para chamar de "namorado".
Nesse meio tempo viajei acompanhada, viajei (mais) sozinha, passei a morar sozinha, comecei este blog, hospedei estrangeiros, conheci gente legal, comecei o jiu jitsu, passei uns apertos mas sempre deu tudo certo no final.
E, hoje, eu definitivamente não sou a mesma An@Lu de há 3 anos. E, aquela que achava que tinha a vida toda definida, hoje sabe que definições há poucas e, mesmo dessas há que duvidar.
A-DO-RO!
O que eu mais gosto no meu blog são esses leitores que adoram ver o circo pegar fogo. Não fosse assim meu post anterior não teria recebido o seguinte comentário:
Anónimo disse...
Ih, tô pecebendo um clima no ar!!! Convite pra jantar e msn assim como quem não quer nada! Ah, Ricardo, chama logo ela pra sair, ou vai no Chorinho encontrar com ela. Boa sorte aos dois!
Ricardo, a galera está na torcida!
Anónimo disse...
Ih, tô pecebendo um clima no ar!!! Convite pra jantar e msn assim como quem não quer nada! Ah, Ricardo, chama logo ela pra sair, ou vai no Chorinho encontrar com ela. Boa sorte aos dois!
Ricardo, a galera está na torcida!
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
As melhores terças de Lisboa
Recentemente, e através do Couchsurfing (joga no google), descobri um óptimo lugar para passar as terças feiras à noite.
Trata-se de uma Roda de Choro, bem no coração de Lisboa. Para quem não sabe, e antes que pensem que eu me juntei a uma seita de carpideiras descontroladas, o "chorinho" é um ritmo tipicamente brasileiro.
Essa festa tem lugar no Lusitano Clube em Alfama, todas as terças a das 22:30 às 0:30. Os caras que tocam se vestem como os típicos malandros e o clima lembra as gafieiras cariocas.
Claro que, sendo a uma terça feira, e eu como sempre fui responsável e detestava chegar com cara amassada no escritório no dia seguinte, nunca tinha ido. Isso até ao meu querido chefinho me dar o belo do aviso prévio. Foi aí que eu pensei: "Quer saber, dane-se se no dia seguinte eu aparecer lá com cara amassada de quem só dormiu 4 horas!".
E então eu escrevi o seguinte post no grupo de Lisboa do Couchsurfing:
"I know Lisbon CS members usually go to Roda de Choro on Tuesdays. I was told it is really cool.
Well... I never came because I had to wake up early the next morning to work. But now I'm jobless and want to celebrate it by going there tonight. Anyone cares to share a beer and celebrate my new "status" in Lusitano Clube tonight?"
Para minha surpesa, cerca de 20 pessoas que eu não conhecia de lado nenhum apareceram para "celebrar" comigo. O pessoal chegava perto de mim e dizia: "Ah, você que é a desmpregada! Toma, bebe uma cerveja." Foi a injeção de energia positiva que eu precisava.
A partir daí virei fã. Pela música e pelo ambiente. Melhor não há.
PS: Se quiserem me adicionar no MSN o endereço é esse aqui: ana_lu_macedo [@] hotmail [.] com
Trata-se de uma Roda de Choro, bem no coração de Lisboa. Para quem não sabe, e antes que pensem que eu me juntei a uma seita de carpideiras descontroladas, o "chorinho" é um ritmo tipicamente brasileiro.
Essa festa tem lugar no Lusitano Clube em Alfama, todas as terças a das 22:30 às 0:30. Os caras que tocam se vestem como os típicos malandros e o clima lembra as gafieiras cariocas.
Claro que, sendo a uma terça feira, e eu como sempre fui responsável e detestava chegar com cara amassada no escritório no dia seguinte, nunca tinha ido. Isso até ao meu querido chefinho me dar o belo do aviso prévio. Foi aí que eu pensei: "Quer saber, dane-se se no dia seguinte eu aparecer lá com cara amassada de quem só dormiu 4 horas!".
E então eu escrevi o seguinte post no grupo de Lisboa do Couchsurfing:
"I know Lisbon CS members usually go to Roda de Choro on Tuesdays. I was told it is really cool.
Well... I never came because I had to wake up early the next morning to work. But now I'm jobless and want to celebrate it by going there tonight. Anyone cares to share a beer and celebrate my new "status" in Lusitano Clube tonight?"
Para minha surpesa, cerca de 20 pessoas que eu não conhecia de lado nenhum apareceram para "celebrar" comigo. O pessoal chegava perto de mim e dizia: "Ah, você que é a desmpregada! Toma, bebe uma cerveja." Foi a injeção de energia positiva que eu precisava.
A partir daí virei fã. Pela música e pelo ambiente. Melhor não há.
PS: Se quiserem me adicionar no MSN o endereço é esse aqui: ana_lu_macedo [@] hotmail [.] com
domingo, 2 de agosto de 2009
Obrigada!
Era uma vez quatro senhores que, em 1967, cantaram tudo aquilo que eu preciso dizer agora.
Esta é uma maneira de dizer obrigada a todos que, de qualquer forma, mostraram apoio nesta minha nova fase.
PS: Caríssimos leitores de Portugal, estariam interessados em combinar um jantar?
Esta é uma maneira de dizer obrigada a todos que, de qualquer forma, mostraram apoio nesta minha nova fase.
PS: Caríssimos leitores de Portugal, estariam interessados em combinar um jantar?
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