sábado, 31 de dezembro de 2011

Até mais

Desejo para 2012 muita música, amigos e gargalhadas. Muitos abraços, dança, família. Passeios à beira mar com os pés na areia. Piscina com água quentinha. Dormir em frente à lareira. Cafés da manhã na cama com frutas descascadas e cortadas em cubinhos. Pores-do-sol e suspiros. Ombros amigos, mãos na roda e pés na estrada. Cafunés, colo, massagens e beijos na testa. Olhares cúmplices em silêncio. Presentes sem motivo e sem data especial. Datas especiais para comemorar.

Que 2012 seja uma colcha de retalhos de todas as coisas pequenas que fazem vocês felizes.

Mas não vou desejar um ano perfeito. Sair de casa é ter enfrentar um dragão por dia. Então, desejo também forças para vencer as batalhas e ombros largos para aguentar a carga que a vida mandar. E para todos os problemas, solução.




Para você o que você gosta, diariamente.


Feliz ano novo!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Ouvindo o Jornal Hoje na hora do almoço, eu não consigo conter um risinho absolutamente bobo cada vez que o repórter se refere ao "tamanho da voçoroca".

Porque fenômenos geológicos sempre me provocam gargalhadas.

A moda que não me pegou


Três razões principais:

- Porque me lembra o cantor Falcão e a banda Restart, exemplos de referências músicais que você NÃO deve escutar.

- Porque ninguém me convence que isso não foi feito para o incluir no mundo da moda um nicho de mercado muito marginalizado antes: os daltônicos.

- Porque eu sou do tempo que a gente falava "cor-de-abóbora-com-roxo" como sinônimo de roupa de mau gosto.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Eis que, nos quarenta e cinco do segundo tempo do ano em que eu perdi um amor, um amigo me restaura a fé na humanidade quando diz que está desanimado e vai passar o ano novo sozinho em casa. Não me entendam mal, não sou fã da miséria alheia. É que a namorada dele viajou e ele está com saudade.

- Sem ela não tem graça comemorar nada. Sem ela o primeiro dia do ano é só mais um.




Pela primeira vez vou passar o Reveillon em Copacabana. Estou tão empolgada que duas semanas atrás eu já tinha decidido a roupa que irei usar e todos os acessórios e maquiagem. Ontem lembrei que preciso levar biquini por baixo do da roupa, para o caso de eu beber demais e, em vez de ir pular sete ondinhas, eu resolver me jogar no mar como oferenda para Iemanjá.

domingo, 25 de dezembro de 2011

The Grinch

- Sabe a "Fulana"?
- Sei.
- Acho que ela me deu uma furada de olho.
- Fala sério!!! Que vaca!!!
- Minha vontade é dizer: "Vem cá sua piranha sonsa, você ficou com o "Beltrano"?

O espírito de Natal está forte por esses lados daqui...




sábado, 24 de dezembro de 2011

Feliz Assalto

Querido Papai Noel,

Eu sei que eu vivia dizendo que eu estava satisfeita com o meu telefone e talz. É verdade, sabe? Ele liga, manda mensagens e a bateria dura uma semana. Ah, e não tem facebook. Isso pode parecer uma desvantagem, mas quando eu saio de casa gosto da sensação de estar offline. Logout na internet, login na vida.

No entanto, se ainda assim você queria me trazer um celular novo de presente, bastava deixar o bichinho embaixo da árvore. Não precisava mandar um cara armado roubar o meu telefone. De quebra o fulano ainda levou a minha carteira.

Não, não é que o Rio seja uma cidade perigosa. Foi o tipo de criminalidade que pode acontecer (e acontece) em qualquer lugar do mundo. Na verdade até foi descuido meu. Passar por uma ruazinha mal iluminada e pouco movimentada já bem tarde da noite é pedir para uma coisa dessas acontecer, né?

Eu topei o cara de longe e ainda tentei abrandar o passo, para que ele seguisse na nossa frente. Mas ele viu que eu tinha reparado e apontou o revólver para mim.

Papai Noel, você já tem experiência o suficiente para saber que esse tipo de brinquedos não se dão a certos meninos porque eles não sabem brincar direito.

Ele sacudiu a arma e pediu a minha bolsa. Bolsa que nem era minha, que eu pedi emprestada à minha mãe (ainda dá tempo de me mandar uma bolsa nova). Eu disse um: "Ai não moço, por favor..." bastante sofrido mas ele gritou de novo e pediu a carteira, dinheiro, cartão e celular.

Uffff... Salvei a bolsa de mamãe. Ele podia até ter um revólver, mas se eu chegasse em casa sem a bolsa, mamãe iria me comer viva.

Tirei a carteira e ia tirar o dinheiro para dar para ele, mas ele pediu a carteira toda. Poxa, será que ele não sabe que você poderia dar uma carteira para ele? Tinha mesmo que levar a minha carteira fofa com desenho de gatinhos (pode mandar outra igual, tá?)?!

Ainda soltei um: "Deixa só eu tirar a minha identidade". Porque sabe como é, né Papai Noel? Ser assaltada tudo bem, mas ter que ir de novo ao Detran tratar de documentos, ninguém merece. E, num movimento ninja, puxei a minha CNH para fora antes de lhe entregar a carteira.

O meu amigo, vendo que o cara estava sendo um menino mau e que decerto não ia ganhar presentes do senhor esse ano, esticou o braço e deu-lhe dinheiro para ele ir comprar alguma coisa bacana. Ainda assim o cara insistiu em levar o meu celular. Sim, esse mesmo que foi o mais barato que tinha na loja e que nem crédito tinha.

Ele até fez cara de nojinho quando eu entreguei o tijolão. Se o meu celular fosse um carro, provavelmente seria um Chevete, ano 86. Mas talvez eu tenha cara que anda por aí com Blackberry ou Iphone. Tá vendo Papai Noel? Essas roupinhas que eu compro na Rua da Alfândega me deixam com cara de fina. Pode mandar mais uns vestidinhos de lá que eu agradeço.

Ainda perguntei para ele se ele podia me deixar cinco reais para a passagem do ônibus. Ele sacudiu o revólver e mandou eu ir embora. Obedeci muito revoltada. Afinal, ele não sabe que o Natal é época de partilhar?

E agora eu pergunto: Precisava isso tudo, Papai Noel? Precisava esse teatro todo?

Bem, fico à espera do meu novo celular. Ah, e se puder leva também uma lembrancinha ao PM que quase me enfiou num tiroteio depois do assalto e para o pessoal da polícia civil que me tratou super bem, com muita educação e simpatia.

Beijos,
An@Lu







quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Sou só eu...

... ou mais alguém vê a semelhança entre essa música



e essa?

- Vai lá dançar com ele amiga! Ele não é feio e não fede.

Mal terminei de proferir essa frase e me dei conta que as minhas expectativas em relação ao sexo oposto estão demasiado baixas.

(E ainda assim, dizem as más línguas que eu estou solteira porque escolho demais)

sábado, 17 de dezembro de 2011

The book is on the table

Como saber se o seu aluno vai passar no teste de inglês em menos de 10 segundos:

- Vai preenchendo o seu nome na folha do teste enquanto eu vou ali entregar esse papel na secretaria.
- Tá, mas é pra preencher o nome em inglês?

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Vértice

Agora eu entendo aquele ditado. Sabe, aquele que diz que "Deus escreve certo por linhas tortas"? É que se as nossas linhas fossem paralelas e perfeitinhas, a gente nunca teria se cruzado.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

José

Dizem que tudo na vida é um grande aprendizado e que todos os dias podem trazer novas lições. Até naquelas noites em que você exagera na bebida, que passa vexame e que, pela primeira vez em vinte e sete aninhos, alguém tem que se encarregar de te levar para casa.

Mesmo aí dá para aprender alguma coisa. Não, não é "nunca mais vou beber desse jeito". Ok, isso também. Mas a grande verdade que eu descobri nessa noite é que, se você está insistindo em abrir uma porta que não cede de maneira alguma, ou você tem a chave errada, ou você está na porta errada. Nesta situação é preciso rever os parâmetros e efetuar uma mudança que não será necessariamente da menor coisa, ou da que dá menos trabalho a ser alterada.

Às vezes o que está errado é aquilo que está bem na nossa frente, que parece impossível, por ser tão familiar e porque o tomamos como óbvio, certo e garantido. Mas basta dar um passo atrás e olhar com atenção para descobrir que, durante todo esse tempo, segurávamos a chave certa no lugar errado.



Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
[...]
José, e agora?

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Emergency Call

- 911, what's your emergency?
- I fell.
- Where m'am?
- I fell in love.
- Oh, I'm sorry. Did you break anything?
- Just my heart.
- Does it hurt?
- Only when I breathe.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Aulinha rápida de português:

O verbo "namorar" não se conjuga com a terceira pessoa.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

No Ipod...

