quinta-feira, 27 de outubro de 2011

The Scar Project

Correntes me iram profundamente. E elas tem evoluído conforme evolui a tecnologia. Antes chegavam por carta. Eu recebi umas duas ou três na época de colégio. Depois, passaram a vir por email, até entrarem com a força toda nas redes sociais.

A última moda são aqueles joguinhos do Facebook de colocar coisas meio nadaver no status "em prol do câncer de mama". Ah, e claro, não vamos contar aos homens!

Agora me digam: como é que um status de facebook completamente desconexo vai contribuir para a luta contra o câncer de mama? Qual é a ligação lógica entre as duas coisas, minha gente?

Sabem o que ajuda, pessoal? Sabem o que ajuda de verdade? Isso.

Essas mulheres que tiveram a coragem de se despir dos preconceitos e enfrentar os olhares do mundo. Sobreviventes mutiladas. Gladiadoras privadas de um dos atributos essenciais da feminilidade.

Elas, que poderiam estar vulneváveis em frente à câmera, são acometidas de uma grandeza tamanha, que a nós só nos resta admirá-las. Pela coragem, pela força, pela vitória. Com marcas de batalha que vão para além da cicatriz visível. Que se refletem nos olhos, na postura. Todas elas são vencedoras.

É um trabalho cru, corajoso, chocante e bonito. Como um soco no estômago, fez com que eu imediatamente levasse as mãos aos peitos. E por isso eu sou grata a elas. Não só por relembrarem a importância do auto-exame mas também por me fazerem deixar para trás complexos bobos de imagem.

E divulgo isso aqui no meu espaço, assim, pra todo mundo ver. Porque até pode ser só um post num blog, mas se mais alguém se tocar depois de ler isto, essas meninas terão vencido mais uma batalha.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

4ever

A bobona aqui fica com os olhos marejados cada vez que vê esse anuncio. Secretamente desejando, mais do que acreditando, que exista algo assim reservado para ela.


domingo, 16 de outubro de 2011

O Caçador de Pipas



Já há algum tempo que eu não lia um livro assim tão bom. Uma história tão bem contada que me envolveu e me fez devorar 360 páginas em coisa de dois dias.

Este livro, não sendo um dramalhão desmesurado, faz marejar qualquer par de olhos. Não sei por quê, mas tenho uma predileção por ler histórias tristes.

Acho que tem a ver com isso: eu sento ali no meu cantinho, no meu mundo, com o meu livro e aproveito o gancho que o autor me dá para botar para fora todas as lágrimas acumuladas. A minha catarse particular.

Vi o trailer do filme (que já é de 2007) e foi o suficiente para me fazer derramar ainda mais lágrimas. Talvez eu esteja perto "daquela" altura do mês. Mas acho que vou preferir nem ver. Não pude deixar de reparar em alguns "erros" e eu sou aquele tipo de leitora chata que sempre se decepciona com os filmes.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Ao mar

Eu olho para você e sorrio querendo te amar.
Eu olho para você e só rio querendo-te mais.
Eu olho para você e sou rio querendo-te mar.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Meia noite no Rio

Ontem à noite eu fui a Paris. Através dos olhos de Woody Allen. Não posso dizer que sou fã, mas desde "Match Point" que eu tenho gostado de todos os filmes dele.

Meia-noite em Paris não foi exceção. Fui ver por acaso, num cinema charmoso em Ipanema com apenas 37 lugares e boa companhia.

A fotografia e a trilha sonora foram o que mais me encantaram no filme e me trouxeram essa nostalgia de Paris na década de 20. As poucas cenas do meu feio preferido como Salvador Dali e Owen Wilson num tom discreto de comédia deram leveza ao filme.

Meia Noite em Paris fala de passado, da nostalgia e essa mania da gente achar que "antigamente" (seja lá quando isso for) era tudo melhor. Será?


Maybe the present is a little unsatisfying because life is a little unsatisfying

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Cicatrização

Nosso organismo é freqüentemente lesado por agentes agressores.

Traumatismos mais ou menos graves, desencadeados de diferentes maneiras, destroem zonas do corpo, que a partir desse momento necessitam reparação.

Denomina-se cicatrização ao fenômeno pelo qual o organismo tende a reparar uma porção lesada.

Se um agente agressor causa um dano em um local, imediatamente ocorre uma série de fenômenos que visam à reorganização daquela zona e desenvolvem-se numa mesma ordem, com o objetivo de reparação.

