Outro dia fui almoçar com uns amigos do antigo trabalho. Foi bom porque, mal eu cheguei, fui coberta de elogios: que eu estou mais magra, que estou com boa cara, que o meu cabelo está lindo, e que eu pareço feliz e descansada.
Claro que eu tenho preocupações de dinheiro. Arrumei um emprego só para me manter e dar tempo para procurar coisa melhor sem a corda no pescoço. Ainda não desisti do meu projecto, que tem avançado lentamente.
Me senti há anos luz de diferença do pessoal. Senti, definitivamente, que aquele já não é o meu mundo. Eu falei das festas, da animação, dos estrangeiros. Eles reclamaram do patrão, da empresa que está cada vez pior, do mercado que não está fácil. Só de pensar que há três meses atrás eu estava sentada do "outro lado", amarga, sisuda, cansada e reclamando, me deu um frio na espinha.
E isso, sem contar que estou me apaixonando... Bom, mas essa história fica para outro dia!
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
terça-feira, 29 de setembro de 2009
Amelie Poulin
Não adianta, talvez eu não seja talhada para filmes de culto. Talvez eu seja um ser de cultura de massas... Mas a vontade que eu tenho de esganar a Amélie Poulin cena sim, cena sim é absurda!
Ainda outro dia estava falando disso com um amigo. Ele, claro, defensor acérrimo do filme. E eu sem entender todo o "hype" gerado pela história. Eu já tinha visto a "Amelie" há muito tempo e lembro de não ter gostado. Resolvi ver de novo. Existem uns filmes que fazem mais sentido noutras fases da nossa vida.
Mas este não é o caso. A minha opinião mantem-se firme! Porque sabem aqueles personagens que te tiram do sério?! Ela consegue fazer isso comigo. Mulherzinha boboca e sem graça, passa o filme inteiro com cara de cachorro que caiu do caminhão da mudança. Aliás, a mesma cara que a atriz transpôs para o Código de Da Vinci.
Existem alguns atores que só tem uma expressão facial, tipo a mulher do Tim Burton, que só sabe fazer cara de louca. A Audrey Tatou é a mesmíssima coisa. A diferença é que ela só sabe fazer cara de bunda.
Eu adoro personagens paranóicos, mal humorados e sarcásticos (oi, mais alguém vê o Dr. House?!) e me identifico com eles. E a Amelie, para mim, é simplesmente boba. Talvez eu seja demasiado céptica, talvez tenha perdido o sentido de romance, mas a verdade é cada cinco segundos a minha vontade era entrar pela tela a dentro e dar um abanão na Amélie.
O que vale é que o namorado dela era outro chato de galochas. E o fabuloso destino deles será terem filhinhos chatinhos, a cara da mãe!
Ainda outro dia estava falando disso com um amigo. Ele, claro, defensor acérrimo do filme. E eu sem entender todo o "hype" gerado pela história. Eu já tinha visto a "Amelie" há muito tempo e lembro de não ter gostado. Resolvi ver de novo. Existem uns filmes que fazem mais sentido noutras fases da nossa vida.
Mas este não é o caso. A minha opinião mantem-se firme! Porque sabem aqueles personagens que te tiram do sério?! Ela consegue fazer isso comigo. Mulherzinha boboca e sem graça, passa o filme inteiro com cara de cachorro que caiu do caminhão da mudança. Aliás, a mesma cara que a atriz transpôs para o Código de Da Vinci.
Existem alguns atores que só tem uma expressão facial, tipo a mulher do Tim Burton, que só sabe fazer cara de louca. A Audrey Tatou é a mesmíssima coisa. A diferença é que ela só sabe fazer cara de bunda.
Eu adoro personagens paranóicos, mal humorados e sarcásticos (oi, mais alguém vê o Dr. House?!) e me identifico com eles. E a Amelie, para mim, é simplesmente boba. Talvez eu seja demasiado céptica, talvez tenha perdido o sentido de romance, mas a verdade é cada cinco segundos a minha vontade era entrar pela tela a dentro e dar um abanão na Amélie.
O que vale é que o namorado dela era outro chato de galochas. E o fabuloso destino deles será terem filhinhos chatinhos, a cara da mãe!
domingo, 27 de setembro de 2009
Obladi Oblada
Eu sempre digo que para cada situação da vida há uma música dos Beatles. E esses quatro rapazes sabiam do que falavam quando cantaram que: "life goes on bra,
Lala how the life goes on".
Porque eu já era para ter escrito outra coisa, mas o que escrever depois de um post que diz: "oi, minha avó tem alzheimer"?
Parece errado falar da festa que teve, do bofescândalo alemão que está na minha casa ou fazer uma piada sobre uma situação qualquer. Mas a verdade é que a vida não para, quem para somos nós. E, com certeza, vovó não ia querer que eu parasse.
Talvez o melhor seja começar por agradecer a todos pelo carinho.
Estrela Regina agradece também. Aliás, ela tinha escrito um post, mas estava cheio de erros. Então, antes de eventualmente publicá-lo por aqui, eu queria esclarecer que ela foi alfabetizada em coelhês.
Lala how the life goes on".
Porque eu já era para ter escrito outra coisa, mas o que escrever depois de um post que diz: "oi, minha avó tem alzheimer"?
Parece errado falar da festa que teve, do bofescândalo alemão que está na minha casa ou fazer uma piada sobre uma situação qualquer. Mas a verdade é que a vida não para, quem para somos nós. E, com certeza, vovó não ia querer que eu parasse.
Talvez o melhor seja começar por agradecer a todos pelo carinho.
Estrela Regina agradece também. Aliás, ela tinha escrito um post, mas estava cheio de erros. Então, antes de eventualmente publicá-lo por aqui, eu queria esclarecer que ela foi alfabetizada em coelhês.
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
A vovó e o alemão
No tempo em que muitas meninas faziam pouco mais do que aprenderem a tocar piano e a serem futuras esposas, ela rompeu com as tradições. O pai morreu num naufrágio e alguém tinha que trabalhar em casa. Por isso mesmo, nunca aprendeu a cozinhar.
Isso fez com que a moral da minha mãe para me ensinar tarefas domésticas baixasse bastante. Desde pequenininha me lembro de responder:
- Mas a vovó não sabe nem fritar um ovo.
Ela é sagitariana, mas daquelas que não fala muito. Viajou bastante. Trabalhou numa companhia aérea. Visitou Portugal e fez compras na "Rua do Ouro" quando esta era ainda quase exclusiva dos ourives. Foi morar sozinha, nunca casou e nem teve filhos.
