terça-feira, 27 de novembro de 2007

O inverno é sexy

Chegou o inverno em Lisboa. Esse ano veio um pouco mais tarde, mas veio com força. Já tirei do armário luvas, cachecol e camisas de lã.

Dizem que o inverno é uma estação muito sensual e que dá vontade de ficar aconchegadinho em frente à lareira e tal... Concordo plenamente. E concordaria mais ainda se eu tivesse uma lareira. Aliás, a grande vantagem do inverno é que a minha sensualidade vem toda à tona. Não acreditam? Pois então vejam bem:

No inverno eu estou usando tanta roupa que um strip tease não demora menos que dois dias e meio. Extremamente sensual, não acham?

E aqueles apalpões sorrateiros por cima da roupa?! Ahn... Esses atingem o ponto alto nesta estação do ano. Porque para conseguir sentir pouco de carne no meio de tanto tecido é preciso ser-se um verdadeiro Mac Gayver. Erotismo total!

Ah, e o melhor é que no inverno eu vou direto ao assunto. Sem conversa mole, blá-blá-blá e preliminares. No fim de tirar toda aquela roupa eu começo logo a gritar:
- Me cobre! Me cobre! me cobre!

Pessoal, vocês já viram uma mulher implorando assim?! Não é de deixar passar a oportunidade!

Sem contar que as fantasias sexuais tradicionais, como enfermeira, odalisca, havaiana e etc, são substituídas por uma única fantasia: a mulher talibã. Uso o meu cobertor como burka e mando ver! Vai dizer que não acha isso suuuuuper sexy?

Para terminar, deixo aqui uma dica. É que existe uma posição sexual atinge o seu auge durante esta estação do ano: o 39 e meio. O quê?!... Vão dizer que não conhecem? Pra quem não sabe, é aquela em que eu fico deitada na cama agonizando com a gripe e o cara fica me dando remedinho de 12 em 12 horas. Vocês têm que experimentar essa, é imperdível!

Para quê alguém quer o verão quando pode ter isso tudo no inverno? Aproveitem, porque ele só dura até maio!

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Coisas da Vida

Hoje tive um ataque de riso “daqueles”. Lembrei do tempo em que eu via o “Chaves” e que achava que o ditado popular era assim:
“Deus ajuda quem é Seu Madruga”.

Esse fim de semana vi uma cena, no mínimo, insólita. Estava na fila de uma pastelaria famosa em Lisboa e tinha um mendigo na casa dos 30 e alguns pedindo esmola. Entretanto chegou uma senhora de idade e se posicionou na porta da mesma pastelaria e começou a pedir esmolas também. Eis que o mendigo exclama:
- Agora só me faltava essa... Vem pr’aqui essa velha pedir dinheiro e me roubar os clientes...
- Cala-te! – gritou a velha.
- Eu não estava falando com você!
- Eu sei bem pra que tu queres o dinheiro. Tens duas pernas e podias trabalhar...
- Sai daqui que eu cheguei primeiro.
- Eu tenho tanto direito de estar aqui como você. Eu sou velha, não posso trabalhar... Agora você...
- Eu sei que você tem dois filhos que te sustentam, sua bruxa!
E ficaram ali os dois... Resmungando um com o outro e pedindo dinheiro aos turistas por turnos...

Só para que conste, na 6ª feira estou aniversariando. Se quiserem ser simpáticos e me dar um presentinho fica aqui a listinha humilde de coisas que me deixariam deveras contente:
- Uma casa maior (ou pode ser do mesmo tamanho, já me satisfaz).
- Uma televisão LCD gigante (me contento com uma que seja só grandinha, ou pelo menos que dê para eu enxergar as legendas).
- Assinatura de um ano da TV a cabo (eu preciso do AXN e da Fox na minha vida!).
- Um gnomo que limpe a casa, passe a roupa, cozinhe e lave a louça (eu até me esforço, mas eu não sou boa nessas coisas...).
- Uma lipoaspiração (ou talvez duas...).
- Dois implantes mamários (mas num cirurgião bom, porque eu não quero peitos zarolhos que nem os da Yasmin, tá?!)
- Se não puder ser uma lipo, então que sejam umas calças da Salsa (o que Deus fez errado a Salsa corrige. Por 80 Euros, claro!).
- Livros: A marca do Assassino (Daniel Silva), Rio das Flores (Miguel de Sousa Tavares) e O Sétimo Selo (José Rodrigues dos Santos).
- Perfumes: Qualquer um da Armani (eu sou chique, benhê!).
- Relógio: Qualquer um também. Até de camelô serve (tá... não sou assim tão chique!).

