segunda-feira, 19 de abril de 2010

Did it again

Eu às vezes me espanto a ouvir certas músicas e ver como elas servem como luvas na minha vida. E, entre alguns gemidos, a Shakira acertou em cheio!




When it comes to men, it’s known
That I end up choosing wrong
‘Cause I always trip and fall
The same old rock and repeat and go back

How blind a girl can be
To miss you hide your ring
Thought about everything
I’m so naive imagining all that

I Did It Again now
I’ve got it all wrong
But it felt so right
I can’t believe it
All the mistakes that
Went on for too long
Wish there was a way
I could delete ‘em

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Assim assim

Gente, há uma semana que eu ando meio que com a boca cheia de aftas, meio gripada, meio com febre, meio com dor no corpo, meio com dor de cabeça, meio com dor no dente do siso, meio mole, meio na merda.

Ah... Mas a TPM... Essa veio por inteiro!

Mas, pra vocês não dizerem que eu sumo e depois só apareço aqui para reclamar, vou mandar um beijo enooorme pra vocês todos que me aturam!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Life is a Beatles' Song

As minhas lembranças enchem o espaço em tons de sépia e cheiro a naftalina. Dentre as coisas que nunca mudaram eu vejo a cômoda, o porta-retratos e o falso brilhante. Tudo o mais está diferente. E, no meio do caos aqui instalado, restam algumas coisas por arrumar. Resta o conjunto de chá e as toalhas bordadas. Resta você e resto eu. Entretanto, você não chega mais. Por isso distraio-me a juntar os nossos restos ao som de Beatles. "Yesterday" parece-me adequado.

domingo, 4 de abril de 2010

Amar é...

Dia desses encontrei um album de figurinhas. Coisa antigona mesmo. Daquelas que você guarda e esquece que tem. Era aquela coleção "Amar é...". Para quem não conhece, são dois bonequinhos peladinhos - ele moreno, ela loura - representando pequenas cenas de amor.



Meus pais terminaram esse álbum juntos, quando eram casados. Por isso, durante muito tempo, eu achei que amar era colecionar as mesmas figurinhas.

Cheia desse espírito saudosista, levei o álbum para mostrar ao meu irmão de 12 anos que havia vida antes da internet.

Ele passou os olhos pelas figurinhas, comentando algumas e rindo de outras. E, ao fim de duzentas e tal formas de amor, ele olhou muito sério para mim e disse:

- Poxa Ana, amar é difícil!

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Final Feliz

Poderia ter sido uma cena de filme. O cenário perfeito, os personagens impecáveis. O metrô ia menos cheio que o habitual. Uma das primeiras manhãs de sol da primavera. Ele na casa dos trinta, solteirão - a indicar pelos tênis, óculos escuros e falta de aliança. Ela, vinte e alguns, à procura de qualquer coisa mais que um "one night stand".

Aí vem a acção. Coisa simples. Ela vai sentar num banco vazio bem no momento que o metrô arranca. Desequilibra-se. Quase cai em cima dele.

Se fosse um filme ele teria feito uma observação cômico-sarcástica. Ela teria achado graça. Trocariam olhares. Ela lançaria um último olhar antes de sair da carruagem e ele, sentindo uma brecha, iria atrás dela.

Provavelmente seriam felizes para sempre embalados por uma trilha sonora em tons de pop-rock romântico.

Mas não. Não era um filme. Era uma quinta-feira de manhã, bem real. Ele tinha sono, logo não reparou que ela era bonita. Beleza de pequenos detalhes, feições delicadas e cabelo levemente despenteado. Ela tinha pressa. Murmurou um pedido de desculpas que ele retribuiu com um aceno de cabeça, em jeito de dizer: "não há problema".

A iluminação não era a correcta e a trilha sonora que ouviam era um hip-hop que vinha do MP3 do moço ao lado, cujo volume demasiado alto fazia com que a música saísse dos fones e ocupasse o espaço.

Não houve observação cômico-sarcástica, nem troca de olhares. Ela saiu na estação de todos os dias sem olhar para trás. Ele permaneceu sentado, absorto em planos e pensamentos.

Meses mais tarde, ela conheceu um outro cara e ao fim de ano e meio de namoro resolveram morar juntos. Depois casram e parece que têm filhos e cachorro. Ele continuou solteiro, com uns namoros ocasionais. Não era um filme, mas nada os impediu de serem felizes.