E agora é legítimo que vocês perguntem como eu tenho uma avó que não tem filhos. Verdade seja dita, ela é tia-avó. Mas sempre foi beeeem mais avó do que tia. Ai de quem disser que ela não é minha avó!
Ela trazia presentes das viagens. Todo ano ia ao Paraguai comprar muamba. Daí que eu tenha sido a primeira da minha turma a ter um iô-iô com luzes e música. Depois que eu cresci, ela me deu uma colcha feita a mão que é uma verdadeira obra de arte. Daquelas que a gente nem põe na cama para não estragar.
Foi a vovó que me ensinou a importância de um voto consciente, porque mesmo depois da idade obrigatória, nunca falhou uma eleição. Também tentou me ensinar tricô, mas isso não teve jeito. Sempre foi a pessoa mais organizada que eu já conheci. Super pontual e perfeccionista, nunca deixou ninguém de casa esquecer nenhum compromisso.
Isso foi até a gente descobrir um senhor alemão que passou a chatear-lhe a cabeça. Talvez vocês o conheçam e, alguns, de certeza que já o viram bem de perto. Mas nunca pelos melhores motivos.
Pois é, vovó - e agora todos nós - temos que conviver com o tal senhor. Nem sempre é fácil. Ele chaga-lhe tanto o juízo que as vezes ela esquece das coisas mais bobas. Logo ela que nunca falhou um compromisso, agora tem de ser diariamente lembrada da hora do remédio.
É estranho vê-la com ele. Porque ela sempre foi aquela pessoa ligada em tudo. Mesmo quando estava sentada lendo, ela sabia de tudo ao seu redor. E agora é diferente. Parece alheia do mundo, olhando para tudo como se fosse a primeira vez.
A minha outra avó diz que vive rezando para o alemão ir embora mas, segundo ouvi dizer, ele quando vem é para ficar. E ele é daquele tipinho tipo espaçoso, sabem? Daqueles que vai se infiltrando aos poucos até tomar a casa toda.
Isso dói. Dói a cada pergunta, dói a cada frase fora de contexto, dói ver vazio onde a gente sempre viu luz. E eu, que até nem sou assim muito ciumenta, dessa vez estou a beira de um ataque.
Qualquer dia eu sento a mão na cara desse fulano por estar roubando a minha vovó de mim!
Isso fez com que a moral da minha mãe para me ensinar tarefas domésticas baixasse bastante. Desde pequenininha me lembro de responder:
- Mas a vovó não sabe nem fritar um ovo.
Ela é sagitariana, mas daquelas que não fala muito. Viajou bastante. Trabalhou numa companhia aérea. Visitou Portugal e fez compras na "Rua do Ouro" quando esta era ainda quase exclusiva dos ourives. Foi morar sozinha, nunca casou e nem teve filhos.
E agora é legítimo que vocês perguntem como eu tenho uma avó que não tem filhos. Verdade seja dita, ela é tia-avó. Mas sempre foi beeeem mais avó do que tia. Ai de quem disser que ela não é minha avó!
Ela trazia presentes das viagens. Todo ano ia ao Paraguai comprar muamba. Daí que eu tenha sido a primeira da minha turma a ter um iô-iô com luzes e música. Depois que eu cresci, ela me deu uma colcha feita a mão que é uma verdadeira obra de arte. Daquelas que a gente nem põe na cama para não estragar.
Foi a vovó que me ensinou a importância de um voto consciente, porque mesmo depois da idade obrigatória, nunca falhou uma eleição. Também tentou me ensinar tricô, mas isso não teve jeito. Sempre foi a pessoa mais organizada que eu já conheci. Super pontual e perfeccionista, nunca deixou ninguém de casa esquecer nenhum compromisso.
Isso foi até a gente descobrir um senhor alemão que passou a chatear-lhe a cabeça. Talvez vocês o conheçam e, alguns, de certeza que já o viram bem de perto. Mas nunca pelos melhores motivos.
Pois é, vovó - e agora todos nós - temos que conviver com o tal senhor. Nem sempre é fácil. Ele chaga-lhe tanto o juízo que as vezes ela esquece das coisas mais bobas. Logo ela que nunca falhou um compromisso, agora tem de ser diariamente lembrada da hora do remédio.
É estranho vê-la com ele. Porque ela sempre foi aquela pessoa ligada em tudo. Mesmo quando estava sentada lendo, ela sabia de tudo ao seu redor. E agora é diferente. Parece alheia do mundo, olhando para tudo como se fosse a primeira vez.
A minha outra avó diz que vive rezando para o alemão ir embora mas, segundo ouvi dizer, ele quando vem é para ficar. E ele é daquele tipinho tipo espaçoso, sabem? Daqueles que vai se infiltrando aos poucos até tomar a casa toda.
Isso dói. Dói a cada pergunta, dói a cada frase fora de contexto, dói ver vazio onde a gente sempre viu luz. E eu, que até nem sou assim muito ciumenta, dessa vez estou a beira de um ataque.
Qualquer dia eu sento a mão na cara desse fulano por estar roubando a minha vovó de mim!
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Lisbon Film Orchestra
Eu nunca fui muito dada à música. Aliás, no meu caso, a falta de talento musical é absurda. Eu sou completamente desprovida da capacidade de distinguir notas musicais e, por vezes, até instrumentos numa banda. Por isso, ver uma orquestra tocar ao vivo, nunca foi coisa que me despertasse interesse.
Só que, como todo mundo, eu também tenho uma quedinha por algumas trilhas sonoras. Sei lá, músicas que eu cresci ouvindo. Todo natal passava a "Noviça Rebelde" na televisão. Eu adorava todas as músicas. E, mesmo não sendo bem da minha época, eu já me acabei cantando "tell me more" no chveiro. Foi assim que me convenceram a ver a apresentação do "Lisbon Film Orchestra".
A proposta era simples: uma orquestra que se dedica a tocar trilhas sonoras de filmes. Parece legal, certo? E é demais! Foi uma das melhores noites de ultimamente!
Eu, que nunca tinha visto uma orquestra ao vivo, fiquei boquiaberta! É um espectáculo lindo. Todos tocando juntos, fazendo música e dando vida aos clássicos do cinema.
E que clássicos... Mágico de Oz, Indiana Jones, Psycho, Phantom of the Opera, Harry Potter, entre outros... Tudo desfilando na minha frente. Tão real que eu sentia que se esticasse o braço seria capaz de tocar na música.
Os violinos parecem coreografados. O maestro dança. O contrabaixo impõe respeito. Tudo é lindo, tudo é harmonioso.
Não sei se existe uma definição exacta para magia, mas creio que será algo semelhante ao que eu vivi ontem!
