sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Codinome Beija-Flor

E lá estava eu, linda, deitada na rede ouvindo Cazuza. Apesar de ser de 83, eu amo Rock Brasileiro dos anos 80: Barão Vermelho, Cazuza, Paralamas, Legião, Cássia Eller (embora ache que ela é mais anos 90, ou não?)... Bom, mas eu estava lá, meio na fossa, cantando: “Prá que mentir, fingir que perdoou... Tentar ficar amigos, sem rancor... A emoção acabou, que coincidência é o amor...”. E aí fez aquele “clique”... Inspiração!

Que coincidência é o amor”... Brilhante! Afinal, existe maior coincidência que o amor?! Amar alguém é fácil. Mas reunir todas as condições para um relacionamento é difícil. É preciso que muita coisa coincida.

Quem nunca encontrou a pessoa certa na hora errada? Porque às vezes acontece assim. Você conhece aquela pessoa que te corta a respiração e te dá calafrios. Mas aí você está comprometida. Quem nunca esteve o maior tempão solteira, idealizando “o” cara, e ele só aparece quando você começa a namorar de novo? Pessoa certa na hora errada.

Aí não tem como não admitir que realmente é preciso haver muita coincidência para duas pessoas ficarem juntas... Arrumar alguém para beijar na boca? Ah, isso é fácil! Basta querer. Mas para o amor é preciso coincidência. Porque ninguém ama uma generalidade indefinida de pessoas. Ninguém ama “alguém”. Muito embora todo mundo queira arrumar “alguém”. E aí você pega no teu “alguém” que você arrumou, passa o maior tempão com ele e acaba se apaixonando, casando, tendo filhos lindos, netos e indo passar as férias em Recife na casa da prima dele. E não haja dúvidas que dá para ser muito feliz assim. Porque o amor vem também da convivência.

Mas... E quando você não quer “alguém” mas sim “ele”? Já parou para pensar que não é fácil gostar daquela pessoa e ela gostar de você de volta assim, do nada? Porque às vezes você gosta de alguém “do nada”. Não sabe porquê, mas gosta. O amor nem sempre tem explicação. Você gosta porque gosta. Não adianta dizer que gosta porque ele é bonito, inteligente, sabe dançar, cozinha, é fã de Chico Buarque. Se não acredita, faça o seguinte exercício: pense na pessoa que você ama. Nas características dela. Agora vá retirando uma a uma. Você consegue definir a fronteira para o seu amor assim? Se consegue, parabéns. Eu não.

Amor para mim é coisa de pele, de olhar e frio na barriga. Senão seria fácil: eu sentiria frio na barriga por todas as pessoas que gostam de ler, sabem dançar, são minimamente atraentes e gostam de sair à noite. Mas não é assim! Pelo menos para mim não é. O meu amor não tem pré-requisitos.

Por isso eu concordo com o Cazuza. O amor é pura coincidência. E às vezes, simplesmente, é preciso sorte. Sorte de você esbarrar com a pessoa num shopping, sorte de entrar na internet ao mesmo tempo e descobrir que ela está solteira, sorte de o carro quebrar e você ter que pedir carona.

Há quem diga que é destino. Eu não sei. Prefiro acreditar na sorte. Sorte é mais leve, faz vocês viverem um dia de cada vez e lutarem para se conquistar. Destino não. Destino traz muita responsabilidade, é muito peso para uma relação que acabou de começar. Dizer que é destino é não assumir a própria vontade. Porque botar a culpa dos encontros e desencontros numa força superior é covardia. E assim não vale.

Afinal, é preciso mais que ter Júpiter alinhado com Vênus passando por pela constelação de sagitário. É preciso os dois se encontrem, estejam “na mesma onda”, que o momento seja propício, que o beijo combine, que haja aquele encaixe, que o jeito de ser se harmonize...É preciso tanta para um relacionamento que quando tudo se reúne só mesmo dizendo: haja coincidência!!!
"Não responda nunca, meu amor... A qualquer um na rua Beija-flor..."

11 comentários:

Blog Esponja disse...

Fantástico o seu texto.
Adorei sua abordagem sobre as palavras do genial Cazuza.

Realmente a amor é pura coincidência.
Nossa quantas vezes pessoas especiais passaram na minha vida e eu não estava preparado para curtir aquele momento, estava em outra sintonia...
E viva as coincidências da vida, coincidências do amor!!

Adorei seu blog!!

Blog Esponja ®
www.blogesponja.net

Livia disse...

Bom, faço minhas as palavras do Blog Esponja...
Texto excelente, ainda mais quando se trata de música brasileira dos anos 80, ainda mais quando se trata do inesquecível CAZUZA!!!

Adorei seu blog!!!!!!!!

Anónimo disse...

Está a cada dia melhor seu blog, parabns!bj

young vapire luke lestat disse...

Muito bom seu blog moça ...

Texto muito bom......

parabéns

smark

L.sakssida

Fred disse...

cara adorei sua reflexão.. muito boaaa eu acredito que tres artistas dos quais podemos tirar de suas musicas definições de amor são Cazuza, Raul e Vinicius, no caso as que eu mais me identifico, ate pq vinicius era o alcolatra, cazuza o burgues revoltado e raul o louco... e as letras me fazem ter reflexões como a sua, porem me expresso em poesia, pelo menos tento... srsr dá uma força no meu blog http://clubdosatoas.blogspot.com/

MaxReinert disse...

... infelizmente sou obrigado à concordar com vc!!! Infelizmente porque, ultimamente, as "coincidências" não tem me ajudado muito!!!!!!
Pena!!!!

André AlvLim disse...

Nossa essa música te inspirou mesmo
o texto ficou ótimo
Um Abraço!!!!

Dayse^^ disse...

não posso flar muito, não entendo muito sobre amor...mas vc explicou tão direitinho!
^^

ai ai...
é a vida...
=)

Graciela Pinheiro disse...

OI adorei se blog muito legal!!! estou esperando sua visita no meu bjs!

Fred disse...

humm que bom que gostou.... hehe tbm gostei bastante do seu... aqui.. atualizei.. http://clubdosatoas.blogspot.com/

Gilgomex™ disse...

coincidências, sim!!!

e como diria Lobão (outro da décado de 80):

Não dá para controlar, não dá...
não dá pra planejar.

achei seu texto muito bom...

cazuza foi um mestre com as palavras, é difícil discordar de algo que ele tenha escrito... e muito fácil discordar de várias coisas que ele fez!

mas os grandes são assim...

controvérsos ao extremo!