quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

(Imper)Feito pra mim

Pode acordar de mau humor, que eu também não sou de falar de manhã. E pode não tolerar que se conte o final dos filmes porque eu também odeio quem tem essa mania. Pode não suportar funk que isso também é coisa que não entra no meu MP3 (embora eu adore dançar, confesso).

Se não tomar cerveja não importa, o meu veneno de eleição é a vodka. Também pode odiar ser interrompido quando está concentrado. Eu sei bem o quanto isso é terrível. Até pode odiar multidões porque apesar de eu ser social, aprecio ficar em casa vendo um filme no típico "programinha a dois".

Reclamar para caramba não é problema porque eu me junto no coro dos revoltosos. Acha que não dança mas não deixa de me tirar para dançar. Se não for de ficar ligando não há problemas, porque eu detesto falar ao telefone. E se for do tipo que não tira a mão de cima tanto melhor, porque eu sou igualzinha.

Pode não perfeito mas, nas susas imperfeições, parece que foi feito pra mim.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Tocando em repeat


Eu gosto de andar pela rua, bater papo, de lua e de amigo engraçado.
Eu gosto do estilo do Zorro,  o visual lá do morro e de abraço apertado.
Eu gosto mais de bicho com asa, mais de ficar em casa e mais de tênis usado.
Eu gosto do volume, do perfume do ciúme, do desvelo e do cabelo enrolado.
Eu gosto de artistas diversos, de crianças de berço e do som do atchim.
Eu gosto de trem fora do trilho, de andar com meu filho e da cor do marfim.
Tem gente, muita gente que eu gosto que eu quase aposto que não gosta de mim.

Eu gosto é de cantar: Vamos celebrar, celebrar, celebrar... Vamos celebrar Vamos celebrar, celebrar, celebrar... Vamos celebrar

Eu gosto de artista circense, de astista que pense e de artista voraz.
Eu gosto de olhar pra frente, de amar pra sempre o que fica pra trás.
Eu gosto de quem sempre acredita, a violência é maldita e já foi longe demais.
Eu gosto do repique do atabaque, do alambique badulaque do cachimbo da paz.
Eu gosto de inventar melodia, da palavra poesia e de palavra com til.
Eu gosto é de beijo na boca, de cantora bem rouca e de morar no Brasil.
Eu gosto assim do canto do povo e de tudo que é novo e do que a gente já viu.

Eu gosto é de cantar Vamos celebrar, celebrar, celebrar... Vamos celebrar Vamos celebrar, celebrar, celebrar... Vamos celebrar

Eu gosto de atores que choram ali por nós e namoram ali por nós na TV.
Eu gosto assim de quem é eterno, de quem é moderno e de quem não quer ser.
Eu gosto de varar madrugada, de quem conta piada e não consegue entender.
Eu gosto da risada, gargalhada, da beleza recriada pra que eu possa rever.
Eu gosto de quem quer dar ajuda e acredita que muda o que não anda legal.
Eu gosto de quem grita no morro que a alegria é socorro e que miséria é fatal.
Eu gosto do começo, do avesso, do tropeço do bebum que dança no carnaval.

Eu gosto é de cantar Vamos celebrar, celebrar, celebrar... Vamos celebrar Vamos celebrar, celebrar, celebrar... Vamos celebrar

Eu gosto é de ver coisa rara, a verdade na cara é do que gosto mais.
Eu gosto porque assim vale a pena, a nossa vida é pequena e tá guardada em cristais.
Eu gosto é que Deus cante em tudo e que não fique mudo morto em mil catedrais.

Eu gosto é de cantar Vamos celebrar, celebrar, celebrar... Vamos celebrar Vamos celebrar, celebrar, celebrar... Vamos celebrar

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Querida Nicki Minaj,

Eu sei que é difícil ser mulher. A gente não quer sair com a mesma roupa e faz sempre um esforcinho extra para causar na night. Por isso eu entendo a sua ideia de ir para os Grammys parecendo o ET naquela cena em que ele se veste de mulher e acompanhada do sósia do João Paulo II.

Realmente vocês dois faziam um casal muito carismático. No entanto essa vibe Lady-Gaga-wannabe-vou vestir-uma-coisa-para-espantar-a-galere já é meio 2009. Já cansou. Nem a própria Lady Gaga está conseguindo mais chamar a atenção com isso.

Eventualmente até o bizarro vira rotina e o sósia de um Papa falecido não é mais tão chocante assim. Ainda mais estando nós perto da época do Carnaval em que, como diz o ditado, ninguém leva a mal.

Entendo que no mundo selvagem dos mídia o pior crime é passar despercebido.  No entanto, creio que nessa história você acabou ficando como a menina esquisitinha que quer chocar a qualquer custo, feito criança que se joga no chão do supermercado para chamar a atenção dos pais.

Mas lamento te dizer, Nicki... Seu esforço foi em vão. Porque ganhou a noite quem fez música para o público alvo correto: os ouvidos e o coração. E, para isso, bastou que ela usasse um pretinho básico.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Soma

E essa gente que adora se ocupar com a vida alheia, hein?

Vocês podem não acreditar, mas algumas almas mal amadas - mas bem intencionadas - disseram para ele que eu não prestava. Pode isso, gente? Curiosamente, as mesmíssimas criaturas me disseram que ele também não prestava!

O resultado, todavia, foi diferente do esperado.

Porque somando-se os dois que não prestavam separados esperava-se um zero. Mas não, nós dois formamos um. Um casal que, ok, tenho que admitir: não presta. Que não presta contas aos outros, que não presta atenção às fofocas e, principalmente, que não se presta a pensar pela cabeça de terceiros.

Porém, num ponto as más línguas acertaram: nós não fomos feitos para ter relacionamentos sérios. Já passamos por isso, não deu certo. Então agora escolhemos experimentar uma coisa diferente, meio "new age". Resolvemos ter um relacionamento engraçado, onde a gente é livre para rir o tempo todo.

Tem funcionado, sabe? Estranhamente desenvolvemos o hábito de confiar um no outro. Uma mania que nasceu entre as piadas, o sarcasmo, o riso de doer a barriga e as longas conversas em que um assunto emenda no outro. Foi mais ou menos quando surgiram também os silêncios. Aqueles que não incomodavam e que diziam tudo sem necessidade de palavras. Em que falamos com os olhos e em que sorrimos cúmplices.

Silêncios onde nos reconhecemos refletidos um no outro e que tivemos a certeza que, prestando ou não, a gente se merece.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Te quero bem, te quero perto. Bem perto.