Só que, como todo mundo, eu também tenho uma quedinha por algumas trilhas sonoras. Sei lá, músicas que eu cresci ouvindo. Todo natal passava a "Noviça Rebelde" na televisão. Eu adorava todas as músicas. E, mesmo não sendo bem da minha época, eu já me acabei cantando "tell me more" no chveiro. Foi assim que me convenceram a ver a apresentação do "Lisbon Film Orchestra".
A proposta era simples: uma orquestra que se dedica a tocar trilhas sonoras de filmes. Parece legal, certo? E é demais! Foi uma das melhores noites de ultimamente!
Eu, que nunca tinha visto uma orquestra ao vivo, fiquei boquiaberta! É um espectáculo lindo. Todos tocando juntos, fazendo música e dando vida aos clássicos do cinema.
E que clássicos... Mágico de Oz, Indiana Jones, Psycho, Phantom of the Opera, Harry Potter, entre outros... Tudo desfilando na minha frente. Tão real que eu sentia que se esticasse o braço seria capaz de tocar na música.
Os violinos parecem coreografados. O maestro dança. O contrabaixo impõe respeito. Tudo é lindo, tudo é harmonioso.
Não sei se existe uma definição exacta para magia, mas creio que será algo semelhante ao que eu vivi ontem!
domingo, 20 de setembro de 2009
Mulher fala...
- Ele é legal, bonitinho e rola química.
- Bacana.
- Só lhe faltam uns centímetros.
- Ele é baixinho, né?
- ... não estava falando disso!
- Bacana.
- Só lhe faltam uns centímetros.
- Ele é baixinho, né?
- ... não estava falando disso!
sábado, 19 de setembro de 2009
David Garrett
Para tudo! Vocês ficarão felizes por saber que eu encontrei o futuro marido!
Morram de inveja porque ele é liiindo até não poder mais. Alemão, 28 aninhos, cabelo comprido e cara de top model. Tem uma tatuagem no braço direito. Usa um "gangsta hat" que está super na moda aqui na Europa (sim, também quero comprar um!). Ele é músico e tem tudo para ser o vocalista numa banda de Rock famosa.
Mas, o que vocês imaginam que esse ser humano faz da vida? Pois é, eu fiquei surpresa ao descobrir que ele toca violino!
Além de tornar os clássicos bem mais agradáveis à vista, ele também toca os "clássicos" actuais como "Nothing Else Matters", "Smooth Criminal", entre outros, chamando a atenção a um público mais jovem e trazendo a orquestra ao povão.
Para vocês entenderem melhor o que eu estou dizendo, fica aqui uma amostra. Quando eu vi o vídeo, eu lembrei daqueles restaurantes românticos, à luz de velas e com um violinista tocando ao vivo. Aquele cenário perfeito para uma noite a dois.
O problema é que, se eu estivesse num restaurante com um bofescândalo e me aparecesse esse deus germânico à frente, num instantinho a atenção se voltaria única e exclusivamente para o violinista!
Morram de inveja porque ele é liiindo até não poder mais. Alemão, 28 aninhos, cabelo comprido e cara de top model. Tem uma tatuagem no braço direito. Usa um "gangsta hat" que está super na moda aqui na Europa (sim, também quero comprar um!). Ele é músico e tem tudo para ser o vocalista numa banda de Rock famosa.
Mas, o que vocês imaginam que esse ser humano faz da vida? Pois é, eu fiquei surpresa ao descobrir que ele toca violino!
Além de tornar os clássicos bem mais agradáveis à vista, ele também toca os "clássicos" actuais como "Nothing Else Matters", "Smooth Criminal", entre outros, chamando a atenção a um público mais jovem e trazendo a orquestra ao povão.
Para vocês entenderem melhor o que eu estou dizendo, fica aqui uma amostra. Quando eu vi o vídeo, eu lembrei daqueles restaurantes românticos, à luz de velas e com um violinista tocando ao vivo. Aquele cenário perfeito para uma noite a dois.
O problema é que, se eu estivesse num restaurante com um bofescândalo e me aparecesse esse deus germânico à frente, num instantinho a atenção se voltaria única e exclusivamente para o violinista!
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Almost 4
- Can you walk me to my car?
- Why?
- Well... 'Cuz it's almost 4 in the morning and it may be dangerous for me walking alone...
- I don't buy it.
- Sorry?
- You're not the type of girl who is afraid to walk 2 blocks alone... And I like this!
- ...
- But if what you want is an excuse to be alone with me, I'm ok with that.
- Why?
- Well... 'Cuz it's almost 4 in the morning and it may be dangerous for me walking alone...
- I don't buy it.
- Sorry?
- You're not the type of girl who is afraid to walk 2 blocks alone... And I like this!
- ...
- But if what you want is an excuse to be alone with me, I'm ok with that.
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
O rumo da prosa
Desde que eu aprendi a desenhar as primeiras letras, eu peguei logo o gosto pela escrita. Tenho dias inspirados, dias mais ou menos, e dias em que o texto pura e simplesmente não vem.
Isso não quer dizer que eu escreva bem, simplesmente quer dizer que eu me sinto bem escrevendo.
Vocês não têm ideia da quantidade de rascunhos inacabados que compõem esse blog. Eu já tentei escrever alguma poesia, mas acho que não é o meu forte. Eu sou mesmo uma mulher de prosa. Prosa lembra conversa, e eu acho que não faço mais que conversar com um interlocutor desconhecido.
Talvez tenha a ver com as minhas idas para Minas Gerais na infância, para o sítio da minha avó em São Lourenço. Lá todo mundo sentava na soleira da porta e dava "dois dedos de prosa" com o vizinho. Coisa gostosa de interior.
Aqui em Lisboa isso não existe. A única coisa que sei dos meus vizinhos do lado é que eles se chamam Sara e Paulo. Não, eu nunca perguntei-lhes o nome. Só que as paredes são finas e dá para ouvi-los bringando. Mesmo que eu não queira. Ele grita o nome dela e ela chora e grita o nome dele.
Gente, e como eles brigam... Pelo menos uma vez por semana a III Guerra Mundial se instaura no apartamento ao lado. Eu fico sem entender essa gente que briga o tempo todo mas continua junto. E não, nem acredito que seja o sexo de reconciliação, porque isso eu não ouço! Talvez eles sejam do tipo silêncioso. Ela geme baixinho e ele encolhe os dedinhos do pé como única demonstração que está gostando. Ok, vou parar de especular sobre a vida sexual dos meus vizinhos.
Bom, mas quem sou eu para falar de casais que brigam e não se separam. Afinal, o meu último relacionamento acabou porque a gente já nem brigava mais. É, mas eu não quero falar disso agora. Aliás, eu já nem sei sobre o que eu estava escrevendo. Nos últimos quatro parágrafos eu falei sobre tudo. E tudo o que eu falei não é nada daqilo que eu tinha pensado em escrever hoje.
