domingo, 5 de agosto de 2007

Meus pais, o mercado da carne, Cosme e Damião

Vou falar da minha 1ª balada pós separação. Foi ontem. Personagens: eu, Filipe, Adriana, minha mãe e Antônio. Local: Armazém F. Missão: ir para a balada com este grupinho que já não saía há 812 anos. Realmente foi um bocadinho indígena no começo, quando eles cismaram que tavam com fome. O armazém F é uma balada de brasileiro pobre. Portanto, ninguém vai lá para comer. E aí começou a folia. Um entoava: "no meu tempo...", outro retrucava com: "Mas no Rio de Janeiro..." e por aí em diante.

Às tantas eu me separei deles e fui dançar sozinha lá no meio do povão. Pô, há 7 anos que eu não saía sem homem atrás. Há 7 anos que eu não sabia o que era dar mole numa discoteca. E perdi a prática. Pra começar a roupa: fui vestida demais. Calça jeans da Salsa e top "tomara que caia" vermelho. Para complementar, um bolerinho cor de rosa. Isso é muita roupa minha gente! Ali no armazém F o estilo é minimalista. As meninas levam mesmo a sério essa história de "menos é mais". O vestuário se resume ao mínimo essencial para não ser preso por atentado ao pudor. E depois, mostram tudo no meio de rebolados e ziguezagues incessantes.

Aí veio na minha cabeça. O armazém F é um verdadeiro mercado da carne. Cada uma vai lá e exibe as suas peças: lombo, coxas, peito, maminha... E fica procurando um candidato que leve aquilo e coma com jeitinho. Aquelas mesmo muito gostosonas são super antipáticas. Elas snobam os carinhas mesmo. Dá até dó ver como eles ficam salivando e elas fingem que não estão nem aí. Me senti um alien. Quando eu ia com o Nuno só pela música gostava mais. Mas, de quaquer forma, valeu como experiência antropológica.

E também valeu porque eu conheci Cosme e Damião. Dois mineiros gêmeos. Damião estava bêbado e queria me pegar. Eu me refugiei no banheiro. Ele era feio. Mas o que realmente me assustou foi a camisa com uma estampa que mais parecia uma toalha de mesa. Ah, e o cordão dourado no pescoço... Cosme estava mais bem vestidinho, mas estava lá atracado com uma menina que vendia a sua picanha a 3 reais e 99 o quilo. Estilo baranguinha, sabe? Tsc, tsc... Se os pobres dos santos vissem os seus homônimos iam ficar revoltados. Não ia ter mais milagre pra ninguém. E, só de raiva, eram bem capazes de azedar todas as marias-moles esse ano...

E, por falar em milagre... Milagre vai ser quando esses homens perceberem que a frase: "posso te conhecer?" é um xaveco MUITO ruim. Eu um dia vou fazer a minha tese de mestrado sobre essa frase. Acompanhada de um cordão dourado ao pescoço ou uma pochete é de bradar aos céus!

Ainda por cima eu eu tenho um problema com os brasileiros. No geral são um povo muito baixinho. E eu, com 1,70m mais 10 centimetros de salto, tenho dificuldade em arrumar um homem que seja um pouquinho mais alto que eu. Talvez tenha que mudar o meu público alvo... Hummm... Os suecos são bem altos...

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