quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Fame

Tem uma coisa que eu acho que nunca contei aqui no blog. É que essa que vos fala nasceu no seio da Família Dó-Ré-Mi.

Pois é. Para quem não sabe a minha família tem uma banda. É verdade que é uma banda de garagem. Eles estão só à espera que o Luciano Huck adentre aquelas portas para estarem no quadro "olha a minha banda".

Mas, enquanto eles sonham com o estrelato, eu fico imaginando o micão que eu vou ter que pagar em rede internacional. Claro, porque eu sou a ovelha negra da família e a única coisa que eu sei tocar é a campainha de casa para perguntar se o almoço está pronto.

Para desespero dos vizinhos, a minha mãe toca bateria. Ou melhor: acha que toca. Porque eu não vejo muita diferença entre o som que ela faz e um martelo pneumático. Mas isso sou eu que não tenho ouvido para a música. O meu padrasto, mentor da ideia, comanda a banda e toca guitarra.

Depois tem os Jacksons 5. Ou melhor os Jacksons 3. Tem o irmão que toca baixo e está aprendendo contrabaixo. O pior é que ele se empolgou de tal maneira que agora também toca na banda da faculdade. Tem outro que toca teclado. Quer dizer, tenta. Porque eu já disse quinhentas vezes que acertar nas teclas correctas não é tocar teclado. Ah, e tem a Lisa Simpson: o irmão que toca saxofone.

E eu? Bem, já me deram um pandeirinho para tocar, só para eu não me sentir rejeitada. Mas eu tenho uma tendência para dormir nos ensaios. Dormir ferrada mesmo. Talvez eles possam tentar me ensinar uma espécie de percussão com o ronco, sei lá.

Até aí tudo bem. Mas isso foi até eu começar a namorar com a Noviça Rebelde. Todo mundo acha o máximo essa história de namorar um músico. E é. Na teoria.

Acho que não tem ninguém que não goste de música e vocês podem achar que eu estou reclamando de graça. Só que agora parece que eu vivo no High School Musical. Por tudo e por nada alguém começa a cantar perto de mim.

Vou para a casa dos pais, tem ensaio. É ouvir a música nova e as músicas velhas pela enésima vez. Vou para a casa do namorado, tem ensaio, tem ele passando música, tem que ouvir às gravações. Os amigos dele são músicos. Ah... E sem contar a quantidade de shows em barzinhos que eu tenho ido. Graças a isto meu fígado odeia o meu namorado.

Só que isso tem sido muito bom para a minha cultura musical. Não que eu tenha aprendido a direferenciar notas e tons. Nem sei ler pauta. Mas leio a cara dele e sei as notas que falharam e aquelas que não saíram tão bem como deveriam.

Mas o meu desespero é quando ele chega no meu silencioso lar doce lar de violão em punho. O pior é que ele não se satisfaz em tocar. Quer que eu cante também. Foi aí que eu percebi que era amor. Porque apesar de eu não acertar uma nota, ele ainda diz que eu canto bem.

Nesse caso o amor não é cego... é surdo!

Você com a sua música esqueceu o principal
Que no peito dos desafinados
No fundo do peito bate calado
Que no peito dos desafinados também bate um coração

2 comentários:

Lari Bohnenberger disse...

Ahahahahahahahahahah! Excentente!

Ô, Ana, coloca um videozinho aí, do teu namorado tocando e tu cantando, vai? Só uma palhinha pra gente ter uma noção de qual será o tamanho do king kongque vc vai pagar em rede internacional...

Bjs!

By Mari Molina disse...

Que coisa boa! Adoro música!