Deve ser por isso que eu gosto de prosa. A gente nunca sabe o rumo que ela vai tomar.
Isso não quer dizer que eu escreva bem, simplesmente quer dizer que eu me sinto bem escrevendo.
Vocês não têm ideia da quantidade de rascunhos inacabados que compõem esse blog. Eu já tentei escrever alguma poesia, mas acho que não é o meu forte. Eu sou mesmo uma mulher de prosa. Prosa lembra conversa, e eu acho que não faço mais que conversar com um interlocutor desconhecido.
Talvez tenha a ver com as minhas idas para Minas Gerais na infância, para o sítio da minha avó em São Lourenço. Lá todo mundo sentava na soleira da porta e dava "dois dedos de prosa" com o vizinho. Coisa gostosa de interior.
Aqui em Lisboa isso não existe. A única coisa que sei dos meus vizinhos do lado é que eles se chamam Sara e Paulo. Não, eu nunca perguntei-lhes o nome. Só que as paredes são finas e dá para ouvi-los bringando. Mesmo que eu não queira. Ele grita o nome dela e ela chora e grita o nome dele.
Gente, e como eles brigam... Pelo menos uma vez por semana a III Guerra Mundial se instaura no apartamento ao lado. Eu fico sem entender essa gente que briga o tempo todo mas continua junto. E não, nem acredito que seja o sexo de reconciliação, porque isso eu não ouço! Talvez eles sejam do tipo silêncioso. Ela geme baixinho e ele encolhe os dedinhos do pé como única demonstração que está gostando. Ok, vou parar de especular sobre a vida sexual dos meus vizinhos.
Bom, mas quem sou eu para falar de casais que brigam e não se separam. Afinal, o meu último relacionamento acabou porque a gente já nem brigava mais. É, mas eu não quero falar disso agora. Aliás, eu já nem sei sobre o que eu estava escrevendo. Nos últimos quatro parágrafos eu falei sobre tudo. E tudo o que eu falei não é nada daqilo que eu tinha pensado em escrever hoje.
Deve ser por isso que eu gosto de prosa. A gente nunca sabe o rumo que ela vai tomar.
Literalmente!
Imaginem que a música descreve exactamente o que está acontecendo no video clipe. Seria uma ideia interessante, principalmente para vídeos non-sense que de vez em quando inventam. Eu ri demais com isso e resolvi partilhar com vocês.
sábado, 12 de setembro de 2009
Rapidinha da franja
- Viu mãe, agora tô usando franja.
- Legal! Assim disfarça a tua testa grande.
- Como assim grande?! É normal...
- Não. É grande.
O mundo é cruel e, para quem tem uma mãe como a minha, nem precisa sair de casa pra saber.
- Legal! Assim disfarça a tua testa grande.
- Como assim grande?! É normal...
- Não. É grande.
O mundo é cruel e, para quem tem uma mãe como a minha, nem precisa sair de casa pra saber.
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Crônica do anti-amor
Por hoje podem deixar as crianças na sala. É que eu resolvi falar de amor. Não, nem adianta começarem a suspirar. Na verdade, vou falar de "não amor".
Eu tenho ódio dos estúdios hollywoodianos que inventaram essa história de "amor da minha vida". Não é que eu não acredite no romance e no amor. Eu acredito. No entanto, é essa história de "amor da vida" que não me passa pela goela.
Uma vez um cara terminou comigo porque, segundo ele, ele ficou muito desapontado quando me perguntou se era o amor da minha vida e eu respondi um honesto e categórico: "não sei".
Tudo bem, não era o que ele queria ouvir. Mas é a mais pura verdade. Porque vocês me digam: como é que uma pessoa de 24 anos sabe se encontrou o amor da vida?!
Saber quem é o amor da sua vida só é possível em duas ocasiões: ou você já viveu toda a sua vida e consegue olhar para trás e ver, dentre todas as pessoas com quem você esteve, qual delas foi o amor da sua vida; ou então você já esteve com todas as pessoas do mundo e consegue dizer qual delas seria "a tal".
Fora isso, é impossível! Há sempre amanhã, há sempre alguém esperando numa esquina. E aí é que está a beleza do amor. É saber que, por mais um dia, você quer voltar para casa e estar com "ele". É estar um dia mais perto de chegar à conclusão que ele é mesmo "o cara".
Declarações de amor eterno não são mais do que a expressão que naquele momento, num dado instante, eu sinto que poderia passar o resto da vida com o outro. Porém, nada me garante que amanhã eu sentirei o mesmo. O mundo muda, nós mudamos. Todos os dias morrem células e nascem outras novas no lugar. E será que esse novo "eu" sentirá as mesmas coisas? Só vivendo para saber.
Por isso é importante que o romance esteja sempre presente. Porque o outro precisa saber que aquele amontoado de órgãos, coberto por um tecido que se renova diariamente, continua sentido o mesmo e querendo o mesmo: Para sempre... Pelo menos por hoje.
Eu tenho ódio dos estúdios hollywoodianos que inventaram essa história de "amor da minha vida". Não é que eu não acredite no romance e no amor. Eu acredito. No entanto, é essa história de "amor da vida" que não me passa pela goela.
Uma vez um cara terminou comigo porque, segundo ele, ele ficou muito desapontado quando me perguntou se era o amor da minha vida e eu respondi um honesto e categórico: "não sei".
Tudo bem, não era o que ele queria ouvir. Mas é a mais pura verdade. Porque vocês me digam: como é que uma pessoa de 24 anos sabe se encontrou o amor da vida?!
Saber quem é o amor da sua vida só é possível em duas ocasiões: ou você já viveu toda a sua vida e consegue olhar para trás e ver, dentre todas as pessoas com quem você esteve, qual delas foi o amor da sua vida; ou então você já esteve com todas as pessoas do mundo e consegue dizer qual delas seria "a tal".
Fora isso, é impossível! Há sempre amanhã, há sempre alguém esperando numa esquina. E aí é que está a beleza do amor. É saber que, por mais um dia, você quer voltar para casa e estar com "ele". É estar um dia mais perto de chegar à conclusão que ele é mesmo "o cara".
Declarações de amor eterno não são mais do que a expressão que naquele momento, num dado instante, eu sinto que poderia passar o resto da vida com o outro. Porém, nada me garante que amanhã eu sentirei o mesmo. O mundo muda, nós mudamos. Todos os dias morrem células e nascem outras novas no lugar. E será que esse novo "eu" sentirá as mesmas coisas? Só vivendo para saber.