... e no coração.





Toda vez que eu errava cê dizia,
Pra eu me soltar porque você me conduzia.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Então essa noite eu sonhei que estava grávida de 5 bebês. Um de cada pai.

domingo, 13 de novembro de 2011

Aquele Beijo

Miguel Falabela acertou em cheio quando enumerou em plena novela das sete 10 coisas que as mulheres adoram ouvir.

Eu posso me considerar uma felizarda de já ter escutado todos as 10 frases dessa lista.
No entanto, foi uma outra, que apareceu despretensiosamente por email num dia desses, que me deixou completamente sem chão: "Você é o motivo pelo qual, quando eu penso no Rio, eu não consigo deixar de sorrir."

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Acho que eu acostumei a viver com saudade. Porque eu sou sempre feliz, mas alguma coisa sempre falta. E tem dias que ela vem assim, apertadinha, feito sapato que machuca a parte traseira do pé.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Eu gosto tanto de fazer aniversário que mês e meio antes eu já estou começando a planejar a comemoração. Nem sempre faço festa. O bolinho com a família é de lei. Mas a celebração varia. Às vezes um jantar, noutro ano uma balada e, se eu estiver me sentindo caseirinha, uma comemoração a dois.

Pela primeira vez em 13 anos o meu aniversário não vai ser passado sob um frio de rachar e debaixo de quarenta e uma camadas de roupa.

Aliás, quero comemorar o aniversário usando bem pouca coisa. Um biquíni (porque eu já perdi 12 quilos e tô me sentindo mega gostosa!), um par de chinelos e um sorriso.

Agora é torcer para fazer sol, pegar o protetor solar e riscar no calendário os dias que faltam para chegar ao paraíso escolhido, que também dá pelo nome de Ilha Grande.


27 days and counting!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

The Scar Project

Correntes me iram profundamente. E elas tem evoluído conforme evolui a tecnologia. Antes chegavam por carta. Eu recebi umas duas ou três na época de colégio. Depois, passaram a vir por email, até entrarem com a força toda nas redes sociais.

A última moda são aqueles joguinhos do Facebook de colocar coisas meio nadaver no status "em prol do câncer de mama". Ah, e claro, não vamos contar aos homens!

Agora me digam: como é que um status de facebook completamente desconexo vai contribuir para a luta contra o câncer de mama? Qual é a ligação lógica entre as duas coisas, minha gente?

Sabem o que ajuda, pessoal? Sabem o que ajuda de verdade? Isso.

Essas mulheres que tiveram a coragem de se despir dos preconceitos e enfrentar os olhares do mundo. Sobreviventes mutiladas. Gladiadoras privadas de um dos atributos essenciais da feminilidade.

Elas, que poderiam estar vulneváveis em frente à câmera, são acometidas de uma grandeza tamanha, que a nós só nos resta admirá-las. Pela coragem, pela força, pela vitória. Com marcas de batalha que vão para além da cicatriz visível. Que se refletem nos olhos, na postura. Todas elas são vencedoras.

É um trabalho cru, corajoso, chocante e bonito. Como um soco no estômago, fez com que eu imediatamente levasse as mãos aos peitos. E por isso eu sou grata a elas. Não só por relembrarem a importância do auto-exame mas também por me fazerem deixar para trás complexos bobos de imagem.

E divulgo isso aqui no meu espaço, assim, pra todo mundo ver. Porque até pode ser só um post num blog, mas se mais alguém se tocar depois de ler isto, essas meninas terão vencido mais uma batalha.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

4ever

A bobona aqui fica com os olhos marejados cada vez que vê esse anuncio. Secretamente desejando, mais do que acreditando, que exista algo assim reservado para ela.


domingo, 16 de outubro de 2011

O Caçador de Pipas



Já há algum tempo que eu não lia um livro assim tão bom. Uma história tão bem contada que me envolveu e me fez devorar 360 páginas em coisa de dois dias.

Este livro, não sendo um dramalhão desmesurado, faz marejar qualquer par de olhos. Não sei por quê, mas tenho uma predileção por ler histórias tristes.

Acho que tem a ver com isso: eu sento ali no meu cantinho, no meu mundo, com o meu livro e aproveito o gancho que o autor me dá para botar para fora todas as lágrimas acumuladas. A minha catarse particular.

Vi o trailer do filme (que já é de 2007) e foi o suficiente para me fazer derramar ainda mais lágrimas. Talvez eu esteja perto "daquela" altura do mês. Mas acho que vou preferir nem ver. Não pude deixar de reparar em alguns "erros" e eu sou aquele tipo de leitora chata que sempre se decepciona com os filmes.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Ao mar

Eu olho para você e sorrio querendo te amar.
Eu olho para você e só rio querendo-te mais.
Eu olho para você e sou rio querendo-te mar.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Meia noite no Rio

Ontem à noite eu fui a Paris. Através dos olhos de Woody Allen. Não posso dizer que sou fã, mas desde "Match Point" que eu tenho gostado de todos os filmes dele.

Meia-noite em Paris não foi exceção. Fui ver por acaso, num cinema charmoso em Ipanema com apenas 37 lugares e boa companhia.

A fotografia e a trilha sonora foram o que mais me encantaram no filme e me trouxeram essa nostalgia de Paris na década de 20. As poucas cenas do meu feio preferido como Salvador Dali e Owen Wilson num tom discreto de comédia deram leveza ao filme.

Meia Noite em Paris fala de passado, da nostalgia e essa mania da gente achar que "antigamente" (seja lá quando isso for) era tudo melhor. Será?


Maybe the present is a little unsatisfying because life is a little unsatisfying

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Cicatrização

Nosso organismo é freqüentemente lesado por agentes agressores.

Traumatismos mais ou menos graves, desencadeados de diferentes maneiras, destroem zonas do corpo, que a partir desse momento necessitam reparação.

Denomina-se cicatrização ao fenômeno pelo qual o organismo tende a reparar uma porção lesada.

Se um agente agressor causa um dano em um local, imediatamente ocorre uma série de fenômenos que visam à reorganização daquela zona e desenvolvem-se numa mesma ordem, com o objetivo de reparação.

Na realidade o processo completo de cicatrização dura mais alguns meses (mais de seis) para completar-se. Durante este tempo ocorre o amadurecimento da cicatriz.


Doa o que doer, demore o tempo que demorar. O nosso corpo está programado para nos proteger e curar. Tudo cicatriza. Tudo passa.

domingo, 9 de outubro de 2011

Smile

Felicidade é assim, até nas pequenas coisas: quando você sorri para a vida, ela dá um jeito de sorrir para você!

sábado, 8 de outubro de 2011

Pantone

- Onde você vai?

Nem foi tanto a pergunta que o surpreendeu. Nunca se tinham visto e ela agarrara-o pelo braço com um excesso de familiaridade que lhe era estranho. Bom, não é bem que nunca se tivessem visto. Já tinham trocado olhares. Azul no Castanho de leve. Mas nada que explicasse esta atitude dela. Perplexo, balbuciou:

- Eu só... Ali... Bem... Ao bar... Uma cerveja
- Não. Você não vai. Quer dizer, fica... - Disse ela, ainda segurando-o pelo braço, mas moderando o tom ao perceber que talvez tivesse exagerado.

Ele ele olhou para ela sem dizer nada, no fundo dos olhos. Azul no Castanho com intensidade.

- ... a gente ainda não dançou. - Disse, por fim, soltando o braço do rapaz.

Foram dois segundos que pareceram uma eternidade. Ela tentava fazer a pose de mulher atrevida e confiante que sempre sonhara ser. Por dentro morria de medo que o largar do braço significasse um virar de costas e até nunca mais. Tentava a todo custo manter a timidez escondida naquele cantinho da espinha dorsal.

Ele assentiu com um aceno de cabeça quase imperceptível. Começou a movimentar-se meio sem jeito em volta dela. Talvez, no planeta dele, aquilo seria considerado dançar. O Azul brincalhão roçava no Castanho sorridente.

- Eu vou ali para a janela fumar.
- Me dá um cigarro? - Disse ela rapidamente tentando evitar que Azul e Castanho se perdessem no meio da multidão.

Ele acendeu o dela. Ela engasgou levemente, pois fumar não fazia parte dos seus hábitos. Azul e Castanho se estudavam, envoltos numa nuvem cinza.

- Quer caipirinha?
- Quer me deixar bêbado?

Azul e Castanho sorriram. Se provocavam. Ela esforçava-se para manter a ousadia, que nunca lhe fora natural. A timidez ameaçou saltar do esconderijo. Ela endireitou a coluna. Azul e Castanho, ligeiramente ébrios, ficaram mais próximos, separados por um fino véu de fumaça que bailava.

- Adoro essa música. - Disse ela ao reconhecer os primeiros acordes de uma canção.
- Dança comigo.