E dinheiro também sempre é bem vindo, né?!

Ah... Mas nada de dizerem que vão fazer uma festinha nos meus anos, tá?! Duplo sentido total!!

domingo, 25 de novembro de 2007

PS

No post anterior as passagens de azul mais claro são o poema de Mário Quintana "Por favor não me analise".

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Não nos analise

Por favor, não me analise!
- Eu não quero um Freud do meu lado.
Não fique procurando cada ponto fraco meu.
- Eu não quero me sentir no divã quando estiver com você.
Se ninguém resiste a uma análise profunda,
- Sim, porque você também não gostaria que eu esmiuçasse cada coisa que você diz.
Quanto mais eu...
- Não gosto dessas tuas conclusões precipitadas sobre mim.
Ciumento, exigente, inseguro, carente
- Eu conheço os meus defeitos
Todo cheio de marcas que a vida deixou
- E você devia saber que cada um tem a sua história.
Vejo em cada grito de exigência
- Não gosto do teu olho clínico.
Um pedido de carência, um pedido de amor.
- Você sabe que eu não sou assim.
Amor é síntese
- Eu só sei te amar como um todo.
É uma integração de dados
- Te amar por inteiro.
Não há que tirar nem pôr
- Porque cada um tem o seu jeito.
Não me corte em fatias
- Não tente me botar um rótulo, encontrar uma definição para mim.
Ninguém consegue abraçar um pedaço
- Eu sou uma só que é muitas.
Me envolva todo em seus braços
- Se preocupe em me amar, não em me entender.

E eu serei o perfeito amor.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Tenho medo que a liberdade se torne um vício.

Tenho medo que a liberdade se torne um vício.

Passando de trem por Lisboa e vi um outdoor branco com esta com esta frase, só assim, jogada no meio da cidade. Não consegui ver o autor. Mas achei lindo. Parece meio Gabriel Garcia Marquez não é?! E isso ficou ecoando na minha cabeça. O dia todo. Me perseguindo, me fazendo pensar. Foi porque mal eu li essa frase me identifiquei totalmente com o conteúdo.

Afinal, existe coisa mais viciante que a liberdade? Quando me separei e saí de casa para morar sozinha eu realmente tive medo. Tive medo da própria liberdade e medo de estar sozinha. Mas depois acabei descobrindo que eu nunca estive realmente sozinha. Eu sempre estive acompanhada de mim mesma. E... Quer saber do quê mais? Eu gosto da minha companhia.

Mas ainda assim tenho medo... Medo de gostar demais de estar sozinha. Dessa liberdade que vicia. Porque, sim, a liberdade vicia. É fácil habituarmo-nos a não dar satisfações. A não justificar os nossos actos e palavras. E custa-me pensar que posso me vir a tornar um “bicho do mato” e não aguentar aquelas pequenas cedências obrigatórias de uma vida a dois. Tenho medo de perder a capacidade de responder às perguntas, medo de me irritar com banalidades cotidianas e medo de não ser mais capaz de dar uma justificação sem me sentir presa.

Morar sozinha é mesmo assim. Prós e contras, como tudo na vida. Por um lado é não ter que dar satisfação, mas ao mesmo tempo não ter a quem pedir colo. Também é ter que ter os ombros fortes para arcar com o peso da responsabilidade. E às vezes precisar de um ombro amigo. Ninguém disse que ia ser fácil.

Mas... Quem disse que eu gosto daquilo que é fácil?

Ah, e querem saber o autor da frase? É um jornalista português chamado Miguel de Sousa Tavares. A frase está no livro “Rio das Flores”.

E o parágrafo inteiro é esse aqui:

Tenho medo de uma coisa que tu não temes: que, depois de conhecer a liberdade, de ter viajado e vivido em países livres, não me volte a habituar a viver de outra maneira. Tenho medo que a liberdade se torne um vício, enquanto que agora é apenas uma saudade.
Miguel de Sousa Tavares, in Rio das Flores.



Não li o livro. Ainda. Mas fica a dica de leitura. Podem me dar de aniversário, tá?!

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Dia não

Gente workaholic é assim… Esquece que tinha férias e vai trabalhar... Afff...
E aumento?! Só se for aumento de trabalho!

E tudo bem que a gente aqui faz despachos, mas perguntar quando vai ser o descarrego da mercadoria é dose, né?!