Por isso é importante que o romance esteja sempre presente. Porque o outro precisa saber que aquele amontoado de órgãos, coberto por um tecido que se renova diariamente, continua sentido o mesmo e querendo o mesmo: Para sempre... Pelo menos por hoje.
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Um pequeno passo para o homem...
Porque terça feira é dia de Roda de Choro em Lisboa, eu me vesti toda linda com meu salto plataforma de 10 centímetros para dançar a noite toda.
Só que não rolou. Uma coceirinha chata no pé esquerdo fez com que dançar não fosse uma tarefa agradável. Dizem que quando a mão coça é dinheiro. Fiquei o resto da noite desejando que isso valesse para o pé também.
Bom, dinheiro eu não ganhei, mas ganhei três cervejas grátis. É o que dá não dançar e ficar ali perto do bar de bobeira. Decidi que coceira no pé esquerdo não quer dizer dinheiro, mas sim cerveja.
Tudo bem, fui para casa menos dançante mas mais bêbada.
Acordei para uma Lisboa chuvosa, com relâmpagos e trovões em pleno verão. Virei para o lado e voltei a dormir. Coisa mais gostosa é dormir quando o mundo se acaba lá fora. Acho que quando 2012 vier com o apocalipse, eu vou ficar ali toda feliz debaixo do meu cobertor de bolinhas cor de laranja.
A coceira no pé e a chuva tinham passado, mas a primeira deu lugar a uma bolha que doía. Merda, e logo hoje que eu tinha que mostrar Lisboa a uns canadenses. Andar com isso vai ser trevas. Mas, a girl's gotta do what a girl's gotta do... Por isso, calcei os meus tênis de corrida e umas meias bem grossas.
Andar por Lisboa com aquilo foi um verdadeiro calvário. Deve ter sido a vingança por ter feito xixi atrás igreja na madrugada de terça. Mas a culpa foi das cervejas grátis que me deram e da falta de um banheiro decente no bar. Por causa da experiência hippie na Tomatina, já me habituei ao banheiro público. Arrgh, tenho mesmo que exorcizar esse ser exu riponga que baixou em mim.
Enfim, acordei hoje e vi que a bolha tinha se transformado num pequeno planeta com atmosfera própria, sentado bem no meio do sistema solar do meu pé. Tocar com o pé no chão tornou-se doloroso. Andar de saltos altos, impensável. Mas logo hoje que eu tinha uma entrevista de emprego. Oh merda! Realmente a história do castigo divino funciona. Mas por que raios eu fui me aliviar atrás da igreja?!
Como é óbvio, botei o salto alto e estacionei quase em frente ao local da entrevista. Fui pulando num salto só até o prédio, onde substituí estilo saci-pererê por um mancar politicamente correcto.
Saí da entrevista directo para a casa de mamãe. Se alguém iria acabar com o pequeno planeta era ela. Ahhhh, ela cansou de tirar bicho do pé quando eu era pequena... Que diferença mais 20 anos fazem?
Ok, aparentemente devem fazer bastante diferença, visto que mamãe não quis acabar com a minha bolha. Tudo bem que eu sou filha, mas acho que ela teve medo que o Alien saísse do meu pé.
No entanto, mãe é mãe e ela levou-me a uma clínica. Agora imaginem a sitação: euzinha, sentada numa cadeira com os pés para o alto, morrendo de dor. Mamãe segurando a minha mão porque, nessas horas, 20 anos não fazem qualquer diferença.
Acabou que a bolha não era uma bolha. Foi uma mordida de alguma coisa que infectou. Sim, blerrrgh! O estrago foi grande, porque foi preciso fazer uma micro-cirurgia pra me livrar daquilo. Nada de especial, mas doeu até não poder mais. Agora e tenho que estar em repouso e não forçar o pé. Vocês bem podem me invejar, porque eu tenho uma descupa para estar de pernas para o ar!
Literalmente eu não sei que bicho me mordeu, mas espero que não tenha sido nenhuma aranha radioativa. Contudo, pelo sim pelo não, deixo já o aviso: se me virem subindo paredes, não é pela falta de bofescândalos, tsá?!
Só que não rolou. Uma coceirinha chata no pé esquerdo fez com que dançar não fosse uma tarefa agradável. Dizem que quando a mão coça é dinheiro. Fiquei o resto da noite desejando que isso valesse para o pé também.
Bom, dinheiro eu não ganhei, mas ganhei três cervejas grátis. É o que dá não dançar e ficar ali perto do bar de bobeira. Decidi que coceira no pé esquerdo não quer dizer dinheiro, mas sim cerveja.
Tudo bem, fui para casa menos dançante mas mais bêbada.
Acordei para uma Lisboa chuvosa, com relâmpagos e trovões em pleno verão. Virei para o lado e voltei a dormir. Coisa mais gostosa é dormir quando o mundo se acaba lá fora. Acho que quando 2012 vier com o apocalipse, eu vou ficar ali toda feliz debaixo do meu cobertor de bolinhas cor de laranja.
A coceira no pé e a chuva tinham passado, mas a primeira deu lugar a uma bolha que doía. Merda, e logo hoje que eu tinha que mostrar Lisboa a uns canadenses. Andar com isso vai ser trevas. Mas, a girl's gotta do what a girl's gotta do... Por isso, calcei os meus tênis de corrida e umas meias bem grossas.
Andar por Lisboa com aquilo foi um verdadeiro calvário. Deve ter sido a vingança por ter feito xixi atrás igreja na madrugada de terça. Mas a culpa foi das cervejas grátis que me deram e da falta de um banheiro decente no bar. Por causa da experiência hippie na Tomatina, já me habituei ao banheiro público. Arrgh, tenho mesmo que exorcizar esse ser exu riponga que baixou em mim.
Enfim, acordei hoje e vi que a bolha tinha se transformado num pequeno planeta com atmosfera própria, sentado bem no meio do sistema solar do meu pé. Tocar com o pé no chão tornou-se doloroso. Andar de saltos altos, impensável. Mas logo hoje que eu tinha uma entrevista de emprego. Oh merda! Realmente a história do castigo divino funciona. Mas por que raios eu fui me aliviar atrás da igreja?!
Como é óbvio, botei o salto alto e estacionei quase em frente ao local da entrevista. Fui pulando num salto só até o prédio, onde substituí estilo saci-pererê por um mancar politicamente correcto.
Saí da entrevista directo para a casa de mamãe. Se alguém iria acabar com o pequeno planeta era ela. Ahhhh, ela cansou de tirar bicho do pé quando eu era pequena... Que diferença mais 20 anos fazem?