Dessa vez era ele quem fazia o pedido. Já não se mexia descoordenadamente. O corpo, colado no corpo, se movia em uníssono. Num roçar leve de lábios, Azul e Castanho foram cobertos por pálpebras. Assim permaneceram.

Azul e Castanho se procuravam. De forma cada vez mais frenética. Pode-se até dizer eles se viam, mesmo sem verem mais nada. Foi quando os lábios se soltaram que Azul e Castanho se reencontraram e pediram mais.

Se olharam, se saborearam, se mesclaram. Azul penetrante, Castanho misterioso. Azul acastanhado, Castanho azulado.

Se transformaram numa única cor. A cor da felicidade de pertencerem um ao outro.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Gosto

daquelas noites em que você não dorme e ainda assim "acorda" toda feliz para trabalhar.

É, a prova cabal que a Cinderela aqui envelheceu de vez é que eu tenho que sair das festas cedo não porque mamãe não deixa ficar até tarde, mas sim porque eu preciso vir para casa trocar de roupa para trabalhar no dia seguinte.

Isso e o fato de eu levar analgésicos para a balada, no caso de a dor na coluna voltar a atacar.

Tá, mas nem o analgésico, nem o horário me tiram esse sorriso hoje!

Incoerência é...

... passar uma hora na academia fazendo step e chegar em casa e reclamar porque o elevador está quebrado.

domingo, 2 de outubro de 2011

Pois é assim que eu me sinto. Como um punhado de areia. Você pode achar que me tem nas mãos, mas eu escorro por entre os vãos dos dedos se me apertar com força e vôo com o vento se não me envolver.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Amigos do peito

Meus queridos,

É com muita tristeza que escrevo essa carta, depois de vocês terem me abandonado.

Nós já nos conhecíamos há um tempinho e eu adorei todos os momentos que passamos juntos. Sem dúvidas vocês me trouxeram muitas alegrias. Eu sabia que vocês estavam lá por mim, em todos os momentos, porém nunca tomei vocês como garantidos. Não quero que pensem que eu não vos dava o merecido valor!

Ainda assim, e de maneira abrupta, vocês decidiram que era chegada a hora de me deixar. Fizeram-no da noite para o dia, sem aviso prévio e sem sequer escrever um bilhetinho de despedida. Achei isso muito injusto porque eu sempre tratei vocês com o maior carinho.

Não sei se terá sido por causa da ginástica. Eu sempre ouvi falar que existiam uns homens ciumentos que largavam as respectivas mulheres quando elas começavam a ficar gostosonas. Medo de levar um chifre, entendem? Mas sempre pensei que isso fosse coisa de meninos inseguros e imaturos. Aí, toma! Vocês e resolvem fazer a mesma coisa comigo.

Estou muito desolada. Não era nada disso que eu queria, meninos. Eu nunca menosprezei a nossa relação e jamais iria pensar em trocar vocês por outros. Creio que vocês interpretaram mal as minhas palavras e partiram sem me dar chance me explicar.

Vejam bem: Quando eu dizia que queria emagrecer e perder gordura localizada eu estava me referindo às áreas do quadril, pernas e abdómen.

Vocês, meus queridos peitos, tinham toda a liberdade do mundo para permanecer onde estavam: lindos, roliços e cheinhos alegrando o meu decote!

Espero que essa carta encontre vocês bem e felizes. No entanto, antes de me despedir, gostaria de fazer um último apelo. Se quiserem voltar, o espaço de vocês no meu coração e sutiã estará sempre garantido.

Com amor,

An@Lu

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Pornô, esse incompreendido

Se eu disser que todas as comédias são ruins, vocês vão concordar comigo? Não, né?! Porque se é certo que existem algumas que não valem nem o tempo gasto no download da internet, existem outras que valem até uma dose extra de pipoca no cinema.

O mesmo acontece com todos os tipos de filme. Ação, suspense, drama, policial, animação e até pornô.

Sim gente, sério! Vamos parar de hipocrisia, né pessoal! A gente vê umas 650 comédias românticas com a Sandra Bullock, Jennifer Anniston e o escambau. Se aqueles relacionamentos dão certo e eles são felizes para sempre, é porque a coisa rola bem na cama, no sofá e em cima da bancada da cozinha. Se não, duvido que o "felizes para sempre" durasse mais que 2 meses de sexo meia boca.

Pois é, o pornô é essa parte da comédia romântica que eles não mostram. Porque depois dos amassos iniciais eles cortam para um close da Gweneth Paltrow semi-descabelada no dia seguinte com o lençol cobrindo o corpo.

"Ah, mas filme pornô é muito falso!"

E comédia romântica é o quê, amiga? Vai dizer que você realmente acredita que existem uns Ben Stillers ou Owen Wilsons assim meio bobões mas completamente fiéis, românticos e apaixonados por aí? Que dizem tudo na hora certa? Que nunca querem ver o futebol na hora da sua novela e estão sempre prontos para ir às compras com você? Filme pornô é, antes de mais, um filme. Uma obra de ficção.

Também não estou aqui dizendo que filme pornô é uma arte e essa coisa toda que o pessoal inventa para não ser chamado de tarado. O pornô serve para alimentar as suas fantasias sexuais da mesma maneira que a ficção cientifica vem alimentar a sua imaginação. Gente, sexo é uma necessidade humana! Tão natural como comer e dormir. Se existem filmes sobre comer e dormir, qual é o mal de existirem filmes sobre sexo?

Tá, concordo. Tem muita bizarrice por aí. Muito pornô ruim, mecânico, sem graça. Mas e as comédias sem graça, os dramalhões exagerados e os filmes de ação em que não acontece nada? Não vou citar nomes, porque gosto cinematográfico é uma coisa pessoal porém, vamos combinar que se o primeiro American Pie até foi engraçado, os demais ficam muito a desejar... Isso sim é que deveria ser proibido!

Não, não é todo o pornô que é ruim. Talvez você ainda não tenha encontrado um que tenha sido bom pra você. Sugiro uma pesquisa na internet, de preferência com boa companhia e camisinhas. Vale até pedir sugestões aos amigos!

Mãos à obra!
É com muita alegria nesse meu coraçãozinho que eu anuncio para vocês que as minhas noites e manhãs de domingo (sim, porque eu trabalho sábado de manhã, tá?!) já não são solitárias...



As minhas séries preferidas voltaram!!!

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Na academia

- Por que você parou de fazer Muay Thai?
- Porque eu não gostava de levar socos na cara.
- Mas você não sabia que era assim?
- Sabia.
- Então por que você começou?
- Porque eu achei que fosse bater mais que apanhar.

domingo, 25 de setembro de 2011

O fim

Ela já não corre para responder aos emails. Já não entra rapidinho no msn para ver se ele está online. O seu coração já nem salta quando a plaquinha sobe no canto direito da tela. Ela já não o procura mais nos bares e nos rostos quando sai à noite. Já ouve Adele sem sentir nó na garganta. E já nem ouve muito, porque aquelas músicas já não se relacionam com o momento que ela está vivendo. A música, para ela, funciona como uma trilha sonora da vida.

Por isso só agora, alguns meses depois do fim, ela pode dizer que acabou.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Você ___________________ e _____________________ eu
Você _______________ e _________________ eu
Você ____________ e ______________ eu
Você _________ e ___________ eu
Você ______ e ________ eu
Você _ e __ eu
Você e eu
Vocêeeu

Coladinhos assim.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Aprendi que dar uma aula de inglês às 7 da matina, quando você saiu de casa às 5:20 e só dormiu quatro horas e meia, é que nem dançar o créu: tem que ter disposição e habilidade!

Futura Mulher Fruta

E eis que, mais uma vez, eu estou tentando sair da vida sedentária. Entrei numa academia!

(Pausa para os aplausos)

Preciso perder urgentemente os 10 (sim, 10!) quilos que eu ganhei desde que decidi sair de Portugal e voltar para o Rio. Sim, sou ansiosa. Enquanto a viagem não chegava eu comia tudo o que via pela frente.

Agora, de cabeça mais tranquila e com um sorrisão no rosto, é hora de correr atrás do prejuízo. Vejam bem, eu nunca fui magra, mas neste momento eu estou a exactos 11 quilos de poder ser chamada de gordinha. Mas calma, eu chego lá! Vocês vão ver que eu ainda vou virar uma mulher fruta!

Mas então, cheguei lá na academia, toda rolicinha e tochada na calça de ginástica. Pronta para a aula de spinning. O professor me explicou as posições básicas e disse para eu relaxar e fazer as coisas ao meu ritmo. Claro, o que ele poderia esperar da menina sedentária?

E não é que eu fiz a aula quase toda, no maior pique? Suei litros, saí quase morrendo mas pedalei como se não houvesse amanhã.

No final da aula, o comentário encorajador do professor:

- Gostei de ver Ana! Mas me diz aí... Estava com raiva de quê?