Na realidade o processo completo de cicatrização dura mais alguns meses (mais de seis) para completar-se. Durante este tempo ocorre o amadurecimento da cicatriz.


Doa o que doer, demore o tempo que demorar. O nosso corpo está programado para nos proteger e curar. Tudo cicatriza. Tudo passa.

domingo, 9 de outubro de 2011

Smile

Felicidade é assim, até nas pequenas coisas: quando você sorri para a vida, ela dá um jeito de sorrir para você!

sábado, 8 de outubro de 2011

Pantone

- Onde você vai?

Nem foi tanto a pergunta que o surpreendeu. Nunca se tinham visto e ela agarrara-o pelo braço com um excesso de familiaridade que lhe era estranho. Bom, não é bem que nunca se tivessem visto. Já tinham trocado olhares. Azul no Castanho de leve. Mas nada que explicasse esta atitude dela. Perplexo, balbuciou:

- Eu só... Ali... Bem... Ao bar... Uma cerveja
- Não. Você não vai. Quer dizer, fica... - Disse ela, ainda segurando-o pelo braço, mas moderando o tom ao perceber que talvez tivesse exagerado.

Ele ele olhou para ela sem dizer nada, no fundo dos olhos. Azul no Castanho com intensidade.

- ... a gente ainda não dançou. - Disse, por fim, soltando o braço do rapaz.

Foram dois segundos que pareceram uma eternidade. Ela tentava fazer a pose de mulher atrevida e confiante que sempre sonhara ser. Por dentro morria de medo que o largar do braço significasse um virar de costas e até nunca mais. Tentava a todo custo manter a timidez escondida naquele cantinho da espinha dorsal.

Ele assentiu com um aceno de cabeça quase imperceptível. Começou a movimentar-se meio sem jeito em volta dela. Talvez, no planeta dele, aquilo seria considerado dançar. O Azul brincalhão roçava no Castanho sorridente.

- Eu vou ali para a janela fumar.
- Me dá um cigarro? - Disse ela rapidamente tentando evitar que Azul e Castanho se perdessem no meio da multidão.

Ele acendeu o dela. Ela engasgou levemente, pois fumar não fazia parte dos seus hábitos. Azul e Castanho se estudavam, envoltos numa nuvem cinza.

- Quer caipirinha?
- Quer me deixar bêbado?

Azul e Castanho sorriram. Se provocavam. Ela esforçava-se para manter a ousadia, que nunca lhe fora natural. A timidez ameaçou saltar do esconderijo. Ela endireitou a coluna. Azul e Castanho, ligeiramente ébrios, ficaram mais próximos, separados por um fino véu de fumaça que bailava.

- Adoro essa música. - Disse ela ao reconhecer os primeiros acordes de uma canção.
- Dança comigo.

Dessa vez era ele quem fazia o pedido. Já não se mexia descoordenadamente. O corpo, colado no corpo, se movia em uníssono. Num roçar leve de lábios, Azul e Castanho foram cobertos por pálpebras. Assim permaneceram.

Azul e Castanho se procuravam. De forma cada vez mais frenética. Pode-se até dizer eles se viam, mesmo sem verem mais nada. Foi quando os lábios se soltaram que Azul e Castanho se reencontraram e pediram mais.

Se olharam, se saborearam, se mesclaram. Azul penetrante, Castanho misterioso. Azul acastanhado, Castanho azulado.

Se transformaram numa única cor. A cor da felicidade de pertencerem um ao outro.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Gosto

daquelas noites em que você não dorme e ainda assim "acorda" toda feliz para trabalhar.

É, a prova cabal que a Cinderela aqui envelheceu de vez é que eu tenho que sair das festas cedo não porque mamãe não deixa ficar até tarde, mas sim porque eu preciso vir para casa trocar de roupa para trabalhar no dia seguinte.

Isso e o fato de eu levar analgésicos para a balada, no caso de a dor na coluna voltar a atacar.

Tá, mas nem o analgésico, nem o horário me tiram esse sorriso hoje!

Incoerência é...

... passar uma hora na academia fazendo step e chegar em casa e reclamar porque o elevador está quebrado.

domingo, 2 de outubro de 2011

Pois é assim que eu me sinto. Como um punhado de areia. Você pode achar que me tem nas mãos, mas eu escorro por entre os vãos dos dedos se me apertar com força e vôo com o vento se não me envolver.