Ok, aparentemente devem fazer bastante diferença, visto que mamãe não quis acabar com a minha bolha. Tudo bem que eu sou filha, mas acho que ela teve medo que o Alien saísse do meu pé.
No entanto, mãe é mãe e ela levou-me a uma clínica. Agora imaginem a sitação: euzinha, sentada numa cadeira com os pés para o alto, morrendo de dor. Mamãe segurando a minha mão porque, nessas horas, 20 anos não fazem qualquer diferença.
Acabou que a bolha não era uma bolha. Foi uma mordida de alguma coisa que infectou. Sim, blerrrgh! O estrago foi grande, porque foi preciso fazer uma micro-cirurgia pra me livrar daquilo. Nada de especial, mas doeu até não poder mais. Agora e tenho que estar em repouso e não forçar o pé. Vocês bem podem me invejar, porque eu tenho uma descupa para estar de pernas para o ar!
Literalmente eu não sei que bicho me mordeu, mas espero que não tenha sido nenhuma aranha radioativa. Contudo, pelo sim pelo não, deixo já o aviso: se me virem subindo paredes, não é pela falta de bofescândalos, tsá?!
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Random
- ... And why won't you kiss me?
- You should know by now...
- Know what?
- ... That the good guys like yourself, Mr. Farr, do never get the girl.
- And why is that?
- Because while cute guys try to figure out a way to talk to us girls, the bad guys have already passed the arms around our waists and are on the good way for a kiss.
- You should know by now...
- Know what?
- ... That the good guys like yourself, Mr. Farr, do never get the girl.
- And why is that?
- Because while cute guys try to figure out a way to talk to us girls, the bad guys have already passed the arms around our waists and are on the good way for a kiss.
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
The Ex-Files
Tudo começou quando ele me adicionou no facebook pensando que eu era uma garota que ele conheceu em Milão. E eu aceitei, pensando que ele era um inglês perdido em Lisboa que eu tinha conversado, numa das noites no Bairro Alto.
Começamos a conversar e não tardou muito a descobrirmos que eu nunca tinha estado em Milão e que ele detestava o Bairro Alto. Só que, como a conversa estava interessante - e eu confesso que eu tenho um fraquinho pelos súbditos de Sua Majestade - continuei falando com ele.
Aí combinamos um jantar. Ele impecavelmente vestido, super cavalheiro e com aquele sotaque charmosíssimo do Hugh Grant. Me levou num restaurantezinho em Cascais, pediu vinho e ainda arranhou uma conversa em português.
Disse que já tinha morado 5 meses no Brasil com uma namorada, depois vieram para cá e terminaram pouco tempo depois de ele largar Londres para acompanhá-la pelo mundo.
- É que ela tem um emprego que tem facilidade de mudar de país, pode alterar a cada seis meses se quiser.
- Legal. Eu também queria uma coisa desse jeito. Adoro viajar. Também tenho uma amiga brasileira que é assim, já morou no México e agora está em Lisboa, com planos de ir para a Alemanha.
- Sério?! Como se chama a tua amiga?
- Fulana.
- Fulana de Tal? De São Paulo?
- errrr... Sim.
- Essa é a minha ex.
Pronto. Só me faltava essa. Talvez vocês já tenham experimentado essa sensação de "como o mundo é pequeno" mas, nesse caso, foi um balde de água fria. Tudo bem, era ex dele, mas é minha amiga actual. Tá, para muita gente pode ser meio nada a ver, mas eu não ando com ex de amigas. Principalmente quando eles moraram juntos por quase um ano. Principalmente quando ele largou o país para correr atrás dela. Arrrgh!!!
Claro que a partir daí o encontro se tornou uma conversa sobre a Fulana. Poxa, ela é tão legal e ele também é tão bacana que eu fiquei me perguntando por que teria dado errado. Sendo mulher, assumi automaticamente que a culpa foi dele.
Ele continuou sendo gentil e educado o jantar todo, mas eu já estava pronta para dar o capítulo como encerrado. Ele me levou até ao meu carro e combinamos de combinar de novo. Sabe aquela coisa de: "Vamos marcar para não nos vermos nunca mais?"
Combinei com a Fulana de sairmos com o pessoal e marcamos num barzinho. Claro que eu contei tudo sobre o encontro imediato de 3º grau com o ex dela. E ela respondeu assim:
- Ah... Pode sair com ele, ele é boa pessoa e eu não fico chateada.
Foi só ela acabar a frase que "ele" aparece no bar. Sim, Lisboa é um ovo e a gente vive se esbarrando. E a cena que se sucedeu provavelmente entrará no Top 10 de saias justas da minha vida.
Ele veio cumprimentar a gente. Claro, sendo inglês, tinha que ser educado. Mas ficou ali parado na nossa frente, sem saber com qual das duas falar primeiro. Fulana tomou a iniciativa e ele depois me deu os tradicionais dois beijinhos no rosto. Para completar, Fulana disse:
- Olha, a An@Lu me contou tudo. Por mim vocês podem sair juntos à vontade.
Ele corou. Eu dei um sorriso amarelo. Ele fez "small talk" com o sotaque British. Eu dei cinco minutinhos e saí à francesa.
Começamos a conversar e não tardou muito a descobrirmos que eu nunca tinha estado em Milão e que ele detestava o Bairro Alto. Só que, como a conversa estava interessante - e eu confesso que eu tenho um fraquinho pelos súbditos de Sua Majestade - continuei falando com ele.
Aí combinamos um jantar. Ele impecavelmente vestido, super cavalheiro e com aquele sotaque charmosíssimo do Hugh Grant. Me levou num restaurantezinho em Cascais, pediu vinho e ainda arranhou uma conversa em português.
Disse que já tinha morado 5 meses no Brasil com uma namorada, depois vieram para cá e terminaram pouco tempo depois de ele largar Londres para acompanhá-la pelo mundo.
- É que ela tem um emprego que tem facilidade de mudar de país, pode alterar a cada seis meses se quiser.
- Legal. Eu também queria uma coisa desse jeito. Adoro viajar. Também tenho uma amiga brasileira que é assim, já morou no México e agora está em Lisboa, com planos de ir para a Alemanha.
- Sério?! Como se chama a tua amiga?
- Fulana.
- Fulana de Tal? De São Paulo?
- errrr... Sim.
- Essa é a minha ex.
Pronto. Só me faltava essa. Talvez vocês já tenham experimentado essa sensação de "como o mundo é pequeno" mas, nesse caso, foi um balde de água fria. Tudo bem, era ex dele, mas é minha amiga actual. Tá, para muita gente pode ser meio nada a ver, mas eu não ando com ex de amigas. Principalmente quando eles moraram juntos por quase um ano. Principalmente quando ele largou o país para correr atrás dela. Arrrgh!!!
