Passamos a ser mais cuidadosos. Desconfiados do diferente. Temendo ser apanhados pelo acaso e pela falta de atenção, fechamo-nos em nossas casas. Destruímos as pontes que nos ligavam, reforçamos os nossos muros.
Criamos barreiras à circulação. Alimentamos o ódio e a sede de vingança. Fomos atrás. Perseguimos, caçamos, exterminamos.
Por fim, quase dez anos depois, celebramos a morte de um homem que tinha por costume celebrar a morte alheia.
Matamos o homem e o medo permanece. O preconceito também. E, enquanto vivermos sob a sua égide, jamais poderemos nos proclamar vencedores dessa guerra sem fim.
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2 comentários:
é um nó na garganta que não passa ...
Incrível texto, Ana! E muito bem ilustrado!
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