sábado, 19 de abril de 2008

Presente

Não é porque eu tenho uma compulsão absurda por comprar presentes que você tenha que ser assim também. Eu nunca disse isso e nem sequer estou cobrando o que quer que seja.

Isso sempre foi uma característica minha, faz parte de mim. E, do mesmo modo que eu não posso obrigar você a ser canhoto como eu, não tenho intenção de mudar nada em você.

Porque para mim, mais importante do que você entrar na loja e parcelar um perfume no cartão, é saber que você lembra a marca que eu uso. Mesmo que eu só tenha dito "en passant".

Nem precisa se dar ao trabalho de comprar os CDs das minhas bandas preferidas. Sem pensar duas vezes, troco isso por ver você tocando qualquer música para mim, na tua guitarra vermelha.

A gente nem precisa sair do circuito Cascais-Estoril, e mesmo assim, eu posso dizer que você é o homem que eu levaria para Freixo de Espada à Cinta. E basta-me que você saiba o que isso significa.

E mesmo que nada dê certo entre nós, mesmo que cada um siga um rumo diferente na vida, quero que você saiba que já me deu os melhores presentes do mundo. Me deu o abraço mais gostoso e mais apertado, numa altura em que eu precisava tanto. E nunca se negou a emprestar os seus ouvidos e seus ombros para mim.

Tem o colo mais gostoso do planeta e, sempre que vem de viagem, traz na de volta o meu senso de humor. Já me deu sorrisos tão gostosos, daqueles de deixar as bochechas doendo. Me deu brilho no olhar, na pele e na alma.

O meu melhor presente sempre foi você. Presente.

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