Hoje estou cansada e de profundo mau humor. Prometo que amanhã faço um post decente. Hoje vou dormir.
Fui!

domingo, 18 de novembro de 2007

Eu e Memê, Memê e eu

Hoje eu ia contar a história do bolo de maconha, mas tenho uma missão a cumprir. Pois é... A Karyne (http://karynemlira.com/) me passou um memêzinho.

Vocês até podem não saber, mas eu adoro um memê! Lembra daquela época da escola, dos "cadernos de pergunta". Coisa de gente que nasceu nos anos 80, sabe?

Ah, e por falar nos anos 80... Passei horas lendo esse blog aqui http://voceselembra.blogspot.com/ . Noooooossa... Deu saudade de um montão de coisas.

Mas, voltando ao memê, a minha missão é escrever sobre 5 coisas que me irritam. Só cinco? Eu ando matutando nisso desde sexta-feira. Tentando encontrar a 5 coisas que mais me irritam. Foi difícil, mas aqui vai:

1 - Gente que fala cutucando: Odeio, odeio, odeio! Eu ouço é com o ouvido, porra! O pior é que o meu chefe tem essa mania de chegar por trás, me cutucar e só depois começar a falar. E com o chefe não dá para brigar, né? E uma coisa é um toquezinho de leve, mas tem gente que senta o dedão mesmo. Acho que alguns casos de violência doméstica começam com as cutucadas. E ainda tem gente que cutuca com o pé. Meu pai tinha essa mania. Não façam isso comigo, é perigoso...

2 - Gente que se arma em marginalzinho: Se existe coisa que me irrita são esses pré-adolescentes que ouvem Eminem, 50 cent e o diabo a quatro e ficam se achando os mauzões da vizinhança. Andam pelas ruas com aquelas roupas 8 números maiores, gingando, se achando os maiorais. Alguns até praticam pequenos furtos para se sentirem mesmo maus... Pena que nunca fui abordada por um pirralho desses. E, no dia que acontecer, imediatamente baixa o caboclo Nascimento e eu começo a gritar: "Tira esse boné que você não é marginal. Você é moleque! MO-LE-QUE!".

3 - Inside Jokes: Existe coisa mais desagradável que você estar num grupo e ter aquelas pessoas cheias de piaidas próprias e você ficar boiando? Porque até podem existir milhões de assuntos para falar, mas eles insistem em conversar sobre "aquelas" férias em Cabo Frio e riem sem se darem ao trabalho de contar a história. Em primeiro lugar acho isso uma tremenda falta de respeito. Em segundo lugar acho uma enorme necessidade de auto-afirmação. Sim, porque quem faz isso faz de propósito para excluir um terceiro. É quase como dizer: "Olha como eu sou gostoso! Tenho aqui milhões de histórias divertidas da qual você não faz parte". Hello... Se toca!

4 - Pseudos: Odeio pseudos. De todos os tipos. Pseudo intelectuais, pseudo moralistas, pseudo bichas (sim, existe!)... Enfim, odeio quem finge ser o que não é para esconder aquilo que é de verdade. Eu dou a cara pelo que sou e pelo que gosto. E admito que as vezes gosto de coisas bregas e que tenho alguns complexos idiotoas (ui... podia fazer um blog só de complexos, manias e afins). Não vou fingir que não ansiei pelo último Harry Potter, do mesmo modo que não me sinto melhor que ninguém só porque li Saramago e realmente gostei. Cada um é o que é. Fingir é uma maneira de fugir de si mesmo.

5 - Homens lindos usando as malditas Sandálias Croc: O cara é tudo de bom, você já imagina os filhos lindos que vocês terão e você chega na casa dele e ele tem isso aqui no armário:


AAAAAAAAARRRRRGGGGGGGGGGGGGGHHHHHHHH!!!!!!!! Chuta que é macumba!!! O tesão vai embora na velocidade da luz...

Bom, agora que vocês já sabem o que me irrita, que tal descobrirem o que irrita o Ivan (http://acidboy.blog.terra.com.br/)?

Mandem memês que eu respondo, viu?

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Eu, o Sorriso e o Peito de Fora

Aí o bofe escandalosamente lindo com quem eu andava saindo voltou de viagem. Combinamos um jantar.

Bom, vocês conhecem essa história de “combinamos um jantar”, né? Ainda mais quando você já não vê o bofe há mais de duas semanas. Só um pequeno detalhe... A canadense fofíssima que eu estava hospedando. Tive que abrir o jogo com ela e ela foi um amor! Disse para eu demorar o tempo que eu quisesse e dar um toque para o telefone dela “when I was done”. E deu aquele sorriso cúmplice quando a deixamos na estação de trem.