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Hoje ela faria 28 anos. Descanse em paz.



E essa será sempre uma das músicas mais doídas que eu já ouvi e que, em dias como o de hoje, eu não consigo escutar sem uma lagriminha no olho e um nó gigantesco na garganta.
... daquelas coisas que fazem um "click" instantâneo na sua cabeça, mal você acaba de ler:

"Pessoas com vidas interessantes não têm fricote. Elas trocam de cidade. Investem em projetos sem garantia. Interessam-se por gente que é o oposto delas. Pedem demissão sem ter outro emprego em vista. Aceitam um convite para fazer o que nunca fizeram. Estão dispostas a mudar de cor preferida, de prato predileto. Começam do zero inúmeras vezes. Não se assustam com a passagem do tempo. Sobem no palco, tosam o cabelo, fazem loucuras por amor, compram passagens só de ida."
Martha Medeiros

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

#@#%$#&*$$@%!!!

Cuidado! Post sem censura

- Putaquipariu!
- Tá falando comigo?
- O ônibus só passa de vez em quando e agora esse filhadaputa decide não parar!
- ...
- Que merda!
- ...
- Tem transporte para tudo quanto é lado e para a porra da minha casa só tem um ônibus!
- ...
- A minha vontade é me jogar na frente daquele motorista cuzão porque aí ele vai ter mesmo que parar!
- Não fala palavrão... Não combina com você assim bonita e arrumada...
- Ah, você também? Quer saber? Vai para o ca...

E isto, amiguinhos, é a An@Lu tendo um ataque de TPM.

domingo, 11 de setembro de 2011

Um abraço pra lá de apertado, um baita sorriso rasgado e beijos molhados.

Ground zero

Assistimos de nossas casas enquanto ele mudava o mundo. Choramos os mortos. Contamos os mortos. Vimos e revimos as cenas chocantes.

Passamos a ser mais cuidadosos. Desconfiados do diferente. Temendo ser apanhados pelo acaso e pela falta de atenção, fechamo-nos em nossas casas. Destruímos as pontes que nos ligavam, reforçamos os nossos muros.

Criamos barreiras à circulação. Alimentamos o ódio e a sede de vingança. Fomos atrás. Perseguimos, caçamos, exterminamos.

Por fim, quase dez anos depois, celebramos a morte de um homem que tinha por costume celebrar a morte alheia.

Matamos o homem e o medo permanece. O preconceito também. E, enquanto vivermos sob a sua égide, jamais poderemos nos proclamar vencedores dessa guerra sem fim.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011



Vinte e dois anos depois ela ainda continua usando arquinho vermelho para enfeitar o cabelo. Continua achando que o seu pai é o melhor do mundo. Mantém o sorriso de moleca - porém agora com mais dentes. Ainda faz birra para cortar o cabelo. Não perdeu a mania feia de roer unhas, por muito que a sua avó a tenha ameaçado de pôr pimenta nos dedos.

Fica sem dormir na véspera do aniversário, para acordar logo e receber presentes. E ainda perde o sono se estiver feliz. Se rói toda por dentro para guardar segredos (mas guarda-os) e morre quando ouve de alguém: "tenho uma coisa para te contar". Continua ficando com as bochechas rosadas quando mente. Nem consegue disfarçar a alegria, embora a tristeza ela tenha aprendido, com o tempo, a maquiar.

Porém não consegue, ainda, esperar as datas dos aniversários e outras datas oficiais para dar presentes. Nunca gostou de ver a felicidade adiada.

Vinte e dois anos depois ela escreve, e acha que esse seria um texto ótimo para publicar num aniversário, mas essa ansiedade que teima em permanecer com o passar dos anos, a compeliu a publicar isto hoje.

Carioca

Morar no Rio é sair do trabalho e passar em frente ao ensaio da Escola de Samba. É não gostar de futebol e ainda assim torcer para o Flamengo, mesmo não sabendo o nome de um único jogador. E defender com unhas e dentes o seu time contra o ataque de vascaínos invejosos! É jurar de pés juntos que não gosta de funk mas descer até o chão (chão chão) quando o DJ vai buscar aquele batidão "das antigas". É ver o pessoal jogando vôlei e correndo na praia e prometer para si mesma que "vai fazer isso no domingo que vem... Assim que der!".


quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Ódio de Morte: Gente que fica perguntando se eu sei quantas calorias tem naquilo que eu estou comendo.

We don´t need no education!

Entrar numa sala de aula depois de tanto tempo vem sempre acompanhado de uma nostalgia. E depois de alguns aninhos me peguei retornando a esse mundo. Perspectivas de conhecer novos alunos, novos professores e a sensação gostosa de começar um caderno novo, um capítulo novo...

- Bom dia.
- Hello people. My name is An@Lu, I´m your new english teacher.

O quê? Vocês não sabiam que eu era professora? É, eu também não. E logo eu que, mesmo não me considerando uma pessoa tímida, morro de vergonha de falar em público, de sentir aquela gente toda olhando para mim.

É sem dúvida um desafio novo. Mas eu tenho me divertido... Como na primeira aula, que as minhas mãos estavam geladas de nervoso enquanto eu tentava fingir (sem muito sucesso) que dava aulas há anos. Claro que foi um desastre. Até porque, no meio da aula Darren Criss entrou na sala e quebrou a minha parca concentração. Óbvio!

Mas me recompus rapidinho e continuei a aula. Confesso para vocês que eu tenho uma dificuldade em falar com homens lindos. É como se ficasse pulando uma mensagem "pop-up" dizendo sempre: "Nossa, olha como ele é bonito!".

Enfim, mais um desafio a superar. Mas é bom que eu aprenda bem rápido a lidar com isso. Porque o lindão é bombeiro e, segundo consta, ele às vezes vai uniformizado para o curso...

(Insira aqui a sua metáfora sobre tamanho da mangueira e apagar o fogo).




É o que dá! Uma criatura sai clicando em tudo e depois muda a interface do blog. Agora estou sem saber como postar!!!

Querido blogger e facebook: em time que está ganhando não se mexe, valeu?

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Pode entrar. Pode bagunçar meu quarto, minhas coisas, meu cabelo, minha alma. Bagunce minha vida. Ela é feita de rebuliço e silêncio.

domingo, 28 de agosto de 2011

Nem sou muito fã de MMA mas depois de ver o tamanho da felicidade do Anderson Silva, acho que vou assistir os combates com mais frequência.



Valeu Spider!!!

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Refogado

Não tenho segredos, tenho camadas. Tal e qual uma cebola. A maioria das pessoas conhecerá apenas duas ou três. Superficiais, leves, menos delicadas. O núcleo, reservo-o apenas para quem tenha paciência. Para quem saiba me descascar. E, acima de tudo, para quem consiga aguentar as lágrimas.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

- Há quanto tempo vocês estão juntos?
- Vai fazer um ano.
- E você está apaixonado?
- Estou num bom momento.
- Está apaixonado?
- Ah... É uma pergunta difícil.
- Não. Não é.

Sério pessoal, a resposta é bem simples.

domingo, 14 de agosto de 2011

Você está se sentindo maravilhosa, divônica, com o seu novo vestido de uma alça só, ou melhor, com decote assimétrico - o nome "fashion" da coisa. Pela primeira vez você ganhou coragem e comprou uma estampa de leopardo, quer dizer, "animal print" - bem mais chique. Você passa um delineador pra ficar com o olho pretão, assim tipo o da Adele. Batom vermelho, claro. Salto alto, sem dúvida.

Sai assim, com o look perfeito. Ou pelo menos achando que está tudo perfeito. Até que "ele" te olha e comenta:

- Ih, tá parecendo os Flintstones!

Feliz dia dos pais!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

20 anos

Andando por algumas ruas lembrei de você. Parei em frente à sua janela, mesmo sabendo que há muito tempo que você não mora lá. Queria te encontrar. Primeiro nos estranharíamos. Você com certeza iria lembrar de mim. Todo mundo diz que a minha cara não mudou muito. Trocaríamos exclamações. "Nossa! Como você cresceu!", "Você continua igualzinha!", entre outras coisas que se dizem quando você revê alguém passado muito tempo.

Como passou rápido... É clichê dizer isso, mas parece que foi ontem. Tenho saudade das nossas brincadeiras, do tempo do colégio, das férias no sítio da vovó... Sabe que eu fui à nossa antiga escola e a freira ainda lembrava de mim? É muito bom olhar para trás e ver tanta coisa boa!

Eu cresci. Bastante. Acredito que você também. Mudei muito. Algum dia você iria acreditar se eu te dissesse que o meu guarda-roupa está cheio de vestidos?! E lembra que você queria tanto um irmãozinho? Veja só, eu hoje tenho cinco. Engraçado, né? A vida dá tantas voltas. A gente tem que ter muito jogo de cintura para não dançar de vez.

