A saga da Tomatina foi interrompida por dois lituanos que vieram acampar no meu sofá e pediram a minha ajuda para arrumar apartamento em Lisboa. Os caras eram legais e super educados, mas hoje dei graças aos céus por terem ido embora.
Já não aguentava mais traduzir anúncios de casas, aconselhar sobre bairros lisboetas (que eu mal conheço), e ligar para os proprietários marcando visitas. É desde domingo minha casinha com vista para o prédio da frente se tornou numa agência imobiliária. E o meu à vontade ao telefone fez com que muita gente achasse que eu era uma profissional do ramo (fica bonito dizer isso assim, né?).
Teve até uma senhora que me perguntou assim:
- Mas se eles ficarem com a casa, eu tenho que dar uma renda?
- Como assim? Não, eles é que pagam à senhora. Normalmente quem aluga é que paga, certo?
- Não, mas para você, pela mediação.
Tá, eu juro que ponderei dizer que sim, mas acabei explicando que eu só estava fazendo isso como um favor aos amigos. Oh céus, se honestidade tivesse um preço, este teria sido mil euros.
De qualquer forma, acabei descobrindo uma agente imobiliária em mim. Quem sabe se esta não será uma opção para o futuro?!
Bom, mas vamos agora ao que nos interessa: TOMATES!!!
THIS IS SPARTA!!!
Gente, a Tomatina deveria ser quesito obrigatório em qualquer lista de 100 coisas para fazer antes de morrer.
Não há nada como acordar cedo depois de dormir na rua (sim, a festa foi longa na noite anterior e acabamos dormindo na rua mesmo. E, por rua, eu quero dizer calçada, asfalto.
A batalha começa às 11:00 em ponto. Por isso, o primeiro passo é ir para lá, arrumar um point bacana e esperar. Tomar uma cervejinha às 9:30 da manhã cai sempre bem.
A cidade se prepara toda para o evento. As fachadas são cobertas com plástico e madeira e o povo sabe com o que deve contar. Aliás, o que eu mais gostei foi ver como os locais participam da festa. Não obstante vir gente de todo o planeta, os espanhóis participam da festa com a maior empolgação, quer através da Tomatada, quer jogando água nas pessoas.
Sim, água. Andar em Buñol neste dia pode ser muito perigoso porque, além da guerra de comida, você pode levar um banho gelado vindo do nada. Mas é claro que o banho é sempre bem vindo pelos festivaleiros, não fosse o calor que é aquela cidade!
Com todo mundo devidamente banhado, começam a passar os caminhões do tomate. É aí que o circo pega fogo. Depois do primeiro caminhão, prepare-se para uma hora de loucura.
Cara... Como aquilo dói! Eu jogava os tomates assim meio para longe, sem direcção. Mas tinha gente que fazia mesmo pontaria! Levei com cada tomatada nas mais diversas partes do corpo. Essa hora da guerra dura uma eternidade. E cara, o que acontece lá é mesmo do jeitinho que a gente vê na televisão: uma loucura!
Não dá para escapar limpo ou ileso. A roupa fica um nojo e nem pensar em trazer de volta! Não há uma parte do corpo que fique limpa e, no final do dia, eu ainda estava tirando molho de tomate dos ouvidos.
Ah, e o tomate arde e irrita os olhos. Tanto que, quando o bofescândalo chegou perto de mim duas horas depois da tomatina, o que ele me disse foi:
- Nossa! Que remelão feio aí!
Mas, mesmo apanhando de tomate, dormindo na rua, com os olhos ardendo e remelando (estávamos todos assim), com banho comunitário, eu sem dúvida faria tudo de novo.
Quem quiser me acompanhar será bem vindo!
1 comentário:
Ahaaaaaaaa! A-do-rei! Analu foi realmente incrível a Tomatina. Quanta animação. Diversão não faltou.
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