Claro que a partir daí o encontro se tornou uma conversa sobre a Fulana. Poxa, ela é tão legal e ele também é tão bacana que eu fiquei me perguntando por que teria dado errado. Sendo mulher, assumi automaticamente que a culpa foi dele.
Ele continuou sendo gentil e educado o jantar todo, mas eu já estava pronta para dar o capítulo como encerrado. Ele me levou até ao meu carro e combinamos de combinar de novo. Sabe aquela coisa de: "Vamos marcar para não nos vermos nunca mais?"
Combinei com a Fulana de sairmos com o pessoal e marcamos num barzinho. Claro que eu contei tudo sobre o encontro imediato de 3º grau com o ex dela. E ela respondeu assim:
- Ah... Pode sair com ele, ele é boa pessoa e eu não fico chateada.
Foi só ela acabar a frase que "ele" aparece no bar. Sim, Lisboa é um ovo e a gente vive se esbarrando. E a cena que se sucedeu provavelmente entrará no Top 10 de saias justas da minha vida.
Ele veio cumprimentar a gente. Claro, sendo inglês, tinha que ser educado. Mas ficou ali parado na nossa frente, sem saber com qual das duas falar primeiro. Fulana tomou a iniciativa e ele depois me deu os tradicionais dois beijinhos no rosto. Para completar, Fulana disse:
- Olha, a An@Lu me contou tudo. Por mim vocês podem sair juntos à vontade.
Ele corou. Eu dei um sorriso amarelo. Ele fez "small talk" com o sotaque British. Eu dei cinco minutinhos e saí à francesa.
domingo, 6 de setembro de 2009
O Santo Peladão
Num jantar o pessoal começa a conversar sobre nomes. An@Lu está caladinha, em meio a uns copos de sangria, mas prestando atenção na conversa.
- O nome da minha avó é Terezinha, em homenagem à Santa.
- Essa não era aquela Santa pecadora?
- Como assim? Não sei nada disso. Aliás, nem sei muito da história dos Santos.
E neste momento, desejando mostrar um pouco do seu conhecimento geral, An@Lu diz:
- Eu também não. Sei de Santo Antônio, que saiu de Lisboa e morreu em Pádua. Ah, e tem também aquele Santo Peladão, como é o nome dele?
Gargalhada geral.
- Comequié? Santo Peladão? Que história é essa?
- Sim, aquele Santo que foi andando pela cidade e tirando a roupa. Protentando contra sei lá o quê. Teve até um filme na televisão...
- Ah, o São Francisco de Assis! Melhor contar a história direito. O que ele queria era se despojar dos bens materiais e talz.
- É né?! Do jeito que eu falei mais parecia que ele era o primeiro Santo Nudista da História.
- O nome da minha avó é Terezinha, em homenagem à Santa.
- Essa não era aquela Santa pecadora?
- Como assim? Não sei nada disso. Aliás, nem sei muito da história dos Santos.
E neste momento, desejando mostrar um pouco do seu conhecimento geral, An@Lu diz:
- Eu também não. Sei de Santo Antônio, que saiu de Lisboa e morreu em Pádua. Ah, e tem também aquele Santo Peladão, como é o nome dele?
Gargalhada geral.
- Comequié? Santo Peladão? Que história é essa?
- Sim, aquele Santo que foi andando pela cidade e tirando a roupa. Protentando contra sei lá o quê. Teve até um filme na televisão...
- Ah, o São Francisco de Assis! Melhor contar a história direito. O que ele queria era se despojar dos bens materiais e talz.
- É né?! Do jeito que eu falei mais parecia que ele era o primeiro Santo Nudista da História.
sábado, 5 de setembro de 2009
De cabelo novo, de novo!
Meninas, vocês lembram daquela altura que a gente andava na escola e usava arquinho no cabelo? Pois é, a moda voltou. E a culpa disso será, provavelmente, da Blair Waldorf, personagem da série Gossip Girl. Eu nem sou muito "fashion victim" mas meu irmão de 12 anos me convenceu a comprar um e eu até gostei do look meio Alice no País da Maravilhas.
Ah, e por falar em cabelo... Sabem aquele cabelón que estava quase na cintura? Pois é, foi cortado um pouco abaixo dos ombros. Tudo bem que eu queria dar um pouco de vida e não especifiquei para o cabeleireiro o que era para fazer mas... Precisava tirar metade das minhas madeixas???
Ok, nem ficou feio e eu já tive o cabelo mais curto, mas depois de um tempão usando cabelo mega comprido, a gente custa a acostumar de novo com a cara não é?
UPDATE: Olha aqui uma montagem estilo "antes e depois"
PS: Bruno, eu sempre ouvi dizer que mulher costuma cortar o cabelo quando termina uma relação. Neste caso eu quis cortar porque eu vi uma foto minha onde eu estava de costas e achei o cabelo muito "Maria Madalena" demais. O problema foi não ter especificado para o cabeleireiro que eu só queria cortar um pouquinho e dar uma repicada. Porque eu até estava curtindo o visual cabelão. Enfim... Cabelo cresce, né?
Ah, e por falar em cabelo... Sabem aquele cabelón que estava quase na cintura? Pois é, foi cortado um pouco abaixo dos ombros. Tudo bem que eu queria dar um pouco de vida e não especifiquei para o cabeleireiro o que era para fazer mas... Precisava tirar metade das minhas madeixas???
Ok, nem ficou feio e eu já tive o cabelo mais curto, mas depois de um tempão usando cabelo mega comprido, a gente custa a acostumar de novo com a cara não é?
UPDATE: Olha aqui uma montagem estilo "antes e depois"
PS: Bruno, eu sempre ouvi dizer que mulher costuma cortar o cabelo quando termina uma relação. Neste caso eu quis cortar porque eu vi uma foto minha onde eu estava de costas e achei o cabelo muito "Maria Madalena" demais. O problema foi não ter especificado para o cabeleireiro que eu só queria cortar um pouquinho e dar uma repicada. Porque eu até estava curtindo o visual cabelão. Enfim... Cabelo cresce, né?
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Tomatina Trip - Fotos
Tomatina Trip - Parte Final
A saga da Tomatina foi interrompida por dois lituanos que vieram acampar no meu sofá e pediram a minha ajuda para arrumar apartamento em Lisboa. Os caras eram legais e super educados, mas hoje dei graças aos céus por terem ido embora.