Por falar em dançar, eu aprendi a sambar. Lá fora todo mundo acha que brasileiro já nasce sabendo, mas foi depois de muitos anos parecendo um macaquinho com espasmos que finalmente aprendi a dar uns passos certos. Foi assim na marra, na força de vontade. Do mesmo jeito que você aprendeu a andar de bicicleta. Você insistiu tanto para eu andar e me fez cair trocentas vezes até eu aprender.

Quando eu completei os meus vinte anos eu lembrei que a gente achava que com essa idade seríamos extremamente adultas, maduras e bem resolvidas. Não contei para ninguém que a gente pensava isso. Até porque eu não me sentia minimamente adulta. Muito menos bem resolvida! Lembra aquelas brincadeiras que a gente fazia na última folha do caderno da escola, para descobrir com que idade a gente iria casar, quantos filhos íriamos ter e todas essas coisas que nos fariam mulheres realizadas? Lamento querida, não deu certo. Eu não casei aos vinte anos. Para falar a verdade, o casamento há muito que já não se inclui nos meus planos. Também não tive as quatro filhas com aqueles nomes que a gente tinha combinado.

Para compensar eu tenho uma gata, a Napoleona. Você iria adorar conhecê-la. Minha mãe, que não permitia bichos em casa, hoje tem dois cachorros.

Falando assim é que eu vejo quanta coisa a gente tem para pôr em dia. Eu queria ter te dito muita coisa. Queria poder ter te aconselhado na escolha da faculdade, dos empregos. Queria poder ter dito para você ir com calma e não se envolver com "esse" ou "aquele" babaca. Porque eu já passei por isso e sei que dói muito quebrar a cara. Queria poder evitar que você passasse pelo mesmo. Mas seria inútil. Errar é uma parte essencial da vida.

A verdade é que aprender a relacionar-se é como aprender a andar de bicicleta. Você precisa cair para saber que o chão é duro. Para entender que ter equilíbrio é importante mas que, se cair, tudo bem. Do chão não passa e não existe remédio senão conseguir levantar-se e continuar pedalando.

Por isso pedale, sinta o vento na cara, aproveite. Você ainda tem muito chão pela frente.

38, o número da besta

Se existe uma coisa que eu odeio é atendente de sapataria. Vejamos: eu chego na loja e peço aquela sandália linda, no meu número: 39, por favor. Dez minutos depois a criatura me aparece com a sandália, no número 38, que é o que tinha em estoque.

Vamos combinar: se eu usasse o 38, eu teria pedido um sapato 38, certo?! Então das duas uma:

- ou ela acha que eu vou andar com o pé todo espremido porque 38 é o número que ela tem;

- ou ela poderia, no mínimo, trazer um facão para eu cortar fora a parte do meu pé que não cabe no sapato.



domingo, 7 de agosto de 2011

An@Lu in the sky with diamonds



Agora eu ando dormindo muito bem acompanhada!

Ponto de encontro

Enquanto isso, num show no Arpoador, um telefone toca...

- Oi amiga, já chegou?
- Cheguei sim. Onde você está?
- Olha, eu to aqui bem no meio.
- Putz, tá super cheio! Como eu vou te encontrar?
- Ah não tem erro. Vem andando, eu estou do lado de um francês.

Alguém me explica desde quando "um francês" é ponto de referência?!

É que eu bem procurei, mas não vi ninguém assim:



Nem assim:

(Vincent Cassel, seu lindo!)

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Homens Protetores

Exemplo 1:

Ela: Nossa, tá um friozinho, né?
Ele: É, toma o meu casaco.

Exemplo 2:

Ele: Oi, posso te falar uma coisa?
Ela: Sim, diga!
Ele: Eu vi que você tem um sinal nas costas. Você já foi ao dermatologista?

Porque perguntar para a mulher se ela já sabe se tem câncer de pele ou não é uma ótima maneira de quebrar o gelo.

sábado, 23 de julho de 2011

Amy Winehouse, Kurt Cobain, Jimmy Hendrix... Toda essa gente talentosa morrendo aos 27 anos... É, tenho que me cuidar!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Essa noite eu sonhei que estava rolando a maior festa e eu dormindo. Sonhei que estava sonhando.

Acho que já vi isso antes...



Leozinho DiCaprio e o Joseph Gordon-Levitt, cadê vocês seus lindos?!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Você tem medo de quê?

Depois eu falo sobre como foi a viagem, sobre como eu estou me sentindo em casa e como estou me apaixonando por esta cidade que chamam de Maravilhosa.

Agora eu quero falar de um medo que eu tornei público hoje pela primeira vez. Eu sempre senti isso, mas não conseguia verbalizar direito. É que, dentre as muitas fobias estranhas que eu poderia desenvolver ao longo de 27 anos de existência, eu tenho medo do "mendigo agarrador de pés".

Explico: eu morro de medo de mendigos deitados na rua. Não dos que estão em pé ou sentadinhos. Tenho medo dos mendigos deitados, principalmente se estiverem cobertos. A coisa é séria. Eu chego a me desviar do caminho ou mudar de calçada.

Tá, sinto pena. Mas toda a consciência social fica de lado perto do pânico que eu sinto quando cruzo com um sem teto deitado no chão. Mas não é medo do mendigo em si. A coisa é ligeiramente mais irracional. O meu medo, vejam bem, é que o mendigo estique o braço e agarre o meu pé.

Eu até perguntei para o meu pai que trauma teriam eles posto na própria filha que explicasse essa fobia. É que os pais - ou pelo menos os meus pais - criam os filhos falando no homem do saco, bicho papão e da boneca Xuxa demoníaca (crianças dos anos 80, vocês sabem do que eu estou falando!). Mas o meu pai garantiu que nunca mencionou um "mendigo agarrador de pés" nas tentativas de incutir mitos urbanos no meu subconsciente.

Por isso concluo que essa fobia é original minha. Talvez exista um nome científico, talvez existam mais pessoas que, como eu, temem um hipotético mendigo podólatra que não resista à tentação de agarrar pés de moças que passam na rua. Não para assaltar, não para fazer mal, mas apenas com o propósito de terem nas mãos um exemplar dos meus delicados pézinhos tamanho 40.

Talvez, talvez... São muitas questões para responder. E, até encontrar um grupo de apoio ou um terapeuta decente, manterei meu olhar vigilante.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Desapego

Engraçado como você foi sumindo de dentro de mim. Primeiro foi o seu rosto. Eu, que antes reconhecia todos cantos, relevos e expressões... Tão nítido... Agora, ao fechar os olhos, a tua imagem vem meio embaçada, misturada com outras feições que vejo diariamente.

Depois foi a voz. Aquele som que cantava para mim, o timbre que me arrepiava quando sussurrava no meu ouvido coisas tão nossas...

Sumiu também o seu gosto. O sabor do beijo e da pele. Foi-se o calor do abraço e o peso da tua mão em cima de mim. Foi-se a maciez do teu cabelo e a textura das tuas costas.

Até o cheiro foi embora. Por muito que feche os olhos, não lembro do cheirinho do teu pescoço, onde eu muitas vezes encostei, dormi e sonhei com a gente lutando, vencendo e sendo felizes.

Sinto que perdemos. Nós perdemos. Nos perdemos. Sinto que meus sentidos se perderam de você. Sinto muito.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Mala Pronta

- Tem amigos?
- Sim, tá cheio.
- E vai tudo?
- Claro, não pode faltar nenhum.
- Saudades?
- Tá aqui.
- Nossa, mas isso ocupa um espação.
- Pois é, né? Mas não tem como evitar.
- Sorrisos, abraços, beijos, carinho, amor, felicidade, festas, danças, música...
- Tá aqui tudo separadinho e dobrado. Pode guardar.
- Nossa! Tanta coisa boa...
- É. Ando colecionando essas coisinhas há um tempão. Nem pensar que eu deixo isso aqui!
- E lágrimas?
- Vão só as de alegria. Estão naquela pilha ali, ó!
- A faculdade, vai?
- Vai, né? Pode ser que sirva para alguma coisa.
- E trabalho?
- Mmmm... Acho que não precisa. Isso tem lá.
- Ok, então vamos tentar fechar...
- Tá super cheia! Faz força aí desse lado!
- Poxa, custou mas conseguimos! Botar 13 anos na bagagem não é nada fácil...
- Espera, faltou aquela pilha ali.
- O que tem lá?
- Tristeza, mágoa e desamores.
- Acho que já não cabe.
- Então deixa isso pra trás. Não vai fazer falta.
- É, melhor mesmo.
- Boa viagem.
- A gente se vê no Rio.

sábado, 2 de julho de 2011

Então, depois que saiu o cor de rosa e graças ao sol, o meu cabelo deu uma de pokemón e decidiu sozinho que iria evoluir para essa cor:



Eu só notei isso há dois dias. Mas diz-se que eu já ando assim há mais de um mês.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

- Não sei para onde você estava olhando, mas devia ser bom. Dá para ver pelo sorriso.
- Ahn... Assim eu fico sem graça...
- Não, você nunca perde a graça.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Eu mesma!