Beleza! Canadense realocada, fui jantar pensando na sobremesa. E... Bem, há coisas que uma dama não comenta não é?!

Lá pela uma da manhã quando o bofe vazou, dei um toque o telefone dela indicando que a área estava livre. Ela me ligou dizendo que estava num bar e se tinha problema ela chegar mais tarde e se eu abria a porta. Problema nenhum! Fui dormir vestindo um sorriso de orelha a orelha. Por volta das três e meia tocou a campainha. Procurei no escuro por uma roupa e encontrei uma calça de pijama horrenda e nada para botar por cima. Peguei um casaco que estava nas costas da uma cadeira e, morrendo de sono, só puxei um pouquinho o zíper para cima deixando grande parte da minha caixa toráxica exposta. Ah, e ainda estava usando o tal sorriso.

Para a minha surpresa, a canadense arrumou um amigo que deu carona até a minha casa. Até a porta da minha casa. Abri a porta com aquela roupa ma-ra-vi-lho-sa e com o tal sorriso. Um dos meus peitos conseguiu fazer a proeza de sair do casaco. Eu estava com tanto sono que nem notei. Pô eram três e meia da manhã de quarta feira!

E como eu sou bem educada, eu não ia abrir a porta, botar a canadense pra dentro e fechar na cara do rapaz não é? Agora pára e imagina a situação esdrúxula em que eu me encontrava. Estava fazendo conversa de ocasião em inglês e com o peito de fora sem saber. O rapaz alternava o olhar entre a minha cara e o meu peito. Até achei o rapaz um pouco antipático, porque ele não falava direito e não olhava bem para a minha cara. A canadense não reparou no peito, só no sorriso. E eu não reparei em nada e estava encarando tudo com a maior das naturalidades. Nós cinco Ainda ficamos ali uns dez minutos: a canadense, o rapaz, eu, o peito e o sorriso.

Me despedi, dei dois beijinhos no cara e fechei a porta. Só quando fui tirar o casaco é que vi o peito lá, de fora, me olhando...

Gente, eu juro que nesse dia vi meu peito rindo de mim! Eu juro!!!

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Tentativa de Conversão 3

Nossa, esse mês está acontecendo de tudo!!! Prometo que conto a história do bolo de maconha, da vez que eu abri a porta com um peito de fora e de como eu consegui ser mais louca que o meu tarado de estimação, ao ponto de ele me bloquear no MSN. Mas hoje a história é outra.

Já não bastavam as Jeovás de meia idade e os loirinhos protestantes. Dessa vez o pai eterno resolveu apelar e usar artilharia pesada na tentativa de converter a “louca do 113”.

- Sim, bom dia... Poderia falar com a Ana?
- É a própria. Posso ajudar?
- Ana, aqui quem fala é Jesus.

Momento em que o mundo fez uma pausa. Gente, Jesus estava me ligando. Mas eu serei uma ovelha tão desgarrada assim ao ponto de precisar que o Jesus, em pessoa, me ligue?

- Sabe o que é, é que eu tenho um problema e me disseram que era para falar com você.
- Qual é o seu problema Senhor Jesus?

Ué? Mas não devia ser ao contrário? Não costumam ser as pessoas que apelam para Jesus?

- É que eu estou com um problema com um despacho.
- Despacho Senhor Jesus?

Problema com um despacho... Chutou o ebó foi? Ou tentou transformar em vinho a cachaça do terreiro? Não me diga que o alemão andou se metendo onde não era chamado e sobrou para você?

- Sim, é que a mercadoria descarregou e agora não se consegue fazer o despacho, e parece que veio menos carga do que o contratado...
- Ai Jesus...
- Chamou?
- Não. Era só força de expressão mesmo.

Passei o dia em telefonemas e trocas de e-mails com Jesus. Lá pela tarde já bradava aos céus pela absolvição dos meus pecados e perguntava:
- Deus, o que foi que eu fiz para merecer isso?

Claro que dei prioridade ao problema de Jesus. Afinal, se ele se chateasse ainda poderíamos ter uma praga de gafanhotos em Lisboa e isso não seria bom para o negócio, né?

No fim da tarde consegui resolver a situação de Jesus e mandei-lhe um e-mail.
“Boa tarde Sr. Jesus,
Vimos pela presente informar que o seu despacho já está pronto.
Com os melhores cumprimentos,
Ana”

Viram? Que Pai de Santo que nada! Quem anda tratando dos despachos por aqui sou eu! E a partir de agora não se metam comigo porque eu tenho as costas quentes! Ligação directa com o divino.

