sábado, 10 de novembro de 2007

Laura e Chico



Laura aprendeu a gostar de Chico Buarque com a sua mãe. Sua mãe embalava suas noites ao som de "João e Maria" e aos domingos acordava ouvindo "a banda passar, cantando coisas de amor".

Chico fazia parte do dia a dia de Laura. Logo aprendeu que sua mãe era uma mulher de "cotidiano". E quando tinha alguma dúvida cantarolava "o que será que será?...". E sempre que contava uma história dizia: "Meninos, eu vi!".

Era frequente ouvi-la dizer que se sentia meio "Beatriz" ou "Carolina", ou até mesmo "Bárbara". Quando bebia ficava meio "Joana Francesca", fazendo as delícias dos amigos.

Sempre sonhou que alguém lhe recitasse "eu te amo" como Chico fazia. E sentiu um calafrio quando conheceu o então homem dos seus sonhos no dancing. Neste dia se sentiu completamente "Lily Braun". Adormeceu pensando que seriam "futuros amantes" e sonhou com um "amor barato".

Depois da desilusão amorosa refugiou-se em "olhos nos olhos". Até disse para seu ex-amor, com todas as letras (de Chico, claro!):
- Olhos nos olhos, quero ver o que você faz ao sentir que sem você eu passo bem demais.

Depois que se formou foi para Amsterdam à procura de Ana. E foi aí que conheceu Fábio. Ele não se encaixava em nada na sua vida. Jurou para si mesma que nunca mais seria uma mulher dessas que "só dizem sim".

Mas ele a conquistou quando, numa "noite dos mascarados" lhe confessou:
- Quero ficar no teu corpo feito tatuagem...

E foi a primeira vez que Laura emudeceu. Não citou Chico. Não era preciso. E ficou com Fábio "até ao fim".

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