Você passa por um espelho e se vê. Se vê em câmeras de vigilância, em vidros de carro, no reflexo de um par de óculos escuros. Se vê em muitos lugares, mas não espera se encontrar nas mãos de outra pessoa.

Foi assim que eu me vi hoje, sendo folheada por uma mulher no trem, bem do meu lado. Foi essa surpresa que eu tive ao ver o meu sorriso, sorrindo de volta para mim, nas páginas da revista nas mãos da mulher do trem.

Tudo começou como um favor para uma amiga que é jornalista e precisava de uma pessoa para uma matéria de um colega dela. Eu dei a entrevista por telefone e marquei com o fotógrafo de fazer uma foto que iria ilustrar a matéria.

Eu pensei que tirar uma foto fosse uma coisa fácil. Você chega, ele clica e pronto! Mas eu demorei 40, sim qua-ren-ta minutos para tirar UMA mísera fotinho.

"Põe a mão aqui, dance, dá uma voltinha, abre os braços e fecha os olhos, descontrai, você piscou, fica natural, o cabelo ficou na cara..."

Isso tudo com um vento féladaputa levantando o meu vestido e eu com a preocupação de não mostrar mais do que queria e acabar parando noutro tipo de revista. Uffff... Não, eu não nasci para modelo.

A revista saiu, eu comprei, mostrei para os amigos e pronto. Tive meus 5 segundos de "fama".

Nunca mais me lembrei disso. Até hoje que, num momento bizarro do acaso, eu dei de cara comigo mesma, sorrindo, diretamente das mãos de uma senhora que eu nunca vi na vida. Ela lendo o que eu falei e olhando para a minha cara, sem saber que estava olhando para mim.

E não, eu não falei com a mulher. Para a decepção de vocês me deu um ataque de timidez e eu me encolhi no meu lugar e fiquei observando ela ali, olhando pra mim.

Eu saí na minha estação, fui encontrar umas amigas para jantar. Eu continuei no trem e fui enfiada numa bolsa azul.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Abraços de despedida. Abraços de reencontro. Lágrimas de oi e de adeus. O doce de voltar, o amargo de ir. Mudar-se não é, de todo, linear. Medo de partir versus vontade de chegar. Perco-me entre a familiaridade do desconhecido e a estranheza do cotidiano.

Impossível evitar o frio na barriga por sair. Mas não posso me negar às borboletas no estômago de um recomeço.

Metade da vida de cada lado do Atlântico. Divida entre a sensação de sair de casa e a sensação de retornar ao lar.

Carioca de Lisboa ou Lisboeta do Rio?

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Fato: Eu sempre tive vergonha de dizer a alguém que o ziper da calça estava aberto. Rola sempre um constrangimento da pessoa achar que eu sou meio tarada.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

E quando a saudade aperta a consciência me aconselha:

"Calma, minha filha! Isso são só hormônios. Vai comer um chocolate que passa."

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Carência...

Alguém aí pode gostar de mim, por favor?

Deleite. Delícia. Delicadeza. Delinear. Delírio.

Agora repita tudo sí-la-ba por sí-la-ba. Devargarzinho. Respeite as pausas para respiração. Veja a língua dançar na sua boca e experimente como falar pode ser tão gostoso.

terça-feira, 14 de junho de 2011

O que me consola, e ajuda a passar dias como o de hoje, é saber que eu vou te ver. O trabalho foi chato, eu passei mal e arrebentei uma tirinha da minha sandália preferida. Mas tudo isso é pequeno perto do aconchego do teu abraço. Eu sei que não existe outro lugar no mundo onde eu pertença mais que ali. Naquele pedacinho entre o queixo e o ombro eu deito a cabeça e os problemas e sonho com você.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Mundo Digital

...Perdidos no caminho de um churrasco.

- Onde é a casa da fulana?
- Eu sei mais ou menos onde é...
- Então me dá o endereço para eu botar no GPS.
- Ahn... é que eu não tenho...
- Você não recebeu o e-mail dela?
- Sim, recebi, mas a minha impressora estava sem tinta e agora o meu celular tá sem bateria e eu não consigo olhar na internet.
- E PORQUE VOCÊ NÃO ANOTOU O ENDEREÇO NUM PAPEL, UTILIZANDO UMA CANETA????
- Ahn é, né? Nem lembrei disso.

Tecnologia 1, Ser Humano 0.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Mr. Jailer*

- Ô vocês aí! Vamo pará com essa confusão senão eu vô descer o cacete em todo mundo.
- Qualé patrão, vai bater na gente por quê? Aqui é todo mundo igual... eu, você...
- Igual o quê?
- Você está preso aqui, que nem a gente.
- Tá louco? Daqui a duas horas eu vou pra casa, pegar minha mulher, ver um futebol... E você? Fica aí com esse bando de gente imunda.
- É, mas quando você sai você leva isso aqui com você. A gente imunda te acompanha onde você estiver. E eu? Eu tô aqui dentro, mas tenho o mundo lá fora dentro de mim.
- ...
- Agora me diz, quem de nós está preso de verdade?

*música de Asa, aqui.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Vejam esse videoclipe. Mais precisamente no segundo 50.



Fui só eu que pensei "galinha de macumba"?

terça-feira, 10 de maio de 2011

Você sabe que a sua vida anda meio monótona quando quer muito que chegue logo a sexta feira só para ver o novo episódio de Grey's Anatomy.

Fique bem

Muita coisa aconteceu com a gente. Você faz parte da minha história. E tem muita história para contar.

Faz o quê, uns cinco anos que a gente se conhece, né?

Nesse tempo foram várias as vezes que eu já fiquei tão feliz de não conseguir dormir. Mas também foram algumas em que eu chorei sozinha no escuro até adormecer. Você estava lá, para amparar as lágrimas.

Passei algumas noites em claro. Algumas no silêncio da preocupação. Outras, entre suspiros e arquejos. Você acompanhou tudo, sempre cúmplice.

Já acordei ao som de violão, com café da manhã na cama e já dormi até perder a hora.

Vi a Estrela Regina perecer e não consegui chegar até você na noite que ela foi embora. Aliás, fiquei uma semanas sem te ver porque não tinha coragem de entrar no meu quarto. Você foi paciente e esperou eu me recuperar.

Você acolheu o Napoleão. Mesmo ele te maltratando algumas vezes. Depois Napoleão descobriu-se fêmea e a gente riu um bocado, lembra?

Passei dias desanimada sem sair de perto de você. Você me confortou e nunca reclamou de todas as vezes que eu te abandonei para viajar. Eu sei que às vezes fui meio ingrata. Fiquei dias sem te ver, sem dizer nada. Você teria todas as razões do mundo para não me receber mais.

Só que eu sempre voltei. Eu viajo porque preciso, mas volto porque não existe nada melhor que voltar para você depois de uns dias fora. Para o nosso conforto tão familiar.

Mas agora eu vou de vez. Deixar você com outra pessoa será deixar um pouco de mim. Nossas lembranças ganhando outra decoração, perdidas entre outras peças de mobiliário.

Fique bem.

sábado, 7 de maio de 2011

Soul

Não entendo muito de música. Mal consigo diferenciar notas musicais. Entendo pouco de gêneros. Mas entendo de sentimento. Por isso, digo com toda a propriedade que meus 27 anos permitem que é difícil, quase impossível é ouvir o CD da Adele sem sentir o coração ficar apertadinho. E, se você teve o coração partido recentemente, não recomendo escutar "Someone like you" em lugares públicos. Eventualmente uma lágrima talvez uma cachoeira) irá escorrer. Não sei se isto é soul music, mas é música para a alma.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Eu vejo as pessoas olhando pra mim na rua. Aí depois eu lembro:

"Ah é, eu tenho o cabelo cor de rosa."

Pode isso?

Como assim uma pessoa dorme, acorda no outro dia e o Bin Laden está morto?
Como assim gente???

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Enquanto isso no casamento real

Eu assumo, vi o casamento real inteirinho. Não vou dar uma de blasé "tô nem aí para o William e a Kate". Ah, eu estava curiosa sim! Não ao ponto de mudar a minha rotina por isso, mas ao ponto de espiar a boda pela internet.

Não sei quanto a vocês, mas o William era o meu sonho de consumo durante a pré-adolescecia. Ele e o Léozinho Di Caprio. Nem era o fato de ele ser príncipe, nunca foi coisa que eu tivesse sonhado. É que eu, no alto dos meus 13 anos, achava ele super pegável. Para dar uns beijinhos atrás do colégio. E ainda acho, apesar da careca.