Ah, e Deus até pode ser brasileiro mas seu filho é espanhol e fala português com sotaque carioca.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Momentos de "nós"

Quando você foi embora eu notei logo que a casa ficava mais vazia sem você. Não pela sua presença física, nem pelas tuas roupas que ocupavam espaço no armário. Muito menos pela tua coleção de DVDs que eu achava que não combinava com o móvel da sala. Em tudo, o que eu sempre senti mais falta foram as pequenas coisas. Aquela essência que nós partilhávamos. Coisas que se perdem no dia-a-dia.

Nem eram tanto os teus livros, mas era porque você tinha sempre que levantar para buscar os óculos de leitura. Eu nunca te disse, mas achava tua miopia um charme! Loucura? Talvez, mas a paixão tem dessas coisas. E nem foi por todos os enlatados que vimos na televisão, mas pelo conforto do teu colo enquanto os assistíamos. A tua mão segurando na minha e me impedindo de tapar os olhos nos filmes de terror. E lembra quando eu adormecia no sofá da sala e você me acordava para ir para a cama? Lembra de como eu resmungava o caminho todo? Sempre admirei a tura paciência comigo.

Até hoje rio sozinha com a tua cara de nojo quando me via tomando leite condensado directamente na lata. E como você ria por eu usar as meias do avesso. Em troca eu ria da tua organização excessiva, quando eu sempre fui excessivamente bagunçada. Porque nem era pelos sapatos que você me deu, mas pela forma que você tropeçava neles quando estavam espalhados pelo chão do quarto.

Tenho saudade de brigar para saber quem ia tomar banho primeiro quando nenhum dos dois queria sair da cama. Depois nos vestíamos às pressas porque teus pais nunca gostaram dos nossos atrasos. Ainda lembro da tua cara quando você via que eu tinha comido o último pedaço do bolo. E de como eu pedia desculpa e fingia que tinha sido sem querer. E de como você fingia que acreditava. Eu gostava dessas pequenas zangas. Das nossas pequenas implicâncias. Lembra como era gostoso dizer “eu te odeio” em vez de “eu te amo”? E que as vezes gritávamos um com o outro?

Sinto falta dos risos. Não das gargalhadas, mas do sorriso cúmplice de quem não precisa dizer porque já falou com o olhar. Ah... Como a gente se conhecia tão bem... Você conhecia aquela “covinha do sorriso escondido” e eu os cantos da boca quando querias contar uma mentira. Éramos maus mentirosos um para o outro porque conhecíamo-nos bem demais. Lembro também de quando me dizias que eu só estava a sorrir com a boca, mas não com os olhos.

Sabe, também sinto saudade das tardes de sábado e das manhãs de domingo. Daqueles dias que ficávamos em casa dando uma de “bicho-preguiça” e morríamos de tédio juntos no sofá. E morríamos de amor juntos no sofá. Mas nem era que passássemos muito tempo juntos porque a maior parte das vezes não fazíamos a mesma coisa. Sabíamo-nos ali. Éramos presentes. E era isso que importava.

Tudo isso com que eu e você fôssemos “nós”. Não eram as paredes nem os móveis, nem os talheres ou o jogo de cama que teu avô deu. Eram esses momentos. Porque talheres e lençóis continuam a ser diariamente usados. Os móveis estão aí. As paredes permanecem. Nós não.

Quando estamos sozinhos, somos pela metade.
Quando somos dois, somos um.
Quando deixamos de ser um dos dois,
Não somos nem a metade que começamos a história.
Fabrício Carpinejar

domingo, 11 de novembro de 2007

Aonde quer que eu vá...

... levo você no olhar...
E vejo o mundo assim!

sábado, 10 de novembro de 2007

Laura e Chico



Laura aprendeu a gostar de Chico Buarque com a sua mãe. Sua mãe embalava suas noites ao som de "João e Maria" e aos domingos acordava ouvindo "a banda passar, cantando coisas de amor".

Chico fazia parte do dia a dia de Laura. Logo aprendeu que sua mãe era uma mulher de "cotidiano". E quando tinha alguma dúvida cantarolava "o que será que será?...". E sempre que contava uma história dizia: "Meninos, eu vi!".

Era frequente ouvi-la dizer que se sentia meio "Beatriz" ou "Carolina", ou até mesmo "Bárbara". Quando bebia ficava meio "Joana Francesca", fazendo as delícias dos amigos.