Já não aguentava mais traduzir anúncios de casas, aconselhar sobre bairros lisboetas (que eu mal conheço), e ligar para os proprietários marcando visitas. É desde domingo minha casinha com vista para o prédio da frente se tornou numa agência imobiliária. E o meu à vontade ao telefone fez com que muita gente achasse que eu era uma profissional do ramo (fica bonito dizer isso assim, né?).
Teve até uma senhora que me perguntou assim:
- Mas se eles ficarem com a casa, eu tenho que dar uma renda?
- Como assim? Não, eles é que pagam à senhora. Normalmente quem aluga é que paga, certo?
- Não, mas para você, pela mediação.
Tá, eu juro que ponderei dizer que sim, mas acabei explicando que eu só estava fazendo isso como um favor aos amigos. Oh céus, se honestidade tivesse um preço, este teria sido mil euros.
De qualquer forma, acabei descobrindo uma agente imobiliária em mim. Quem sabe se esta não será uma opção para o futuro?!
Bom, mas vamos agora ao que nos interessa: TOMATES!!!
THIS IS SPARTA!!!
Gente, a Tomatina deveria ser quesito obrigatório em qualquer lista de 100 coisas para fazer antes de morrer.
Não há nada como acordar cedo depois de dormir na rua (sim, a festa foi longa na noite anterior e acabamos dormindo na rua mesmo. E, por rua, eu quero dizer calçada, asfalto.
A batalha começa às 11:00 em ponto. Por isso, o primeiro passo é ir para lá, arrumar um point bacana e esperar. Tomar uma cervejinha às 9:30 da manhã cai sempre bem.
A cidade se prepara toda para o evento. As fachadas são cobertas com plástico e madeira e o povo sabe com o que deve contar. Aliás, o que eu mais gostei foi ver como os locais participam da festa. Não obstante vir gente de todo o planeta, os espanhóis participam da festa com a maior empolgação, quer através da Tomatada, quer jogando água nas pessoas.
Sim, água. Andar em Buñol neste dia pode ser muito perigoso porque, além da guerra de comida, você pode levar um banho gelado vindo do nada. Mas é claro que o banho é sempre bem vindo pelos festivaleiros, não fosse o calor que é aquela cidade!
Com todo mundo devidamente banhado, começam a passar os caminhões do tomate. É aí que o circo pega fogo. Depois do primeiro caminhão, prepare-se para uma hora de loucura.
Cara... Como aquilo dói! Eu jogava os tomates assim meio para longe, sem direcção. Mas tinha gente que fazia mesmo pontaria! Levei com cada tomatada nas mais diversas partes do corpo. Essa hora da guerra dura uma eternidade. E cara, o que acontece lá é mesmo do jeitinho que a gente vê na televisão: uma loucura!
Não dá para escapar limpo ou ileso. A roupa fica um nojo e nem pensar em trazer de volta! Não há uma parte do corpo que fique limpa e, no final do dia, eu ainda estava tirando molho de tomate dos ouvidos.
Ah, e o tomate arde e irrita os olhos. Tanto que, quando o bofescândalo chegou perto de mim duas horas depois da tomatina, o que ele me disse foi:
- Nossa! Que remelão feio aí!
Mas, mesmo apanhando de tomate, dormindo na rua, com os olhos ardendo e remelando (estávamos todos assim), com banho comunitário, eu sem dúvida faria tudo de novo.
Quem quiser me acompanhar será bem vindo!
Já não aguentava mais traduzir anúncios de casas, aconselhar sobre bairros lisboetas (que eu mal conheço), e ligar para os proprietários marcando visitas. É desde domingo minha casinha com vista para o prédio da frente se tornou numa agência imobiliária. E o meu à vontade ao telefone fez com que muita gente achasse que eu era uma profissional do ramo (fica bonito dizer isso assim, né?).
Teve até uma senhora que me perguntou assim:
- Mas se eles ficarem com a casa, eu tenho que dar uma renda?
- Como assim? Não, eles é que pagam à senhora. Normalmente quem aluga é que paga, certo?
- Não, mas para você, pela mediação.
Tá, eu juro que ponderei dizer que sim, mas acabei explicando que eu só estava fazendo isso como um favor aos amigos. Oh céus, se honestidade tivesse um preço, este teria sido mil euros.
De qualquer forma, acabei descobrindo uma agente imobiliária em mim. Quem sabe se esta não será uma opção para o futuro?!
Bom, mas vamos agora ao que nos interessa: TOMATES!!!
THIS IS SPARTA!!!
Gente, a Tomatina deveria ser quesito obrigatório em qualquer lista de 100 coisas para fazer antes de morrer.
Não há nada como acordar cedo depois de dormir na rua (sim, a festa foi longa na noite anterior e acabamos dormindo na rua mesmo. E, por rua, eu quero dizer calçada, asfalto.
A batalha começa às 11:00 em ponto. Por isso, o primeiro passo é ir para lá, arrumar um point bacana e esperar. Tomar uma cervejinha às 9:30 da manhã cai sempre bem.
A cidade se prepara toda para o evento. As fachadas são cobertas com plástico e madeira e o povo sabe com o que deve contar. Aliás, o que eu mais gostei foi ver como os locais participam da festa. Não obstante vir gente de todo o planeta, os espanhóis participam da festa com a maior empolgação, quer através da Tomatada, quer jogando água nas pessoas.
Sim, água. Andar em Buñol neste dia pode ser muito perigoso porque, além da guerra de comida, você pode levar um banho gelado vindo do nada. Mas é claro que o banho é sempre bem vindo pelos festivaleiros, não fosse o calor que é aquela cidade!
Com todo mundo devidamente banhado, começam a passar os caminhões do tomate. É aí que o circo pega fogo. Depois do primeiro caminhão, prepare-se para uma hora de loucura.
Cara... Como aquilo dói! Eu jogava os tomates assim meio para longe, sem direcção. Mas tinha gente que fazia mesmo pontaria! Levei com cada tomatada nas mais diversas partes do corpo. Essa hora da guerra dura uma eternidade. E cara, o que acontece lá é mesmo do jeitinho que a gente vê na televisão: uma loucura!
Não dá para escapar limpo ou ileso. A roupa fica um nojo e nem pensar em trazer de volta! Não há uma parte do corpo que fique limpa e, no final do dia, eu ainda estava tirando molho de tomate dos ouvidos.
Ah, e o tomate arde e irrita os olhos. Tanto que, quando o bofescândalo chegou perto de mim duas horas depois da tomatina, o que ele me disse foi:
- Nossa! Que remelão feio aí!
Mas, mesmo apanhando de tomate, dormindo na rua, com os olhos ardendo e remelando (estávamos todos assim), com banho comunitário, eu sem dúvida faria tudo de novo.
Quem quiser me acompanhar será bem vindo!
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