Por isso, às 11 da manhã eu e mais 3 colegas estávamos grudadas no computador acompanhando tudo e tentando descobrir o que é que a Kate tem que eu não tenho. Comentamos o vestido, os chapéus, a careca do príncipe, a cara de bunda da Camila e a irmã da noiva que estava uma gracinha.

A meio da cerimônia eu, no alto da minha falta de cultura, perguntei para a minha colega, que não é muito fluente em português:

- Mas não vai ter comunhão?
- Não sei, acho que a Igreja deles não tem isso.
- Mas eles não são católicos?
- Não, eles fazem parte da Igreja dos "Protistutos".
- O queeeeee?

Protestantes, gente. Protestantes. E não, eles são Anglicanos.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Intimidade

- Queria te pedir uma coisa...
- Claro, o quê?
- Lambe meu cotovelo...
- Hãaaaaa??!!??!!
- É que ninguém consegue lamber o próprio cotovelo, e eu queria saber como é.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Na Semana Santa, há 3 anos atrás, eu fiquei sem nada para fazer e acabei inventando de tentar pintar a parede da minha sala de vermelho. Ficou um cocô. Alguém por favor me dá um hobby ou um tiro no pé para me impedir de fazer a mesma coisa esse ano?

(sim, hoje estou verborréica)

Tupiniquim

Se existe um povo mais sem cara definida é o Brasileiro. Do Japa ao Negão, temos todas as tonalidades que o ser humano conseguiu produzir.

Por isso eu nunca entendi quando diziam que eu tenho cara de brasileira. A prova disto ser verdade foi quando eu entrei numa lojinha em Barcelona sem nenhuma bandeirinha do Brasil, sem sambar, jogar futebol e sem abrir a boca, o senhor paquistanês da loja me cantou em portuñol:

- Hola chica brasileña. Guapa!

Elogia que eu não gosto!

Se tem coisa que eu detesto que me digam é que eu sou fotogênica. Parece que a pessoa é feia de verdade mas fica bem em foto.

Mas dentre todos os elogios que eu já recebi, tem um que bateu o recorde de pior elogio do mundo:

"Você tem um ar fértil".

Ok, já podem parar de rir.

O pior é que eu já levei esse elogio de 3 caras diferentes. Vamos combinar que ser comparada a uma máquina de fazer bebês não é legal, neam?
Eu já tinha chegado a uma conclusão, mas ontem foi a primeira vez que verbalizei. Eu não sou o meu trabalho. Aliás ninguém é.

Coisa besta essa de "fulano é adevogado, é dôtô". Cansei de conhecer meus amigos como "João, o informático", "Pedro, o engenheiro", "Maria, que trabalha no supermercado". Prefiro conhecer as pessoas de verdade.

Meu trabalho é o que eu faço. Pra ganhar grana, pra comprar a comida do bichano, pagar as contas e me permitir respirar e uffff... Ser eu mesma. Trabalho é trabalho. Como diria seu Madruga: "Não tem trabalho ruim. Ruim é ter que trabalhar".

O que importa é fazer alguma coisa que te dê pelo menos um mínimo de felicidade e satisfação para você aguentar o dia. O ideal é isso, conseguir um emprego bacana que te permita viver depois dele.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Entre irmãos

Irmão de 15 anos:
- Manhêeeeeeee, onde está o meu aparelho dos dentes?

An@Lu:
- Eu escondi. E se você não botar de volta na estante os meus livros que você pegou para ler há mais de uma semana eu sumo com todas as suas cuecas!

O irmão fica sem palavras. An@Lu, com uma atitude muito fraterna e madura, continua estimulando a leitura dinâmica na sua casa.

*Ciúmes dos meus livros*

quinta-feira, 31 de março de 2011

#Corrão

Começo o post me confessando. Há uns meses (dois, três... Ok, cinco) eu larguei o muay thai para me dedicar completamente à vida sedentária. A falta de tempo, dificuldade de encaixar na agenda os jantares com amigos e o com namorado sempre foram só desculpas para o único e verdadeiro motivo: preguiça.

Outro dia bateu aquela culpa. Saudade do fôlego que eu tinha no tempo do jiu jistu, do vôlei e do muay thai. Eu gosto de fazer exercício, me sinto bem. O chato é sempre começar.

Então decidi fazer o que qualquer monstro de sofá faz: resolvi começar a correr. Porque é barato, porque pode fazer-se em qualquer altura e lugar e, dependendo da sua determinação, pode fazer-se em qualquer condição climatérica. No meu caso chuva é desculpa para não correr. Bem como tempo meio frio, meio quente meio nublado, meio ventoso...

Eu já tinha tentado correr. Não deu certo. Quer dizer, falhou redondamente. Porque eu cometi o erro de todo principiante: simplesmente peguei no tênis, no mp3 e saí correndo desembestada pela rua. Ao fim de 3 minutos eu estava com dois palmos de língua para fora e respirando apenas com a ajuda de aparelhos.

Porque a gente acha que é simples, a gente aprende a andar, depois aprende a correr e parece que é uma coisa que fica para o resto da vida, que nem andar de bicicleta. Que é fácil botar o pézinho na rua e correr por uma hora seguida naquele passinho "eu corro todos os dias na praia beibe". Ledo engano...

Mas desta vez eu tenho um plano. Copiado descaradamente daqui. É um plano para quem quer sair de casa e começar a correr. Eu comecei ontem. Trata-se de um plano gradual e bastante realista. O Objectivo ao fim de 10 semanas é correr 30 minutos sem ter um ataque cardíaco. Perfeitamente fazível.

A primeira semana é simples. Ou pelo menos, parece simples: 5 minutos de caminhada para aquecer e depois 6 séries de 1 minuto de corrida, intervaladas com 1 minuto e meio de caminhada. Para terminar, três minutos de caminhada.

O aquecimento foi fácil. Apesar de sedentária, eu consigo andar cinco minutos sem morrer. Depois veio o primeiro minuto de corrida passou bem. Deu para ofegar um pouquinho, devido aos meses a fio sentada no sofá.

Minuto e meio andando. Beleza, ainda consigo sorrir, fresca e bela.

Segundo minuto de corrida. Porra, Isso é uma câimbra na minha perna? Respira, relaxa, não para... É só um minuto. O que se faz em sessenta segundos? Mas espera, ainda falta metade e minha perna não para de doer... Respira, 5 segundos faltando... Ok, minuto e meio de caminhada, esticar as pernas. Aproveitar.

Nossa, esse minuto e meio passou tão rapido... Terceira corrida. Já estou suando. O que??? Só passaram vinte segundos??? Arrrffff

Afinal quanto tempo demora a passar um minuto? É o tempo que você gasta na fila para comprar café. É metade do tempo de um xixizinho no intervalo do cinema, é o tempo de pronunciar supercalifragilisticexpialidocious. Era para ser mamão com açúcar. O que está acontecendo?

E mal parei já veio a quinta corrida. Perguntaram se eu estava bem, não tive fôlego para responder. Foi aí que eu aprendi física. Einstein, eu entendo agora como tudo é relativo. Como um minuto pode durar bem mais do que minuto e meio.

Última corrida. Alguém trouxe a bomba de oxigênio? Porque as minhas pernas se recusam a colaborar? Porque está todo mundo olhando para mim? Será que eu desmaiei?

Não, sobrevivi. Meio mancando, meio morta, completamente sem ar. Amanhã tem mais.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Ela

Há um ano atrás estávamos planejando a festa que colocou cinquenta pessoas em trinta e sete metros quadrados.E que até deu polícia. Nossa, essa foi uma das nossas melhores noites. Uma das muitas lembranças que temos. Eu me pego rindo sozinha de certas coisas, sabe? As nossas histórias cabeludas, a cumplicidade de quem já se conhece de uma vida inteira. De como passamos das brigas e chamadas de atenção ao "só quero que sejas feliz". Coisas que só a gente sabe, né? Porque muita coisa se passou, muita gente passou e a gente está aí. Um pouco mais distantes fisicamente, mas igualmente companheiras.

Feliz aniversário minha marida!

domingo, 20 de março de 2011

Vírgula

Não sei acontece com vocês, mas às vezes eu vou escrevendo e escrevendo, ora compulsivamente, ora preguiçosamente e continuo juntando palavras que nem sempre combinam ou que não fazem sentido na frase e vou me atropelando e as ideias vão surgindo umas atrás das outras e tudo fica meio sem sentido porque parece que eu falo de tudo e ao mesmo tempo não estou dizendo nada, mas jogo vírgulas no meio para poder fazer algumas pausas para respirar e continuar na mesma frase, ainda que ela já não faça sentido porque depois de tanta coisa que se disse fica complicado fazer só pequenas pausas porque uma só vírgula não é suficiente para dar tempo de organizar ideias porque a gente precisa de bem mais que uma virgula para respirar direito e eu fico achando que, tanto na escrita como no dia a dia fica feio adiar o fim com vírgulas, reticências, parênteses e outros recursos gramaticais porque, às vezes, tudo o que o texto pede (e que a gente bem precisa) é um ponto final.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Coisas de mulher

Eu morro de inveja de gente que acorda cedo. Eu fico até o último minuto na cama, enrolada nos lençóis adiando eternamente o despertador por mais 5 minutos, até ter que acordar em sobressalto porque já passou da hora.