Sempre sonhou que alguém lhe recitasse "eu te amo" como Chico fazia. E sentiu um calafrio quando conheceu o então homem dos seus sonhos no dancing. Neste dia se sentiu completamente "Lily Braun". Adormeceu pensando que seriam "futuros amantes" e sonhou com um "amor barato".

Depois da desilusão amorosa refugiou-se em "olhos nos olhos". Até disse para seu ex-amor, com todas as letras (de Chico, claro!):
- Olhos nos olhos, quero ver o que você faz ao sentir que sem você eu passo bem demais.

Depois que se formou foi para Amsterdam à procura de Ana. E foi aí que conheceu Fábio. Ele não se encaixava em nada na sua vida. Jurou para si mesma que nunca mais seria uma mulher dessas que "só dizem sim".

Mas ele a conquistou quando, numa "noite dos mascarados" lhe confessou:
- Quero ficar no teu corpo feito tatuagem...

E foi a primeira vez que Laura emudeceu. Não citou Chico. Não era preciso. E ficou com Fábio "até ao fim".

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Meu Tarado de estimação

Conteúdo explícito...

Eu estava sem inspiração... Procurando algum assunto e... Eis que o assunto pula na minha cara. O meu msn dá a mensagem: gatao-07@hotmail.com quer me adicionar.

Não sabia quem era mas aceitei. Afinal, todo mundo tem direito a ter um e-mail embaraçoso, né? Eu mesma já fui "Ana Di Caprio" back in the 90's. a conversa começou com ele:


Tarado: Oi! Qm é vc?
Ana: Se você não me conhece porque me add?

Momento em que ele põe uma foto. E... Tchan... Mulher pelada!

Tarado: pq vc parece ser bem gostosa,tem uma carinha de safadinha

Pronto! Pisou no meu calo! Hora da brincadeira... O primeiro bloco foi geográfico.

Ana: E você parece ser meia bomba pq não dá a cara...
Tarado: pq nao tenho foto d cara
Ana: Você deve ser bem feinho para não ter foto de cara, hein?
Tarado: onde vc mora?
Ana: No planeta Terra...
Tarado: Localidade?
Ana: Num dos 5 continentes.
Tarado: pais?
Ana: Um que consta da lista de membros da ONU.
Tarado: Nome?
Ana: Um que tem letras do alfabeto.

Achei que ele tivesse cansado da brincadeira e entendido os foras. Ledo engano. Essa gente não entende...

Tarado: começo da letra?
Ana: É uma entre o A e o Z.
Tarado: mas a letra do pais tesao
Tarado: ok deixa pra la

Beleza, demorou mas entendeu. Hora de mandar passear. Tenho coisas mais interessantes para fazer.

Ana: Tá, tchau.
Tarado: onde vc vai? vai sai?
Ana: Não. "Tchau" era para a conversa terminar. Pensei que a conversa tinha terminado.
Tarado: por mim nao e por vc?
Ana: Por mim sim.

Depois desse fora eu achei que ele fosse desistir. Juro que achei. Mais uma vez estava enganada.

Tarado: a gente ia partir para as partes e preferencias sexuais. topa?
Ana: não
Tarado: ?

Momento em que eu comecei a me irritar... E baixei o nível... Completamente...

Ana: Comigo não tem essa parada de virtual. Ou dá ou desce. E... DESCULPA MAS NÃO VOU DAR PRA VOCÊ!

Quer um fora mais explícito que esse?!

Tarado: vc quer real?
Ana: com você não!
Tarado: pq?vc acha que nao dou conta de vc?
Ana: Acho que não. Se você desse conta não precisava de tanta auto afirmação. Assim... Botando foto de pau e mulher pelada... Se você desse conta botava a cara!
Tarado: bora

Bora?! Eu tou aqui te dando foras e você continua?! Burro!!! Ainda nisso? Começo a ficar meio sádica...

Ana: Mas eu ainda nem vi as tuas fuças!!!
Tarado: doidinha pra ver tesao?
Ana: Na verdade, não...
Tarado: mas vou te mostra gata. mas nao t vais assusta.
Ana: Vou fazer um esforço pãra não me assustar.

E o jumento manda umas duas fotos de um cara musculoso. E eu gostando da brincadeira...

Ana: Tá achando que eu acredito que esse é você?
Ana: Você tá achando mesmo que eu sou otária???
Tarado: ????
Ana: Tem dó né??
Tarado: q vc quer que eu faça?
Ana: que pegue no meu endereço e apague da tua lista de contactos. Pq eu não estou para aturar taradinhos baratos como você.

Essa foi forte. Eu, se fosse ele, nunca mais falava comigo...