Acho o máximo aquela gente que chega no trabalho toda bonitinha, maquiada e com o ar mais fresco e belo do mundo. E eu? Descabelada, com cara de ontem e com a primeira roupa que eu vi no armário. Por isso é que eu uso sempre as mesmas coisas. Eu sujo, lavo, ponho por cima da pilha de roupa limpa. Depois só visto aquilo.

De vez em quando eu resolvo fazer umas escavações arqueológicas no meu armário. Abro acampamento, e entre as roupas de todos os dias encontro peças do período paleolítico.

Aí é razão para comemorar. Hora de se produzir para comemorar a roupa recém descober e que - felicidade! - ainda cabe.

A minha maquiagem é muito simples. Não abdico de blush, lápis de olho e corretor de olheiras. Depois uma sombra para os olhos, normalmente em tons de dourado, e o rímel. Gente, eu acho que rimel não faz a menor diferença. Ou talvez seja que eu só tenho rímel vagabundo, sei lá. Mas eu passo porque foi assim que mamãe ensinou.

Por fim, a "Pièce de résistance": o delineador preto. Sou apaixonada por olhos bem pretos desde que teve aquela novela, O Clone. A Jade tinha os olhos super carregados e eu sempre achei isso o máximo. Mas entre achar o máximo e conseguir reproduzir isso em mim se passaram uns anos.

Só ano passado eu aprendi a passar o delineador sem parecer que uma criança de três anos andou brincando com tinta guache na minha cara. Mas agora eu saio felizona, de olho pretão e miacabo na noite.

É... eu também morro de inveja de quem chega em casa às tantas da manhã e vai tirar a maquiagem. Eu só vou dormir. No dia seguinte eu acordo, vou escovar os dentes... E é mais ou menos essa cara que me olha de volta no espelho:

sábado, 5 de março de 2011

Nuvens

Ontem eu tomei um banho de espuma.

E isso não seria assim coisa de grande interesse. Com certeza alguém vai ler isso e achar banal. Porque deve haver alguém, em algum universo idílico, para quem banho quentinho com espuma é absolutamente normal.

Porém meus caros leitores, depois de 27 anos de existência nesta terra, eis que ontem foi a primeira vez que eu tomei um banho de espuma. Esvaziei um vidro de xampu na banheira, botei a água quente para correr e fiquei vendo a espuma se formar.

Depois sentei lá, bem quietinha no meio das nuvens pensando na vida.

Ô coisa boa, viu?

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Sua Consciencia, O retorno

- Serviço de Apoio a clientes Sua Consciencia, boa noite.
- Boa noite, eu estou ligando para fazer uma devolução.
- Claro, como a Senhora se chama?
- An@Lu
- Só um momento que eu vou estar verificando no sistema...
- ...
- E qual foi o produto que a senhora adquiriu?
- Olha, há um tempo ligaram aqui para a minha casa e eu caí na besteira de comprar o pacote Alma Gêmea.
- E por que a senhora quer devolver o produto?
- Ai... Você quer mesmo que eu fale sobre isso? Bom, para começar, assim que saiu da garantia dos 5 meses o negócio começou a azedar. Não sei se foi algum bug interno ou outra coisa, mas o prosuto não funciona.
- A senhora já terminou o programa e voltou a iniciar?
- Sim, terminei e voltei duas vezes. Continua a mesma coisa. Aí cansei, dessa vez terminei e não voltei a ligar.
- E qual é o defeito senhora?
- Eu acho que é a falta de actualizações. Porque vocês me mandaram um hardware 3.0 mas o software tem apenas a versão 1.2.
- E a senhora fez as atualizações online?
- Eu bem tentei, rodei o programa de conversação várias vezes mas o negócio nunca respondia.
- A senhora ligou para o nosso apoio técnico.
- Sim, falei várias vezes com a Manutenção Avançada Especial.
- E o que a M.A.E. lhe aconselhou senhora?
- Ela disse para ter paciência. Onde já se viu uma coisa dessas? Que especie de serviço vocês prestam?
- Ok, então aguarde por favor em linha que eu vou estar verificando o problema com a área técnica.
(...)
- Sra. An@Lu?
- Sim?
- Estive confirmando com a nossa área técnica que a este modelo que foi para a casa da senhora realmente tem um defeito de fábrica que faz com que ele esteja sempre a fazer looping nas decisões que toma.
- Posso entregar a Alma Gêmea no stand então?
- Não se preocupe. Nós da Sua Consciência podemos passar na sua casa para fazer a troca por um modelo zero quilômetro.
- Nãaaaaaaaaaaaaaaaaoooooooooooo!!!

Pode não ter dado certo, mas deu um post!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Eu só me arrependo de ter duvidado de mim para acreditar em você. Você, que é incapaz de manter a mesma ideia por mais de três dias, que torna impossível fazer planos, que não cresceu o suficiente para seguir o que quer. Me arrependo por ter dito sim, quando todas as fibras do meu corpo gritavam não. Eu calei meus instintos para ouvir você e o seu lote de mentiras que, apesar de sinceras, não me interessam.

Vai, segue o teu caminho. Porque enquanto você vai continuar fazendo o que você consegue, eu vou atrás do que eu quero.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Comemore

A gente lembra do primeiro encontro, do primeiro beijo, da primeira música. Bom, pelo menos eu lembro. E lembro do primeiro passeio, do primeiro filme e de muitos momentos que, não tendo sido primeiros, não deixam de ser memoráveis.

Nisso, a gente as vezes esquece o de celebrar o momento que deu origem a todas essas primeiras coisas. Aquele segundo em que a gente pensou - ou talvez seja mais adequado dizer sentiu, porque isso é coisa de pele - e que se podia ler nos olhos:

"Sim, é ele."

Feliz dia dos Namorados!

sábado, 5 de fevereiro de 2011

A Legião Francesa

Foi amor à primeira vista. Os olhos verdes, o cabelo negro, o jeito misterioso. No começo, confesso, tive algum receio. Mas passados dois dias começamos a nos entender. Viramos inseparáveis. Ele tolerava o meu mau humor da manhã mas não me deixava dormir de noite, sempre andando de um lado para o outro.

O problema foi não reparar nos detalhes. Ele, que dormia na minha cama, resolveu se soltar pelo mundo. Mas ainda assim o meu amor voltou.

Foi aí que eu descobri que as coisas entre nós tinham mudado. Notícias que foram difíceis de digerir. Porque você espera ouvir muita coisa na vida. Mas não que o seu mais que tudo está grávido. É, isso mesmo. GRÁ-VI- DO.

Porque ele não era ele. Era ela. E já era tarde para trocar de identidade. Porque a gente se habitua com os nomes, com os apelidos. De certa forma o nome cria a personalidade.

Há cerca de 20 dias ele - ou melhor, ela - me cinco alegrias que atendem pelos nomes de Panda, Pirata, Batman, Cleópatra e Darth Vader. A legião francesa, filhos do Ex Napoleão Augusto que agora é Napoleona, Napolita ou simplesmente Naná.

Ela é uma supermãe que não larga as crias e eu sou a avó babada que passa um tempão enfiando gatinhos na cara das pessoas e perguntando: "Não são fofos? Olha, olha! Não são lindos?".

Verdade seja dita, gatos bebês são a coisa mais gostosa do mundo. E eu, a avó mais feliz!

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Costumes

Eu costumava escrever, sabe? Quando parecia que a vida ia me engolir, eu juntava tudo em palavras, frases, parágrafos. Eu fazia histórias.

Depois acabou ficando tudo muito pessoal. E talvez eu tenha perdido o jeito, o gosto, a vontade. A verdade é que eu continuo inventando mundos, mas eles têm ficado afastados do papel.

Parece besteira, mas as minhas histórias eram inventadas no trem para o trabalho. A grande maioria. Agora já não apanho trem. Só tenho trabalho. E rotina.

Ai a rotina. E eu sou mudança. Já não paro em frente ao papel para organizar ideias. Hoje, escrevendo, nem reconheci a minha letra.

Eu costumava escrever. E, relendo alguns textos, até acho que escrevia bem direitinho. Eu escrevia. Eu morava sozinha. Eu não tinha iso passar férias no Brasil. Napoeleão era macho e não tinha tido seis filhotinhos. Quer dizer, cinco, porque um morreu logo no dia seguinte.

É... pensando bem ainda tem muita história para contar.

Obrigada Kell e Larissa pela bronca!