Tarado: nao quer mais nada gata?

Você ainda não reparou?! Meio lerdo...

Ana: eu vou explicar com carinho...

Momento didático. Atenção!

Ana: Quando as fotos são assim muito pequenas... A gente sabe logo que não foi a pessoa que tirou...
Tarado: Pequenas?
Ana: Sim, com pouco tamanho, tipo aquela que vc mandou fingindo que era você... 5k... Isso não é nada! Quando a foto é assim muito pequena é sinal de que a pessoa baixou da internet, sabe? E que não é uma foto tirada de verdade.
Tarado: voçe tem toda a razao isso é mesmo verdade
Ana: Pois... e... tem gente que acredita...
Tarado: mas minhas s todas sao as deste tamanho
Ana: Pelamordedeus não insulte a minha inteligência!
Tarado: ja vi que vc tenta e é bem inteligente

Tenta?! Mas que porra é essa de "tenta"?! Desculpe se minha ignorância lhe ofende, sua sapiência...

Tarado: mas vc topa real?
Ana: Com você não!!! Quantas vezes vou precisar dizer?
Tarado: uma
Ana: Ok, já disse então.
Ana: Então tchau.

Agora acabou... Uffff... Bichinho burrinho...

Tarado: nao podemos falar de mais nada?

Hora de avacalhar um pouquinho... Tentativa de ser escrota.

Ana: De que você quer falar? Olha, assisti um filme legal ontem! Se chama "Stardust". é de crianças. Você gosta?
Tarado: nao
Ana: Ohhh.... Sério?! deixa adivinhar... Você gosta de filme porno?
Tarado: meus filmes sao so de açao e sexo
Ana: Que surpresa.... eu não imaginaria isso...

"Sarcasmo" é meu nome do meio. Ok, ele resolveu voltar para o único assunto que ele acha que entende.

Tarado: que voçe mais gosta de tira ou coloca?ou de chupa?
Ana: Na verdade eu não gosto, sabe eu estou estudando para me juntar à ordem das carmelitas descalças.
Tarado: por cima ou por baixo?
Ana: Eu por baixo, você a 5 quilômetros de distância. Que tal?
Tarado: Bom

Bom?! Mas como "bom"?! Depois dessa eu não aguentei... Esse merece estar aqui! Resolvi partir para o ataque.

Ana: Sabe que você combina com a mobilia do meu quarto?
Tarado: pq?
Ana: Você daria um excelente criado mudo.
Tarado: esse mudo ia fazer a dona gritar
Ana: Só se fosse de desespero. "Porra.... Brochou de novo!!!"

Bloco sexualmente explícito. Pelo menos para ele.

Tarado: vc chupa bem?
Ana: Não. Sou péssima. Fodo mal pra cacete também.
Tarado: qual f o ultimo pau que vc chupou?
Ana: O pau do sorvete que eu tomei no verão.
Tarado: vc gosta que gozem onde em vc?
Ana: longe.
Tarado: onde?
Ana: Longe de mim.

Ai essa minha língua viperina... Ontem estava afiada... E o coitado teve o azar de se meter no meu caminho... Tadinho, ele só queria um sexo virtual com uma desconhecida. Escolheu a pessoa errada!...

Ana: Mas diz lá um apelido carinhoso pelo qual voce gostaria de ser chamado.
Tarado: bem a dona que tem que escolher e nao eu
Ana: É porque eu realmente tenho que te agradecer, sabe? É que você me fez ganhar a noite. Eu tava meio sem inspiração para escrever no blog... E eu definitivamente vou escrever sobre você!
Tarado: Legal
Ana: Depois eu te dou o endereço para você ir lá conferir
Tarado: ok

Meu Tarado de estimação... Leia bem isso e veja que coisa triste... Se bem que do jeito que você é ainda deve estar achando que está abalando... E... Apesar de saber quem é você preferi preservar o pouco de dignidade que te resta.

Pessoal, o Gatão-07 está carente! Vamos fazer uma campanha. Adicionem o Gatão e façam sexo virtual com ele. É porque... Acho que é o único tipo de sexo que ele pratica!

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Kofi-Ana Lu

Não morri! A minha casa se tornou algo parecido com a Assembleia Geral das Nações Unidas.

Está que nem coração de mãe: sempre cabe mais um! Ou será mais a casa da mãe Joana? Hummm....

Pergunta de Direito Internacional para os futuros advogados:

Uma canadense e um inglês brigam por causa de uma garrafa de vinho francês na casa de uma brasileira em Lisboa e resolvem gritar com a Holandesa. Qual o Direito aplicável?
a) Não sei. Dá um tapa em cada um e está resolvido!
b) O meu! A casa é minha e eu é que mando!
c) Manhê!!! Tira essa gente louca daqui!!!
d) Nenhuma das anteriores... Você tá fudida mesmo e vai ter que aguentar o barco!

sábado, 3 de novembro de 2007

Tela Quente

É bom ter companhia para ver filmeszinhos "água com açúcar". Nesse sábado aprontei pipocas, guaraná e sorvete para uma mega sessão de cinema em casa.

Vejam a programação de hoje no apartamento 113:

Ligeiramente Grávidos
Filme engraçadinho. Comédia leve e sem qualquer compromisso com a realidade. Totalmente sessão da tarde de domingo. História fácil com final feliz. Nem vou discutir o quanto o filme é desfazado da realidade, senão daria um post inteirinho. Não arranca gargalhadas, mas proporciona umas risadinhas.







A Casa do Lago
Adorei esse filme. É super doce e romântico sem ser chato. E, sinceramente, eu estava a espera que fosse chato. Foi uma agradável surpresa. É daqueles filmes em que você realmente torce para eles ficarem juntos no final. Altamente recomendável para ver com o "mais que tudo" debaixo do cobertor num dia de chuva.






Stardust
Inicialmente só me interessei por este filme por causa do elenco. Afinal, ter Michelle Pfeifer como bruxa má, Robert de Niro como pirata e Claire Danes (que eu jurava que era a Gweneth Paltrow) como estrela cadente não é para qualquer filmezinho meia bomba. E vale muito a pena! O filme é uma gracinha. A história, os personagens e os lugares parecem saídos de um sonho. Filme infantil para todas as idades.




Next
Não adianta, o Nicolas Cage não convence como mocinho em filme de acção. Para começar já há muito tempo que ele está ficando careca. E não é uma careca charmosa tipo Vin Diesel ou até Bruce Willis. E, depois, ele tem aqueles olhos tristes de cachorro que caiu do caminhão da mudança. Ele combina com "Cidade dos Anjos" e "Despedida em Las Vegas", mas não fugindo de balas e explosões. Muito menos beijando aquela loira gostosona. E o que dizer do final? Péssimo. A ideia do filme era muito boa, mas foi muito mal aproveitada.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Com todas as letras

Hummm... Conteúdo deveras explícito... Não recomendado a membros da família e a menores.

Se existe uma coisa que eu detesto são as convenções sociais, preconceitos e hipocrisia.

Alguém me explica por quê eu posso ter uma espanhola em casa e ninguém ver mal nenhum, mas se for um inglês todo mundo acha que a gente se comeu? Alguém me explica por quê raio eu posso almoçar todos os dias com a minha amiga sem ouvir qualquer comentário, mas se eu for tomar o café da manhã um um amigo as pessoas pensam que a gente está se comendo?

Gente, eu podia ser lésbica sabiam?!

E por que acham que o cara que me dá carona quer me comer? Já pensaram que ele pode ser do tipo fiel e simplesmente não estar interessado em mim?

Ah, pelamordedeus... Olha bem para mim! Eu não sou propriamente aquilo qu se pode chamar de irresistível... Bom, mas eu não acredito em pessoas irresistíveis e prometo que faço um post sobre isso num outro dia.

Anyway... Fica aqui uma listinha de 10 esclarecimentos sobre mim.

1) Eu não como todos os homens que vêm na minha casa. Eu realmente acredito em amizade entre homens e mulheres.

2) Falar de sexo é diametralmente diferente de fazer.

3) Eu não sou fácil. Eu simplesmente sei o que quero. Se eu dei para alguém foi porque eu quis e isso não significa que eu vou dar para você porque você quer.

4) Mi casa no es su casa. Mucho menos su motel grátis. Mi carro no es su carro. Mucho menos su motel grátis.

5) Da última vez que eu chequei no dicionário "solteira" não tinha o mesmo significado de "desesperada".

6) "Eu moro sozinha" não quer dizer "vou levar você para casa".

7) O facto de eu estar sem grana não significa que eu estou à procura de um homem que me banque.

8) Eu não sou de fazer "cu doce". A frase "não adianta que eu não vou dar para você" quer dizer exactamente "não adianta que eu não vou dar para você".

9) Se eu disser que a minha posição preferida é aquela em que eu fico por baixo e você fica a 5 quilômetros de distância, agradeço que você entenda a ironia.

10) E não... Não vou ligar a porra da webcam!!!